Capítulo 9

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Aquela dor no peito e na alma me corroía novamente, eu sabia muito bem o que estava acontecendo. Sua pantera me chamava, eu escutava os seus rosnados tristes implorando para que eu fosse até ela, mas dessa vez não.

Minha cobra me mordia por dentro, estava desesperada querendo sair para fora e correr rápido como só ela sabe atrás da ruiva mais linda e que mais mexeu com o meu corpo e minha cabeça.

Apertei forte os meus cabelos, com a outra mão eu sugava forte o cigarro em meus lábios, mas a nicotina não iria tirar essa dor que estava em meu peito.

Eu deveria voltar com a minha vida de antes, eu tinha a mulher que eu queria em minha casa todos os dias, as vezes mais de uma ou duas. Isso nunca foi bom ao bastante, só me fazia ter orgasmos ralos e chatos.
Eu queria ela, somente ela...

Aproveitei o dia para cuidar do meus afazeres, entregas de drogas, cobranças de facções que devem a nós. A mim, mais necessariamente.

Eu herdei o lugar na liderança graças ao meu pai adotivo. Ele não foi um bom pai, muito pelo contrário, me tratava com severidade, assim eu iria aprender a ser um bom líder em seu lugar.

Quando eu tinha 13 anos, ele me fez fazer a minha primeira entrega de drogas, se eu me atrasasse ou algo do tipo era uma surra tão grande que a minha cobra não conseguia ser libertada para se alimentar. Me lembro que naquela época ela não era tão grande quanto é hoje, começou a crescer quando eu fiz 20 anos.

Até onde eu sei, minha mãe biológica era uma shifter de cobra coral. Meu pai, uma mamba Negra. Percebesse que eu puxei a ele, mas o tamanho não foi por nenhum dos dois.

__ Chefe, vamos negociar com aqueles lobos. Ta afim de ir?__ meu braço direito, Diego, falou.

__ Não tenho nada para fazer mesmo, então eu vou.

Diego é um shifter de cobra também, a maioria da minha facção são shifters de cobras. Peguei minha pequena cobrinha filhote e a deixei em seu pote, ela foi extremamente machucada por seu antigo dono, matei ele e peguei ela para criar.

Ela não me machucava, no começo tinha um pouco de medo de mim, mas hoje em dia ela ataca todo mundo. Menos a mim, claro.

__ Onde estava mais cedo? Junto com a ruivinha?__ Diego disse rindo enquanto caminhávamos até o carro.

__ Não te interessa Diego.__ digo simples levando o cigarro entre meus dedos até minha boca.

__ Ela já sabe o quão chato e ignorante você é? Coitada... Sua companheira não tem sorte alguma.

__ Cala a sua boca se você não quiser que eu me enrole em seu pescoço nesse momento!__ falei e ele revirou os olhos rindo, sabia muito bem que eu não faria isso com ele, é minha única família.

Diego já tinha a sua própria família, sua companheira é de sua mesma espécie. Eles já tem cinco filhos e ela está esperando outro.

Eu adoro os filhos deles, são cobrinhas danadinhas.

__ Você acredita que a Lady me expulsou de casa e ainda me mordeu, me mordeu!__ ele levanta o braço mostrando a marca de dois furos profundos e vermelhos.

Dei uma risada fraca enquanto dirigia em direção a casa dos chefes dos lobos, havíamos negociado a alguns meses. Estava gerando bons lucros, tanto para mim e para eles.

__ Ela está bem brava na gravidez né?__ falei.

__ Está malvada! Ela não me dá mais carinho.

__ Você está carente por acaso?__ falei sério, mas ele me conhecia o suficiente para saber que eu estava rindo por dentro da cara dele.

__ Eu não estou, mas você está. Carente por atenção da sua panterinha ruiva.__ ele riu pegando seu celular.

Pior que ele tinha razão, eu estava mesmo, mas não iria deixar isso me dominar novamente, dessa vez eu me seguraria.

Minha pequena companheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora