Capítulo 4 - Da coragem, nasce o pedido

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Sabe aquela sensação de frio na barriga? Era exatamente o que se passava na pele de Demi ao se ajoelhar pela segunda vez, rezando para todos os santos que ninguém a interrompesse dessa vez.

Kehlani, já nem expressara surpresa, mas seu coração galopava mais forte que um cavalo de corrida. Suas mãos, escondidas por baixo do tecido rendado de seu vestido preto, tremiam levemente. Estava nervosa, ansiosa e raciocinando se seria ideal dizer sim para o que quer que viesse a ser pedido.

— Kehlani, meu amor — Demi começou, ainda com medo da reação que ela viria a ter. — Você aceita...

A mulher abriu a boca. Por Deus, ela iria pedi-la em casamento mesmo!

— Aceito...? — a pressionou a continuar.

— Você aceita ser minha legítima esposa, casando de branco onde você quiser desde que sob a benção de Deus, dividir a mesma casa, os mesmos espaços, dormi todos os dias junto de mim, deixar eu cobrir teus pés quando sentir frio, te acordar sempre com um beijinho apesar do bafinho matutino e dizer que te amo a cada passo que você der? — finalmente disse tudo o que sempre sonhara em dizer.

Lágrimas escorriam pelas bochechas de Kehlani, descontroladas. Soluçava e o nariz já começava a pingar. Sem se dar ao mínimo trabalho de ser discreta, ela gritou mil vezes "Sim!" e pulou em Demi. As duas caíram e praticamente rolaram abraçadas e gargalhando pelo gramado.

— Acho que vou ter que mudar a minha salinha da Octava de lugar então — confessou baixinho.

Demi arregalou os olhos.

— Que salinha?

Ela ofereceu um sorriso torto em resposta.

— Digamos que eu tenha praticamente uma sala do tamanho de uma casa com todos os seus quadros?

Era oficial, Demi amava aquela mulher da cabeça aos pés, do fundo do coração, de corpo e alma. E não havia nada, nem ninguém que as separaria. Leonardo da Vinci, o deus dos dons artísticos sabia muito bem que era verdade, o destino delas havia finalmente voltado aos trechos.

E o de Taehyung, Leo suspirou aliviado ao se dar conta de que tudo estava indo melhor do que pensara. Pois ele estava de mãos dadas com uma Adelina corada, rodeados das mais belas flores que já vira naquele lugar.

Os pombinhos mal se deram conta, mas o cantil de rosas aumentara e florira mais diante de tamanho sentimento genuíno e único presenciando pela primeira na vida de Adelina, que nunca sequer soubera o significado de amar outro que não fosse um igual, um irmão.

A meia-noite já estava próxima, o que indicava que tinham pouco tempo para retornar ao mundo dos vivos.

Kehlani e Demi entrelaçaram as mãos e rumaram até Tae e Adelina.

— Lina — chamou-a pelo apelido, o que a fez sorrir disfarçadamente. — Você disse que nunca foi amada, não é?

Ela corou e assentiu, envergonhada por tal revelação. Pensava consigo mesma que um homem como ele era amado por todos ao seu redor, e possivelmente já tinha uma penca de corações que o pertenciam. Talvez ele só não soubesse disso.

23h56min. Tae prendeu a respiração e puxou gentilmente o queixo dela até que seus belos olhos se encontrassem.

— Pois essa noite você foi amada por mim, Adelina. Pode ser que nunca mais nos encontremos, mas saiba que você é a moça mais linda que já pus meus olhos e me proporcionou momentos únicos e incríveis que ninguém pôde oferecer antes.

— Ora, não diga bobagens! Tenho certeza de que há uma moça te esperando na festa. — Ela sabia que não, mas dissera isso mesmo assim.

— Não seja boba, não há ninguém, ninguém além de você.

Noite Mágica - Um baile de máscara inesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora