Capítulo 3

256 22 8
                                    

Hermione. Presente.

Aquele desgraçado estava implicando comigo, eu podia sentir isso. Esta era apenas a sexta aula, e ele já tinha nos dado um questionário. No momento em que ele disse as palavras, seus olhos brilharam sobre mim. Era como se ele quisesse me desafiar. Além disso, com o seu estilo odioso de ensino, se nós não passássemos no teste, ele iria nos chutar para fora, sem sequer pensar por um segundo. Eu tinha ouvido um boato nos corredores de que o professor Snape só desejava um total de doze estudantes na sua matéria, e, no momento, havia vinte. No primeiro dia, havia mais de cinquenta.

Todo mundo que ele chutou para fora iam para outras turmas de Poções Avançadas, na esperança de conseguir uma vaga. Dizia-se que apenas aos melhores doze estudantes seriam oferecidas uma posição sob sua supervisão dentro do hospital mágico brasileiro. Este grupo de estudantes foram apelidados ironicamente de "os doze discípulos", e por tudo que é sagrado, eu estava determinada a ser um deles.

Eu tinha passado a última semana lendo tudo o que eu ainda não sabia sobre Severus. Antes de assumir a turma, ele era presença constante no hospital brasileiro. Os funcionários o chamavam de "Senhor da Morte". A razão para isso era que ele não tinha perdido um único paciente desde que tinha chegado lá, então ficou conhecido por ser a salvação de todos.

Depois de vencer a própria morte, na Casa dos Gritos, ele mudou de profissão e deixou de lecionar para se dedicar exclusivamente à pesquisa e desenvolvimento de Poções de Cura. E somente agora ele começou a lecionar de novo, e apenas para uma única turma de futuros Curandeiros da Castelobruxo, bem longe de todo burburinho que a volta dele à docência causou.

O jornal bruxo local citou que ele queria dar forma à próxima geração de mentes jovens e por isso aceitou a oferta da escola de magia brasileira.

Era inegável que Severus era um gênio nato. Ele poderia ter estudado qualquer coisa, mas optou por voltar às poções e melhorá-las. Tudo fazia parecer como se ele fosse tipo um Merlin dos pocionistas.

Eu não sabia de nada disso por ter passado os últimos três anos e meio na Austrália. E assim que retornei aos estudos, Severus simplesmente surgiu, cruzando meu caminho de novo, tudo que eu podia fazer agora era me perguntar quem diabos era essa pessoa.

Não importa o quão duro eu tentasse, eu não poderia fazer esta versão dele se parecer com o Snape que eu conhecia. Ele não era mais o professor Snape maléfico que odiava meu melhor amigo, e nem era um rancoroso mártir de guerra; ele bebia num pub, às vezes cantarolava no chuveiro, comia massa fria de cueca e riu de todas as minhas piadas ruins.

Eu sabia que ele passou anos usando uma máscara de maldade e indiferença, mas ele tinha desmanchado quaquer conceito que eu tive sobre ele quando se mostrou tão disposto, e de certa forma até amável no momento em que nos reencontramos no Cabeça de Javali.

— Srta. Granger, você não deveria estar mais focada em seu questionário do que na luminária?

Eu pulei quando ele me tirou do meu devaneio.

Seja um dos doze escolhidos.

— Sim, claro, mas eu já terminei, e não tinha certeza se eu tinha permissão para sair mais cedo. — Eu disse quando eu lhe entreguei o teste.

Ele olhou para a ampulheta sobre a mesa dele.

— Demorou dezesseis minutos?

— Desculpe se demorei tanto tempo. — Respondi de forma irônica.

Ele apanhou meu pergaminho, leu e colocou de volta na minha frente. Eu não consegui parar de tremer quando sua mão acidentalmente roçou contra a minha. E para piorar a situação, ele notou.

HIMOnde histórias criam vida. Descubra agora