Capítulo 13 - Batidas de Amor

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¥Mal¥

Bip....Bip....Bip....Bip....

Abro os olhos em um susto achando que ainda estou no banheiro do restaurante. Nem me surpreendo ao ver que estou no mesmo quarto de hospital de quando tive intoxicação. Respiro fundo diversas vezes para me estabilizar pois ouço os bip do monitor acelerar ao acompanhar minha frequência cardíaca. Ergo minha mão e percebo que diferente da última vez hoje estou com uma espécie de pregador no dedo indicador da mão esquerda, que é de onde a máquina está me monitorando.

Também estou no soro o que impede um pouco os meus movimentos, mas repito o mesmo que fiz da última vez, pego o controle de cima do criado mudo e ligo a televisão.

- o que?...- questiono com raiva quando não consigo ligar a TV. Observo a parede branca e percebo que a tomada não está plugada. A porta é aberta na mesma hora que desejo xingar alguém.

Benjamin entra e me faz lembrar de cada detalhe do que aconteceu naquele jantar. Queria que minha mente tivesse apagado tudo. Solto o controle em cima da minha barriga sob seu olhar atento.

Estou morrendo de vergonha por ter estragado tudo de novo. Argh, Mal Bertha, você é uma fracassada.

- desculpa... - solto já sentindo meus olhos arderem pela chegada do choro. Ben deixa a bandeja com dois copos lacrados de café em cima do criado mudo e se senta ao meu lado na maca, de frente para mim. - eu estraguei tudo de novo, sou uma idiota. - passo a mão no cabelo mesmo que ele esteja arrumado. - o bebê tá bem? - sinto meus lábios tremerem ao lembrar do que aconteceu antes de apagar por completo. Benjamim me olha de um jeito triste mas por fim assente em afirmativo.

- ele está bem - murmura com a voz quase falha, parece que nem ouviu o que eu disse antes da pergunta sobre o bebê - por pouco, mas está bem - segura minha mão que não está com a intravenosa do soro. - quase perdemos ele... - diz e depois se cala como quando entrou, sua mão ainda segurando a minha, mas o seu olhar está um pouco distante.

Eu realmente estraguei tudo. Como sempre.

- está com muita raiva?.

- estou, estou furioso - seu olhar recai sobre mim me deixando com o coração na mão. Sinto um nó na garganta e me sinto péssima, constrangida e perdida.

- se quiser eu posso pedir desculpas a...

- o que? - seu olhar exprime confusão. - Mal, você está achando que eu estou com raiva de você? - vejo seu olhar mudar, está menos escurecido do ódio.

- não está?.

- claro que não, amor. Claro que não - aperta minha mão, posso ver que ele está se sentindo culpado por não ter deixado essa parte clara para mim. - estou com raiva de mim, me odiando por não ter percebido nada durante o jantar. - desvio o olhar constrangida.

- talvez eu tenha exagerado e...

- não! - me corta demonstrando sua raiva. Para não olhar seus olhos decido encarar sua mão ainda segurando a minha. - vamos... Vamos falar de coisa boa, não quero que você fique relembrando isso agora - ergue sua outra mão para alisar meu rosto, mas provavelmente esqueceu do detalhe em volta dos seus dedos.

- machucou sua mão? - questiono ao ver ela enfaixada na região dos "nós" dos dedos, como se... - Ben...

- quebrei a mandíbula dele sem querer - diz mexendo os dedos aparentando dor quando os mexe. Olho assustada em sua direção e ele tenta aliviar a situação - não foi minha intenção, juro, só queria quebrar o nariz dele, mas a mandíbula descolou, o que eu podia fazer?. - questiona de um jeito quase fofo se não fosse cômico e desesperador.

Herdeiro? (Descendentes) - RevisadoOnde histórias criam vida. Descubra agora