T r i n t a

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𝗦𝗔𝗡𝗭𝗨 𝗛𝗔𝗥𝗨𝗖𝗛𝗜𝗬𝗨

Um choque !

Foi o que senti antes de ser forçado a abrir meus olhos. A última coisa que eu vi antes de apagar totalmente era, um entregador de pizza, tentando entrar na casa da minha namorada, armado e ela chorando.

Quando atirei nele, o filho da puta disparou sua arma em mim, de início achei que tinha pego de raspão, mas quando senti meu corpo ficando fraco, imaginei que tinha tomado no cu. Mas o que me quebrou mesmo, foi a ver chorando, aquilo me matou.

E agora estou aqui, sentindo meu corpo doer, sensível, que porra, olho em volta, vendo o Rindou escondendo o choro e o Ran com a testa suada e me encarando. Porém não era eles que eu queria ver, era ela. Busco, procuro, olho pelo quarto mas não a encontro.

— Cadê ela ? — pergunto com a voz falha e rouca — Alguém queria matar ela.

— Ela surtou, porque literalmente a dez minutos atrás você bateu as botas .. — Rindou pega um celular — Vou ligar para ela.

Encosto minha cabeça na cama. Encaro mais uma vez o quarto, eu estava cansado, nunca tinha me sentindo tão cansado como dessa vez. Já tomei tiro, levei facada, mas eu nunca fiquei assim e pela primeira vez, tive medo de morrer. Pior que, queriam matar ela. Não a mim.

Vejo o Rindou falando com ela no telefone, 'se despedir dele' como se eu tivesse morrido. Me sento na cama, sentindo cada parte do meu corpo doer. Uma garrafa de água ao lado da cama. Pego colocando no colo e do um gole, minha boca estava bem seca.

— Ela já está vindo! — Rindou informa abaixando o celular. — Ok, ela acha que você morreu.

— Claro, olha o jeito que você falou porra ! — digo e coloco a mão na ferida — Se ela bater o carro a culpa é sua.

— Minha ? Foi você que ficou tendo ataque cardíaco toda hora. — mostro o dedo do meu para ele.

— A gente já vai cara ! — Ran se levanta — Vamos deixar vocês dois sozinhos.

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Assim que ouvi a porta sendo aberta, abri um sorriso a olhando, ela estava com olhos inchados e vermelhos, seu rosto molhado, a respiração dela acelerou e ela arregalou os olhos me olhando.

— Oi ! — digo tentando tirar ela do transe. — Não vai vir me abraçar ? — ela coloca as mãos na boca.

Um minuto ! A porra de um minuto e ela ainda está parada na porta me encarando e chorando sem parar, ela não emite som nenhum, mas as lágrimas caindo uma seguida da outra, bom saber que ela realmente me ama. Aos poucos ela começa a piscar e encosta a porta, vindo até mim, ela me abraça e chora baixinho.

A puxo para o meu colo, mesmo sentindo dor. Ela vem sem hesitar. Provavelmente se sentindo culpada, sendo que ela não tem culpa nenhuma.

— Está tudo bem ! — digo em seu ouvido e deixando beijos na sua bochecha molhada das lágrimas.

— Você quase morreu. — ela soluça — Não faz isso de novo. — deixo escapar uma risadinha.

— Não morrer claro ! — ela me olha irritada. — Você não disse que me ama.

— Eu te amo porra, muito. — ela me dá m beijo rápido.

Ela ficou deitada no meu peito, mas quando sentia um desconforto por conta do tiro, mas não queria tirar ela dali. Meu corpo estava dolorido e frágil. Já cheguei a ter overdose, mas nunca cheguei nesse estado e literalmente eu quase morri. Eu senti medo de morrer, eu não queria morrer.

Devilish | Haruchiyo Sanzu Onde histórias criam vida. Descubra agora