Tomando grandes responsabilidades (até as que não são suas) #nãoéculpaminha!

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Sentada no encosto do sofá, as mãos de Chaeyoung tremiam. Tão visível quanto isso, só a preocupação nos olhos e nas ações de Jeongyeon, que não hesitou em sair de onde estava para se sentar ao lado da amiga e lhe abraçar.

Chaeyoung sentiu suas mãos serem seguradas com tamanho cuidado pela outra que, por um momento, não soube bem como reagir.

- Se importa se eu ler a mensagem? - ela pediu, calmamente.

Quando pegou o celular, primeiro confirmou que a mensagem vinha mesmo do número da dona da Belle Époque, a senhora que morava no andar logo abaixo da república. Era um texto bastante sério e bem escrito, o que por si só já era um bom indicativo de que não tinha sido ela mesma quem escreveu, já que costumava cometer vários erros de português em outras conversas.

Mesmo sem ter pedido permissão para isso, Jeongyeon leu a mensagem em voz alta, e leu até o fim porque nenhuma das duas envolvidas a interrompeu.

- Boa noite, senhorita Son... É com grande pesar que venho informar que, pelo desobedecimento das regras e pela falta de consideração que a senhorita e a senhorita Myoui tiveram pelas outras garotas que também habitam a residência, estou dando por encerrado o contrato de locação dos quartos em que dormem. Por favor, não demorem em começar a esvaziar os armários, visto que o prazo, como consta nas regras descritas no contrato, é de até 7 dias a partir do recebimento do aviso. Obrigado pela compreensão, fico à disposição para qualquer dúvida.

A expressão dela se tornou incrédula no mesmo momento.

- Ela não pode estar falando sério. Quem escreveu isso aqui? Tenho certeza que não foi ela, não é a escrita dela. Deve ser algum trote.

- Trote? - Foi Mina quem respondeu, claramente bem mais calma que a namorada. - Ficou doida, Jeong? Não é trote nenhum. Quem iria ter a permissão para pegar o celular dela e mandar uma mensagem dessas? E pior, um trote que acertou exatamente nas duas únicas pessoas que quebram essa regra aqui em casa? Não teria como isso ser brincadeira. A questão é só saber como ela descobriu.

A questão levantada durou apenas um segundo sem resposta, e levou esse mesmo tempo para que todas elas começassem a se entreolhar com a lembrança que vinha à mente. Até Sana, que não estava acordada para ver, tinha ouvido a história e já associava aquilo tudo à mesma pessoa.

De início, ninguém saiu de onde estava, todas parecendo completamente incapazes de acreditar que fosse verdade. A primeira a se mover, no fim, foi Sana, que estava sentada ao lado de Mina na mesa. Alcançou a última porta do corredor com passos rápidos e pesados.

- Você dedurou as meninas?! - ela perguntou, bem alto, quando abriu a porta com força.

Era bem claro, pelo seu tom de voz, que a nova expulsão era algo bastante pessoal para ela. Claramente ainda não tinha superado a saída de Tzuyu da Belle Époque, e Dahyun teria pensado isso se não fosse o que aconteceu logo em seguida.

Ela estava sentada na cama debaixo, porque tinha resolvido mesmo deixar a cama de cima para Chaeyoung, e lia tranquilamente um dos livros que tinha comprado para a faculdade com a mais pura curiosidade de primeiranista. Sossegada, ao menos até o susto que tomou quando Sana abriu a porta.

Foi tão grande que ela, de sobressalto, acabou acertando a cabeça na cama de cima quando tentou se levantar, completamente rendida pelo barulho que a porta fez quando se chocou contra a parede atrás dela.

A pancada, no fim, também fez bastante barulho, e ela levou a mão até o lugar no mesmo momento, bastante tonta e sem reação. Não soube dizer o que doía mais, o coração disparado ou a ferida na cabeça, mas depois de apenas um instante pensando achou bem pior a segunda opção. Ela agachou no lugar onde estava, esfregando os dedos algumas vezes no local da dor. E encontrou sangue!

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