10. Entre surpresas e declarações

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Escrito por:Jeissiane79

Notas iniciais: Aqui está o último capítulo dessa história. Um dos meus favoritos. Boa leitura! 🥺

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Ter as cinzas do corpo do irmão em suas mãos, enquanto a brisa de inverno em um dia mal ensolarado a retirava de grãos em grãos, era algo inimaginável para Jimin.

Nunca pensou que ele morreria tão cedo, sempre foi um homem tão forte, cheio de saúde e desejos. E, no entanto, tornou-se tão amargo, possuindo tanta ganância, que teve o fim da sua vivência pelas mãos de Yoongi.

Quando Jimin soube que o homem de sua vida interrompeu toda a maldade do irmão ao fazer o âmago dele parar de bater, recebeu um choque emocional. Foi uma mescla de tristeza e comoção pela morte do irmão, e alívio e surpresa por saber o quanto Yoongi se tornou ainda mais forte — mais internamente, do que o lado físico —, pois, para fazer o que ele fez, precisou de muita coragem e amor.

Teve que falar com a polícia e revelar que eles eram parentes. Ocultou vários fatos para não descobrirem quem realmente eram e não permitiu que fizessem exames nele. Foi um alívio terem acreditado que Taehyung era somente um homem ambicioso e um cientista com experiências malucas.

Jimin pegou mais um punhado de cinzas do pote de porcelana e permitiu que o vento levasse embora as últimas cinzas do corpo dele. Olhou por um momento para baixo do prédio de um hotel, observando o trânsito, as pessoas e os prédios. Tudo estava sereno, como se há semanas nunca houvesse acontecido uma catástrofe. O que foi destruído foi reconstruído, os que sofreram e perderam seus amores, seus parentes, estavam aprendendo a lidar com a melancolia. Era preciso seguir em frente e recomeçar.

Braços enlaçaram a cintura dele por trás, um calor do corpo masculino encostou em suas costas, e uma cabeça deitou próximo a sua nuca. Ambos usavam roupas que espantavam bem o frio, mas a quentura que ele transmitia, era muito melhor.

Jimin ostentou um sorriso, olhou para as mãos juntas que o mantinham preso e levou a mão livre para tocá-las com carinho.

— Yoongi. Não conseguiu me esperar no carro?

— Não, fiquei ansioso e resolvi subir aqui no terraço. Estava entediante lá dentro.

— Isso é porque não consegue viver mais afastado de mim. Mas eu, no seu lugar, faria a mesma coisa. — Jimin deu meia-volta, sem precisar desfazer o abraço e admirou os orbes do marido.

— Faria?

— Uhum!

Yoongi balançou levemente o rosto e voltou os olhos para o pote. Sua expressão se tornou séria.

— Terminou de jogar as cinzas dele?

— Quando você apareceu, tinha acabado de terminar.

— Claro — murmurou, retornando a encarar o marido. Engoliu em seco, buscando as palavras para continuar sua fala. Nunca se esqueceria do que fizera pelo bem maior, foi uma situação que mexeu com todos de alguma forma. — Você ainda está mal pela morte de Taehyung?

Jimin tocou os fios castanhos da franja dele. Estavam maiores, quase cobriam os olhos. Iria cortar as pontas mais tarde.

— Só ando pensativo sobre algumas coisas...

Yoongi piscou os olhos algumas vezes, inclinando o rosto para o lado.

— Sobre o quê?

— Você acha que podia ser tudo diferente, se lá no passado o convívio entre Taehyung e meus pais fosse mais focado no amor, em vez de eles terem se preocupado em ensiná-lo a ser alguém pronto para governar?

Hero Moon | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora