Capítulo 5

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Hermione. Presente.

— Eu realmente não sei como me sinto muito sobre o que aconteceu com meus pais, Hermione. Não é tipo o que eu sentia pela Bellatrix Lestrange, eu a odeio, mesmo depois de morta. E eu não sei de ninguém no mundo que têm os pais, que não o reconhecem... — O meu estômago afundou quando Neville disse isso. — Eu... eu às vezes sinto que não posso tomar essa decisão por eles porque nunca pensei que eles tinham uma chance, e agora que apareceu uma, eu não sei o que pensar. Sinto muito. — Neville sussurrou.

Ele passou as palmas de sua mão em seu rosto, enxugando as lágrimas. Em seguida, cruzou as mãos sobre o peito e olhou para o chão.

Colocando minha mão em seu ombro, eu sorri, tentando o meu melhor para confortá-lo. Eu não queria estragar as coisas e percebi que estávamos lutando por três vidas aqui, dos pais dele e a dele próprio. Quando eu me sentei para frente e endireitei os meus ombros, eu me preparei para dar o melhor discurso da minha vida.

— Na verdade, Neville, você pode tomar a decisão por eles porque você é a pessoa que eles mais amam na vida, mesmo que eles não tenham consciência disso agora. Eles estavam lutando pelo que acreditavam quando foram torturados. Queriam dar a você um mundo melhor. Não vou dizer que não foi trágico eles perderem sua sanidade, mas eles estão vivos, e agora é a hora de você lutar por eles. Não lhes dar essa chance não é apenas injusto, mas também egoísta. — Eu fiz uma pausa quando notei que ele enxugava os olhos e retomei minha fala com o máximo de doçura na voz que consegui imprimir. — Os trouxas vivem adoecendo e morrendo o tempo inteiro, mas seria muito pior se não tivessem a medicina deles a seu favor. Eles fazem coisas mágicas para salvar vidas, e quando digo mágicas, não estou me referindo a magia, estou me referindo a competência técnica deles em conseguir salvar gente a beira da morte sem que haja um pingo de magia envolvido no processo. Seus pais terão o privilégio de poder combinar as duas formas de tratamento, mágica e trouxa. Por favor, não negue isso a eles.

Eu apertei as mãos dele e me levantei, deixando Neville refletindo na mesa. A avó o abraçou e a diretora Minerva encarava um ponto na parede, mas quando passei por ela, notei que seus olhos estavam rasos em lágrimas. Voltei para a enfermaria para esperar eles deliberarem.

— Um pouco emocional, mas não foi ruim. - Disse Attos, de pé no canto com seu maxilar cerrado.

Eu sorri, sabendo que ele estava planejando fazer tudo ao seu alcance para reconquistar sua vantagem sobre mim.

— Então o que acontece agora? — Perguntou a Curandeira estagiária.

Antes que Severus pudesse responder, Minerva saiu da sala deixando Neville e a avó sozinhos lá dentro.

— Vou sugerir que esperem alguns meses. — Despachou ela sobre nós.

— Eu não sei nem porque você está aqui de novo. — Severus rosnou tão agressivo que todos nós o olhamos, assustados. — O que você quer com isso, Minerva, me enlouquecer? A única coisa que eu quero é salvar a sanidade daqueles dois, e se a família não concordar em permitir, eu posso sair daqui e usar esse método de tratamento em outro hospital, e você será lembrada para sempre como a bruxa que impediu dois dos melhores aurores da Grã Bretanha de serem salvos.

Ele disse isso tão alto que todos na enfermaria prenderam a respiração, inclusive eu.

— Você não está me ouvindo, Severus.

— Sim, Minerva, eu ouço as palavras que saem da sua boca, e não gosto delas. Não me importo se você é quase da família, não vou ouvir mais você, vou esperar pela decisão deles. — Neville e a avó escolheram justo esse momento para retornarem à nossa sala. — E então? — Severus inquiriu aos dois.

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