Herdeiro? (Descendentes) - Revisado

Capítulo 4 - Helen, a diaba.

¥Mal¥

Depois daquela conversa com Ben, e principalmente depois de descobrir que tenho o conselho em minhas mãos com essa gravidez, tomei coragem e decidi sair do meu quarto para voltar para minhas atividade da faculdade, agora vou levar isso de forma mais leve já que aqueles velhos não podem mais exigir nada de mim. Assim espero, já que a coisa mais provável que eles façam é tentar me desestabilizar, mas isso eu posso me blindar e revidar.

O que eu não posso blindar é a insegurança em saber que vou ser mãe. Como eu disse a Ben, ainda não caiu a ficha que estou grávida, além do meu quadril mais largo que me fez perder algumas peças de roupa, e um inchaço na barriga, não me vejo grávida, e isso me perturba pois é como se eu estivesse tendo alucinações. Sei lá. Um medo de algo que não existe, sendo que existe. O que mais me assombra é ser mãe sem saber ser uma, como vou ser mãe se minha mãe nunca me tratou como uma?.

Passo por um calendário gigante que tem na parede de um dos corredores, observo o mês em que estamos e quase arfo ali pelo susto. Passei três meses isolada, 12 semanas, eu nem percebi que estava parada no tempo desse jeito.

- cuidado, baixinha - a pessoa que esbarra em mim me segura quando me viro para seguir meu caminho.

- baixinha é a sua avó, seu bastardo - respondo estressada e me solto dele. Ninguém me chama de baixinha.

- ei, calma. Só fui um cavalheiro - o cara diz de forma cordial. O encaro sem a menor vontade de ouvir sua voz - me chamo Ayden. - estende a mão na minha direção.

- perguntei seu nome? - questiono de forma retórica e debochada, ele me encara com um sorriso surpreso pela minha acidez porém não me importo. Ignoro sua mão erguida e sigo meu caminho o deixando plantado no corredor. Fui grossa? Não, sempre agi assim e não vai ser agora que vai ser diferente. Não sou obrigada a mostrar meu sorriso perfeito a pessoas que nem conheço.

Paciência. Que é uma coisa que não tenho, ainda mais agora que toda hora desejo ter uma arma para matar geral, ao mesmo tempo em que choro só de pensar em ver tantas vidas ceifadas.

Chego no corredor dos armário e sigo em direção ao meu, pelo dia de hoje eu preciso pegar somente a minha apostila. Quando visualizo meu armário eu tenho o azar de ver também Helen, a prima de nove anos de Ben.

Eu nunca fui tão próxima com as crianças, mas também nunca maltratei e muito menos ignorei alguma, arrisco dizer que gosto de uma certa minoria, mas essa garota é o capiroto em pessoa, ela tem uma artimanha satânica de saber me irritar ao máximo e quando eu explodo toda vez, ela se faz de coitadinha. Já entrei em várias enrascadas por causa dela. Respiro fundo para não surtar e decido voltar para minha caverna antes que ela me veja, amanhã eu pego essa coragem de voltar a vida de novo.

Mas claro que o azar da pessoa aqui ainda está grudado em mim, sem falar que estou muito lerda, então óbvio que ela me viu. Que ódio.

- Mal! - ela me chama e corre em minha direção, desisto de fugir e paro contra minha vontade.

- oi, Helen. - não me esforço para mostrar meu sorriso falso, ele foi muito difícil de aprender e não vale a pena usar com essa menina.

- aonde você vai? - ela pergunta mostrando seu sorriso satânico. Essa garota deve ganhar uma grana preta para me irritar, só pode.

- eu estou indo para o meu armário pegar a minha apostila - respondo detalhadamente tentando não ser muito grossa, tenho certeza que largaram ela aqui para me encontrar e me atazanar, afinal, o que uma criança estaria fazendo aqui na faculdade?.

Mas como sou esperta, apenas continuo o meu caminho contrário ao meu armário, a fim de fugir dela e me esconder no meu quarto.

- seu armário é pra lá, bobinha - ela fala apontando para o lugar onde ela estava encostada, ou seja, no meu armário. O que só comprova minha teoria.