1 - Bonjour, Bom dia!

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Eu havia acordado já fazia meia hora, meu pai, como de costume, havia despertado bem antes, antes mesmo que o sol aparecesse disposto, por trás dos montes verdes ao leste da Aldeia a fim de levar suas invenções para feira, como sempre fazia. Meu pai era incrível e tinha uma imaginação tão grande quanto a minha, o que o mesmo colocava em prática, criando peças lindas, que faziam eu ficar com um pouquinho de inveja. Após despedir do mesmo, pedindo para que trouxesse algumas rosas, já que nossa casa estava um tanto apagada e não deixando de dar uma maçã ao cavalo, acenei até que desaparecesse.
Estava pronto para iniciar o meu dia, mas não sem um bom livro. Entrei em nossa pequena casa e busquei o que estava em minha cama, já o havia lido, era um belo romance, então estava na hora de devolvê-lo a seu devido lugar. Desviei das galinhas ciscando a meus pés, dando bom dia para elas enquanto ajeitava minha camisa branca e simples, um tanto desgastada, mas gostava dela e não havia ganhado fazia muito tempo. Sai da portinhola segurando firmemente o livro na mão esquerda e levei meu caminho para o centro da cidade. Minha aldeia sempre foi calma e monótona demais para um garoto que vai a tantos lugares incríveis em seus pensamentos enquanto lê livros. Todos têm as mesmas rotinas de sempre e para comprovar, não demorou muito que eu escutasse o barulho das janelas sendo abertas de um jeito animado e os famosos...
- Bonjour!
- Bonjour...
- Bonjour!!
- Bonjour
As pessoas falavam e desejavam umas as outras 'Bom dia' como de costume, fazendo com que eu colocasse um pequeno sorriso aos lábios por ter imaginado o que estava vindo por ai de um jeito tão preciso, mas todos os dias são assim desde que moramos aqui. Avistei o padeiro, chegando com uma tábua até grande, cheia de pães, doces e bolos quentinhos e com um ótimo cheiro, passei a mão sobre meus cabelos castanhos e levemente encaracolados, me aproximando, desejando um bom dia antes de pegar um pão e deixar uma moeda ali encima, colocando a minha compra no bolso. Logo mais a frente, trombei com Monsieur Jean, mas um dos cavalos da estrebaria ao lado se adiantou, empurrando a cabeça contra meu peito, como se pedisse carinho, sorri devagar acariciando seu rosto e pescoço, li certa vez de que se ambas as partes estiverem um pouco abaixadas na sua presença, significa que eles gostam de tê-lo por perto
- Bom dia Bell - ouvi a voz de Monsieur, fazendo com que eu me virasse com o mesmo sorriso simpático de antes.
- Bom dia Monsieur Jean, perdeu alguma coisa outra vez? - perguntei ao homem que parecia perdido e coçava a cabeça, bagunçando seu chapéu de palha enquanto olhava para os lados
- Acredito que sim, mas não me lembro o que! - respondeu da forma mais simples, fazendo com que eu soltasse uma risada divertida a situação comum que o mais velho rechonchudo estava passando - Uma hora irei me lembrar
Me aproximei de seu pequeno burro, tirando uma maçã que havia colhido mais, cedo e deixando em sua boca gentilmente, gostava de animais, são infinitamente mais fáceis de lidar do que humanos, são mais verdadeiros também e até mais gentis, dependendo de com quem os estamos comparando.
- Onde vai? - perguntou curioso, ajeitando seu chapéu
- Devolver o livro ao Perè Robert - respondi já me afastando, mostrando levemente o objeto em mãos - É sobre apaixonados em Verona
- Que monótono! - foi a última coisa que disse assim que consegui me afastar, me despedindo com um aceno

Já esperava uma resposta do tipo, ninguém nessa pequena aldeia sente o mesmo que sinto quando estou lendo livros, bom...eles sequer abrem livros, me pergunto o que mais fazem quando estão apenas descansado ao lado de suas lareiras em casa em um dia de inverno. Era acusado de viver constantemente com a cabeça nas nuvens, era avistado várias vezes carregando livros por todos os lugares, uma pequena mania de leitura, o que parecia ser intrigante, curioso, engraçado e até mesmo esquisito pelas pessoas monótonas desse lugar. Passei calmamente entre todas as pessoas, me divertindo secretamente com tudo que escutava, apesar de querer mais do que uma vida em uma pequena cidadezinha do interior, achei diversas coisas para me entreter todos esses anos.
- Ah, se não é o único leitor da cidade - Perè robert me recebeu na pequena igrejinha, com um leve sorriso, encima de uma escada, parecia já saber que eu estava a caminho - Me conta, pra onde você fugiu essa semana?
Lhe ofereci um sorriso aberto, demonstrando meus dentes bem brancos, que sempre chamavam atenção, aliás, certas vezes recebia elogios ao sorriso ou a minha aparência, já cheguei a escutar sussurros concordando que eu era o garoto mais bonito da cidade, mas eu acredito que seja um completo exagero e algo dito da boca pra fora
- Eu estava no norte da Itália! Eu nem queria voltar...sugere algum outro destino? - perguntei com um sorriso menor enquanto colocava o livro no pequeno cômodo a parede, já passando com meus olhos rapidamente em todos os outros
- Eu não pensei em nada, mas você pode reler a obra que você quiser - me avisou finalmente descendo da grande escada
- Sua biblioteca faz esse lugar parecer maior - comentei animado e de um jeito mágico enquanto puxava um dos livros e ia me afastando para ir embora, de costas
- Bon Voyage - me respondeu com um sorriso animado

Já sai do local com um sorriso meigo aos lábios, nada exagerado, apenas satisfeito que estava prestes a embarcar em mais uma aventura, bom, novamente. Abri o livro, o segurando com certo amor enquanto devorava com os olhos aquelas páginas um tanto gastas pelo tempo, me envolvendo com o que estava escrito a cada linha, sem prestar atenção a qualquer coisa a minha frente ou ao redor. Era um dos meus livros preferidos, e conforme lia minhas partes favoritas, não podia deixar de soltar alguns suspiros de satisfação, agarrando o livro a meu peito por certos segundos, mas não por muito tempo, já que em menos de segundos, minhas orbes azuis da cor do céu curiosas e ansiosas voltam as páginas do livro. É um lindo romance, leve, onde um de seus memoráveis encontros acontece no jardim, ele é um príncipe mas a mocinha acaba descobrindo quem ele é apenas perto do final, o que não poderia me deixar mais satisfeito lendo, me chama atenção a forma como o amor deles é tão puro que de nada adiantaria se ela soubesse antes ou depois quem de fato ele é e que a sua origem também é insignificante para o príncipe. Saí um pouco do meu mundo de fantasia enquanto andava pelas barracas e pessoas vendendo de tudo, desejando 'Bom dia' aqueles que faziam, como era uma aldeia bem pequena, praticamente todos se conhecem, não de um jeito tão profundo quanto eu gostaria, bom, nunca consegui de fato me encaixar aqui, é por isso que todos acham atípico tudo que faço, o fato de não atender o certo padrão que eles querem também os incômoda e os deixa interessados...

- Bom dia Bell! - escutei a voz alta e um tanto incômoda a meus ouvidos me chamando...

- Bom dia Bell! - escutei a voz alta e um tanto incômoda a meus ouvidos me chamando

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Oi amores

O que tão achando? Queria deixar mais fiel ao filme o início.
Como é Bela e a Fera, algumas partes são indispensáveis skks

Bj, amo vocês e a gente se vê no próximo capítulo <3

Obs: peguem leve, faz muito tempo que não posto alguma coisa sksk e também, o capítulo está revisado.

A Besta que me AmouOnde histórias criam vida. Descubra agora