Nenhum beijo tinha sido assim

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(...)



Cas estava em seu quarto. Encostado na porta que abara de fechar. Havia voltado para o bunker pois não estava com vontade de beber ou socializar naquela noite. Mas deveria ter pensado melhor sobre isso. Se soubesse que Dean estaria...



Urgh – exclama o anjo ao pensar nos gemidos e na cena que tinha visto.



Cas já havia visto Dean com várias mulheres durante esses anos juntos. Todas as vezes eram igualmente dolorosas. Todas as vezes ele sentia vontade de vomitar. Todas as vezes desejava que fosse ele no lugar. Queria que fosse ele a estar embaixo de Dean. Com o caçador por entre suas pernas. O tocando e o beijando.



Pelo menos a cena não tinha sido de todo mal. Como a bunda de Dean era linda. Suas costas e ombros largos e sua feição de prazer...ele tinha que aceitar o fato de que Dean nunca sentiria vontade de ficar com ele daquela forma. Ele nunca seria seu. Isso lhe causava tristeza e até um pouco de inveja. E não podendo negar, um pouco de raiva também. Por que Dean trouxe uma garota para cá? Ele sabia o que Cas sentia por ele e a trouxe aqui, onde o anjo poderia chegar a qualquer momento e vê-los. Talvez ele quisesse. Talvez achasse que não havia ficado claro para o anjo que ele não estava interessado. Ou talvez apenas não se importasse com o que Cas sentia.




(...)





Logo após Dean ter levado a garota para casa. Ele estava no Bunker. Mais precisamente, na porta do quarto de Castiel. Ele queria entrar lá, mas tinha certeza que nenhuma palavra sairia de sua boca. Ele havia tentado de tudo. Não pensar no anjo, ficar com mulheres e até se afastar de Cas. Nada adiantava. Nem dormir ele podia, pois sonhava com o anjo. Sonhava com seus olhos, sua boca, em beija-lo e em fazer coisas que ele nem tinha ideia de como fazer. Seu coração lhe mandava arrombar aquela porta e fazer tudo que queria fazer. Sua cabeça lhe mandava ir para longe, manter a maior distância possível. Dean não sabia o que fazer, mas sabia que não poderia ficar longe. Por mais que quisesse isso, ele não poderia. Estava preso a esse sentimento.



(...)





Dean havia dormido quase nada esta noite, e após tomar um banho e ir a cozinha, sua primeira visão foi de alguém que também aparentemente havia acordado a pouco tempo. Castiel estava com seus cabelos negros bagunçados e usava uma calça de moletom cinza e uma camisa azul claro de Dean. Poxa...jamais iria querer aquelas roupas de volta. O anjo em suas roupas era a visão mais perfeita que havia visto. Por um segundo se viu perdido olhando para ele.





-desculpe-me. Ainda não consegui comprar roupas para mim. Não esperava perder minha graça. Não se preocupe irei devolve-las limpas e do mesmo jeito que peguei.

-Não. Não. São suas. Eu só tava olhando porque ficaram...boas. Ficaram muito melhores em você do que em mim - fala Dean, recebendo nenhuma resposta de Cas.



-então...você voltou cedo ontem do bar. – fala, Dean.

-hm.

-sobre a garota que estava aqui...

-tá tudo bem. Eu não vi nada. Não vou contar para o Sam.

-tudo bem. Eu só queria dizer que ela é só uma amiga minha que eu...

-eu não quero saber, Dean.

-tudo bem mas eu só quero que saiba que eu não costumo trazer ninguém pra cá. – fala, Dean.

-Dean...

-e na verdade nem estou saindo com ninguém. Eu só...precisava daquilo ontem. Para uma pesquisa interna que estou fazendo.

Esse amor envolto em vergonha Onde histórias criam vida. Descubra agora