Capítulo 25 - Malévola

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¥Mal¥

Já é domingo e sinceramente esse final de semana foi o pior de todos, sem sombra de dúvidas, no fim do dia anterior eu ainda tive que marcar presença em outro evento para comemorar o dia real do feriado, no caso hoje, domingo, e agora estou jogada na cama de Benjamin em pleno fim de tarde tendo um sol ainda forte lá fora porque simplesmente não posso por meus pés para fora que vou ser sequestrada por repórteres ou até mesmo pelas pessoas.

E não, isso tudo não é por causa do meu tapa em Audrey, e sim por causa de toda a questão emocional de eu está grávida do herdeiro, o povo é extremamente emocionado quando se trata dessas coisas sobre a realeza, ainda mais nessa época do ano em que adoram a monarquia mais do que o normal.

- consegui alguém para cuidar do gato, ele é muito pequeno ainda - Benjamin se pronuncia após horas calados, não me mexo e me finjo de morta para ele esquecer que eu existo, mas pelo visto não funciona pois estou ouvindo ele se levantar da cadeira onde está trabalhando para vim até mim. O colchão logo afunda quando ele senta ao meu lado e tira minha mão do meu rosto - o que está sentindo?.

- vontade de sumir - resmungo mesmo sabendo que ele não vai me levar a sério. Dito e feito. - me deixa na faculdade, por favor - imploro mas só de olhar para ele percebo que meu pedido não vai ser atendido.

- temos visita hoje.

- e eu com isso? - questiono por realmente não está entendendo seu ponto de vista e o seu péssimo argumento para não me deixar longe daqui.

- Mal, já conversamos. - se levanta e vai até a mesa pegar alguma coisa que não vejo.

- eu só quero ir embora, Benjamim. - repito como se fosse uma prisioneira - seus pais estão me olhando igual a três anos atrás quando não confiavam em mim, estou desconfortável com isso - exagero um pouco para ver se ele me deixa, mesmo tendo sim uma parcela de verdade nisso.

O almoço com eles ontem foi terrível, os olhares deles temendo que eu estivesse ainda instável me deixou pra baixo o tempo inteiro. E pra piorar ainda descobri que eles em nenhum momento chegaram a falar com Audrey, ela mesmo resolveu a situação e diminuiu a crise que estava, ou seja, o plano dela é tão insano e bizarro quanto ela, e não saber o porquê disso está me deixando quase possessa.

Audrey já havia me esquecido por um bom tempo, mas parece que decidiu voltar a não só me perseguir como perseguir meus amigos também, como no caso de Evie.

- para de inventar essas coisas, Mal. - Benjamin me rebate por me conhecer e obviamente saber que os pais não fizeram isso - esse jantar é importante.

- odeio jantares importantes - digo por cima de sua frase e ele me olha um tanto preocupado por causa do último jantar que vivenciamos, mas nem estava com isso em mente quando retruquei. - eu só quero ficar sozinha, é pedir demais?.

- no momento atual, sim - me responde e volta para a cama no mesmo instante em que eu me sento e pego minha escova de cabelo que havia deixado em seu criado mudo ao lado da cama. - quero entender ainda o porquê você se desestabilizou tanto ontem.

- fez graduação em psicologia?.

- não, sou graduado em tentar entender uma tal de Mal Bertha - retruca rápido demais, como se já soubesse que eu ia debochar de sua cara. Quando ele tira a escova da minha mão eu suspiro em desânimo, até ele começar a desembaraçar o meu cabelo e me deixar mais propícia a escutar o que ele tem a dizer - sei que tem outros fatores te deixando instável e mais sensível, mas o que aconteceu ontem não pode se repetir, Mal.

Herdeiro? (Descendentes) - RevisadoOnde histórias criam vida. Descubra agora