Ato VI - O Pintor e o Esquilo

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As Cortinas se Abrem.

Em um vilarejo nas montanhas, um pintor conheceu um esquilo. O coração do pintor estava ferido, um fio de sangue escorria pelas tulipas, até que o tímido esquilinho apareceu.

...

-Papai, fome!

-O que você quer comer, meu príncipe? Perguntou Felix, acariciando os cabelos do filho. Ele estava relativamente melhor, ainda estava com um pouco de cólica, mas se sentia bem o suficiente para cozinhar para o seu Gon.

-Gimbap!

-Muito bom! Mas acho que não tem alga...-Ele pensou-...Yu-jin!

Hyunjin estava na sala, lendo um livro de autoajuda, e rapidamente subiu as escadas ao ouvir o chamado de Felix.

-Tá tudo bem, Senhor Lee? Ele perguntou, preocupado.

-To sim, mas o Gon quer comer Gimbap, você pode comprar algas e...-Ele hesitou-...Um pacote de absorventes?

-Ah, claro! Onde eu posso comprar essas coisas?

-No mercado do Senhor Sung, fica do lado da Igreja Católica, sobe a rua principal e segue para a rua oeste

-Ok!

Hyunjin seguiu o caminho indicado. Ele se perguntou porque Felix pediu um pacote de absorventes, porém não estranhou um pedido, ele tinha um amigo que gostava de usar absorventes, mas nunca perguntou o porque. Deve ser confortável. O sino da Igreja soou pela cidade, um vento forte soprou e bagunçou os cabeços do Hwang, que tentou arrumá-los.

O mercado do Senhor Sung era um imenso armazém ao lado de uma igrejinha de arquitetura simples, não muito longe do templo budista, o proprietário, Senhor Sung Dong-il, é um simpático ahjussi comum forte sotaque de Jeolla.

-Você é o novo morador? Perguntou o Senhor Sung, curioso.

-Acho que sim...

-Aishi, por que você não está em Daegu? Em Daegu você faria sucesso com esse rostinho bonito! Poderia ser um idol, ou um ator, não?

-Ah não sei, Hyunjin riu, constrangido, Eu estou procurando alga para Gimbap e um pacote de absorventes

-Hmmmmm, as algas ficam nesse corredor, e o absorvente fica naquela prateleira a esquerda!

-Muito obrigado!

Após fazer as compras e ganhar uma florzinha de papel feita pela esposa do Senhor Sung, ouviu o seu nome, quer dizer, o seu novo nome, ser chamado na rua. Ele se virou e viu um jovem de cabelos castanhas usando roupas monocromáticas, parecendo um pijama. O menino sorriu, criando duas covinhas naquelas bochechas salientes, e disse:

-Você é o Yujin?

-Sim...

-Prazer, sou Han Jisung, o Minho me falou de você

-Prazer, o Minho não aparenta ter muitos amigos...

-E ele não tem! Ele vive no mundo dele a maior parte do tempo!

-Hm

-Você mora com o Yongbok, né?

-Sim

-Ele é especial abençoado pelos deuses, eu moro nas casinhas!

Ele apontou um pequeno aglomerado de casinhas antigas cercado pela floresta.

-Você é do grupo religioso alternativo? Perguntou Hyunjin, escolhendo cuidadosamente as palavras.

-Sim! Da Seita do Fim do Mundo! Próxima semana vamos anunciar a nova data! É divertido!

-Parece bem...Curioso!

-Você está aqui para curar seu coração, né?

-Como assim? Hyunjin não entendeu aquela pergunta repentina.

-Todos os que chegam aqui, estão com o coração machucado, o ar da montanha cicatriza as feridas

-Bom...

-Quokka!

O Hwang ouviu uma voz familiar. Era Minho, segurando sua pasta.

-Você tá incomodando o Yujin hoje?

-Nãoooo! Tó só conversando! Ele fez bico.

-O Yongbok tá bem? Perguntou Minho.

-Tá bem melhor sim, logo volto para o trabalho

-Não se preocupe com isso

-Eu preciso ir, o Gon quer comer Gimbap

Hyunjin acenou e começou a descer a ruazinha. Minho e Jisung ficaram sozinhos.

-Vamos subir a montanha, amor? Perguntou Minho.

-Vamos, você não precisava falar comigo daquele jeito!

-Seu birrento!

Eles subiram uma pequena trilha até o meio da floresta, se sentaram embaixo de uma árvore, trocaram olhares tímido, Minho abriu a sua pasta e retirou uma pintura do perfil do Han, que sorriu ao ver o seu rosto pintado pelas mãos amadas.

-Gostou? Perguntou Minho, corando.

-Amei, ele beijou o rosto do Lee. Minho apertou a bochecha do Han.

-Quokka!

-Por que a gente tem que se esconder? Perguntou Jisung, com tristeza na voz.

-Não sei o que seus pais pensariam disso...

-Não acho que eles ligariam, sinceramente, eles só moram na vila porque preferem a vida no campo

-Eu ainda não consigo me aceitar, esquilinho

-Mas você me ama?

-Amo, amo demais, ele abraçou o Han e começou a chorar em seu ombro.

As árvores escutavam tristes aquele conto de fadas. A montanha estava torcendo por um final feliz, afinal o deus da montanha não gosta de finais tristes.

-Não chora, amor, não chora, essa dor vai passar

Mas o coração de Minho continuava chorando. Então Jisung se levantou, e estendeu o seu braço para o Lee, e disse, como um conto de fadas:

-Vamos dançar?

Minho enxugou as lágrimas com a manga da blusa, segurou a mão do seu amado e se levantou.

-Vamos

Eles dançavam no meio da floresta, com apenas as árvores, a montanha, os animais e os deuses de plateia.

As Cortinas se Fecham. 

Jardim Celestial - Hyunlix/MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora