8 - Piano

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Narrador Pov.

Camila não demorou muito no banheiro e quando voltou encontrou todos que estavam à mesa de boca fechada, ela puxou a cadeira e sentou-se ao lado de Lauren. Os pedidos já tinham sido feitos e não demorou para que o garçom chegasse com os pedidos, só quem buscou falar na mesa foi o neto do homem sentado a mesa.

- Meu avô acredita que os homens que criam uma empresa devem controlar seu destino...

Camila observou o garçom deixar o prato a sua frente e o encarou com uma careta, se inclinou na direção da mulher de olhos verdes e sussurrou:

- Cadê a salada?

O homem que estava falando se calou ao ouvir o que ela perguntou, Lauren se inclinou na direção da mulher e falou calma.

- A salada vem no final da refeição.

- Mas é o único garfo que me lembro...

Sussurrou mais uma vez. O neto do senhor esboçou um pequeno sorriso que não passou despercebido por Lauren.

- Deixe-me colocar de outra forma...

Ele voltou a falar e Camila pegou um dos garfos que estavam ao lado de seu prato e passou a contar baixinho os dentes dos garfos.

- ...pelas declarações públicas que tem dado, e os boatos que correm, fica difícil saber quais são suas intenções.

- Não sei você - o senhor ao lado de Camila interrompeu o neto e tocou a mão dela que estava em cima da mesa - mas eu nunca consigo saber o que vai com o quê.

Ele apontou os aperitivos no prato, pegou um dos que estavam no seu e levou até a boca com a mão, como se ensinasse a ela como fazer. Camila sorriu e retirou um pedaço de azeitona que estava em cima do petisco e o levou até a boca sorrindo, Lauren encarou a interação e sorriu negando com a cabeça, dessa forma os minutos se passaram até chegar o próximo prato.

- Houve um tempo em que construíamos navios feito cidades, homens como o meu avô fizeram este país.

Camila observou o garçom colocar outro prato a sua frente e estranhou o que tinha ali dentro.

- Quem pediu isso? - perguntou olhando para o garçom e o neto do homem a encarou serio, estava ficando chateado por ser interrompido a todo momento.

- A senhora - o garçom respondeu e apontou na direção de Lauren - Bon appétit.

- São escargots - Lauren falou - caramujo em francês. É um petisco, experimente.

A cara de Camila ao ouvir aquilo foi impagável.

- Se você assumisse o controle - o neto do homem voltou a falar assim que Lauren fez um sinal para ele prosseguir - o que não acho que acontecerá, mas se assim fosse, o que planeja fazer com a empresa?

- Dividi-la e vender as partes - Lauren respondeu e percebeu que Camila tinha dificuldade em utilizar o objeto em sua mão que era pra pegar o escargot, a morena demonstrou de forma sutil e Camila entendeu fazendo em seguida.

- Com certeza pode entender que não me fascina a ideia - o senhor Morse falou depois de muito tempo - de que vá transforma 40 anos do meu trabalho num bazar de segunda mão.

Nesse meio tempo que eles conversavam, Camila estava "apanhando" do objeto em sua mão, ela tentava a todo custo tirar o escargot de dentro do prato.

- Pelo preço que estou pagando por essas ações você será um homem muito rico - Lauren falou dando de ombros.

- Sou rico o bastante - o velho retrucou - só quero ter meu estaleiro.

Camila pegou o escargot com a mão e tentou enfiar o objeto dentro dele, o que foi uma má ideia, já que a força que ela usou fez com que o escargot escorregasse de suas mãos e voasse em direção ao garçom que o segurou rapidamente. Lauren ergueu as duas sobrancelhas e encarou Camila que a olhava com um sorriso sem graça e envergonhada.

Pretty Woman - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora