Capítulo 12

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Eu e Talisson nos divertimos bastante, eu não fiquei com ninguém, não queria me machucar mais não sendo sincera comigo mesma. Quando eu cheguei na minha casa, a minha pantera resolveu aparecer e mostrar toda a sua tristeza que estava sentindo todos esses dias. Ela rugia alto, tentava tomar o controle, mas eu me segurava em meu corpo, ela poderia fazer alguma besteira.

__ ACALMA ESSA FERA, SAFIRA!

Meu irmão gritou tentando me ajudar, ele trancou a porta quando eu falei que ela queria sair para ir atrás do meu companheiro, ele sabia o que tinha acontecido já que contei assim que cheguei.

Eu chorava, pedia para Café se acalmar porque assim ela não iria conseguir nada. Quando a minha pantera conseguiu tomar o controle, Cole tentava segura-la, ele é bem mais forte do que eu, mas ela estava descontrolada.

"Ele nos traiu Safira! Ele irá pagar, ele não pode quebrar o meu coração desta forma. Aquela cobra maldita irá pagar pelo o que ela está me fazendo passar, aquele inútil não nos quer..."

Sua última frase foi mais triste do que brava, eu conversava com ela tentando fazer ela entender que as coisas não funcionariam assim, ele não merecia qualquer respeito de nós e não tínhamos absolutamente nada, então não tenho o direito de chegar lá e mata-lo.

Por fim ela se acalmou, mas estava tão triste e amargurada que não poderia culpa-la, eu me sentia da mesma forma, até porque somos uma só.

Ela se sentou em um canto da sala e vi o meu irmão respirar fundo caminhando até nós em sua forma de pantera também. Ele era bem mais alto e mais preto, seus olhos eram negros como a sua pelagem. Ele se sentou ao nosso lado e deu uma lambida em cima da minha cabeça, um beijo.

Eu chorava, estava tão triste e frustrada. Por isso toda essa mágoa e braveza.

"Ele não gosta da gente, Sassá?"

Eu realmente não sei, eu achava que gostava... Mas agora eu já não sei de absolutamente nada. Cole me apoiou a noite toda, as vezes eu odiava o meu irmão, mas sabia que no final era a pessoa em que mais me ajudava.

Ele havia acabado de chegar de sua viagem e estava super cansado, mas ficou para me ajudar com o meu pequeno surto, já tive outros piores.

Eu me levantei e caminhei até meu quarto, agora eu queria ficar sozinha. Me transformei em humana novamente e me deitei em minha cama, eu estava nua, com frio, meu peito doía e sentia um buraco enorme em meu coração e em minha alma.

Eu não consegui dormir bem, chorei a noite toda pensando no quão merda estava sendo a minha vida, mas eu não podia reclamar muito.

Achava estranho toda essa situação, todos os companheiros que eu já vi se uniam e ficavam juntos a vida toda, mas eu e ele éramos diferentes, eu sentia que ele gostava de mim, mas não sentia que quisesse realmente ficar ao meu lado.

Talvez ele não seja o amor para a minha vida.

Quando eu acordei no outro dia, não abri os meus olhos de imediato, sentia o quão inchados eles estavam. Abri os olhos devagar pela claridade, não me lembro de ter deixado a janela aberta ontem a noite.

Quando olhei para a cadeira que fica em frente a mesa do meu computador, tomei um susto me levantando com tudo. A porra da cobra estava toda enrolada na cadeira e com a cabeça virada para mim, ela é simplesmente enorme e toda negra.

Quando senti o vento batendo em meus seios e meus mamilos ficando pontudos, eu levantei o cobertor ficando envergonhada.

A cobra se arrastou vindo em direção da cama, ela é bem rápida. Senti ele passando pelas minhas pernas por cima do cobertor e parando de frente comigo, se eu dissesse que não senti um pouco de medo estaria mentindo, mas eu fiquei exitada... Muito exitada.

Minha pequena companheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora