Capítulo 7

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Severus.

A aula começou, e eu olhei para encontrar seu assento vazio. Eu podia ouvir os restantes dos alunos cochichando entre si que tinham apagado com êxito o seu nome do meu quadro. Mas seria preciso mais do que uma aula perdida para inviabilizar o status de Hermione. Ou eu estava apenas sendo bom porque eu mesmo que tinha fodido tudo? Eu não estava realmente certo agora.

A imagem que eu tinha criado em minha mente de Hermione Granger tinha quebrado diante dos meus olhos pela revelação dela. Bastava pensar nela que eu me sentia mal. Será que ela se sentia culpada o tempo todo?

"Então, quando eu lancei o feitiço nos meus pais, a magia reconheceu o meu ressentimento secreto por ter nascido filha de trouxas." A voz dela soou em minha mente novamente e era como um filme de terror que não saía da minha cabeça, não importava o quanto eu usasse meu poder de Oclumência para sufocar a lembrança.

A classe zumbia sem que nada de significativo acontecesse. Normalmente eu estaria pressionando-os mais duramente, tentando obter reações deles. No entanto, hoje, eu me senti como se eu fosse o único fora do meu próprio jogo. Eles não tinham como saber, para eles, eu estava sendo pior do que nunca, mas eu sabia que não era por causa de nada do que tinham feito. Eu estava irritado comigo mesmo.

Sinceramente, eu não tinha ideia do que eu consegui fazer para dispensar a classe mais cedo, mas não permaneci mais tempo do que eu precisava naquela aula.

oOoOoOoOo

— Tenha uma boa noite, Sr. Snape. — Betty me disse quando saí do consultório.

— Obrigado, vejo você amanhã.

Enfiando as mãos no bolso, eu saí do Saint Mungus e caminhei pelas ruas frias do centro de Londres para acalmar meus pensamentos. Não sei por quanto tempo vaguei, até que achei que era o suficiente e aparatei no meu jardim. Andei até os degraus da entrada e parei de repente. Lá estava ela, sentada no terceiro degrau, esperando por mim.

— Oi. — Hermione se levantou. — Eu sei que é tarde, mas eu posso entrar?

Sem saber o que dizer ou como reagir, e aterrorizado de que eu pudesse mais uma vez estragar tudo, confirmei com a cabeça e abri a porta para nós dois. Uma vez lá dentro, ela não se moveu da porta.

— Eu só queria dizer que sinto muito. — Disse ela, esfregando as mãos. Essa reação demonstrava o quanto ela estava nervosa. — Foi completamente errado da minha parte explodir com você daquele jeito, para não mencionar inadequado. Afinal, não tinha como você saber o porquê do Obliviate ser o meu pior feitiço. E, como todos os seus outros alunos, eu realmente concordei em deixar você falar sobre mim na sala de aula, então minha experiência pessoal não devia...

— Pare. — a cortei, não consegui aguentar vê-la pedindo desculpas para mim. Eu segurei seu rosto e senti prazer no fato de que ela ainda se inclinou para o toque. — Sinto muito, eu deveria tê-la avisado.

— Como você poderia? Ou, por que você deveria? Você fez o que tinha que ser feito...

— Eu fiz o que eu queria fazer sem me importar como isso teria ferido ou afetado você. Eu não tenho que trazer traumas pessoais dos meus alunos à tona. Eu só fiz isso por causa de como você reagiu à simples menção dos seus pais. Aberforth já tinha me alertado sobre você lamentar algo que causou a eles e quando você me contou do seu pior feitiço, fui inteligente o suficiente para ligar os fatos. Eu fiz isso porque eu queria saber mais sobre você, e assim eu forcei uma situação desnecessária. — Disse rapidamente, antes que ela pudesse me interromper.

— Você é um idiota. — Ela murmurou.

— Eu sei.

— E você não precisava me pressionar, se tivesse paciência em esperar e me perguntasse gentilmente, eu teria contado.

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