Pesadelos

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Me aproximei com cautela do corpo ensanguentado, jogado entre as folhas secas das árvores. Me abaixei e com cuidado o virei para mim, engolindo seco ao me deparar com aqueles grandes olhos sem vida.

Levantei-me depressa e dei alguns passos para trás. Meu corpo se chocou contra algo sólido e eu me virei de imediato, encontrando meu pai. Ele estava parado, com a pele pálida e os lábios arroxeados. Ao analisá-lo com mais atenção, percebi uma adaga cravada em seu peito.

Ele também estava morto.



Sentei-me imediatamente na cama, após soltar um grito horrorizado. Meu coração batia forte dentro do peito e meus pulmões buscavam por ar, me desesperando.

— Louis? — Edward entrou no quarto de abrupto e correu na minha direção após ligar a luz — O que aconteceu? — sem conseguir responder, levei uma das mãos até minha garganta, como se aquilo me ajudasse com a falta de ar — Ei! Fique calmo. — pediu pacientemente — Olha pra mim! — ergui meu olhar, encontrando seus belos olhos verdes.

Fechei minhas pálpebras com força e balancei a cabeça ao me lembrar da forma que eles estavam apagados em meu sonho.

— Morto... — balbuciei , olhando em volta completamente apavorado . Inspirei fundo lentamente por alguns segundos, enquanto Harry me observava com uma expressão preocupada sem saber o que fazer.

— Louis... — sibilou baixinho, deslizando a mão por minha nuca para segurar melhor meu rosto — Respire, bem devagar...

— E-eu tive um pesadelo horrível. — digo quando minha respiração se normalizar um pouco — Sempre tenho sonhos estranhos, mas dessa vez...

— Tudo bem, tudo bem. — seus olhos analisam os meus — Não foi real!

— Por que eu sinto que foi? — questiono, mantendo meu olhar preso ao seu — Mas não faz sentido, você está aqui.

— Como?

— Está doendo. — digo, deixando meu olhar cair até minha cintura. Ergo a camiseta e observo o curativo sujo de sangue — Droga!

— Você deve ter se mexido com muita força. — o rapaz de cachos analisa bem o ferimento — Vou conferir se os pontos estouraram e trocar o curativo. — assenti, porém quando ele ameaçou se levantar, agarrei seu braço com firmeza — Ei, tudo bem! Eu volto logo.

— Ok. — solto seu braço lentamente e o observo se afastar. Ele sai do quarto e eu me encolho sobre a cama, abraçando meu próprio corpo.

Meu coração ainda bate forte dentro do peito e meu corpo todo treme. A imagem de Edward e do meu pai mortos, ainda está em minha mente.

Alguns minutos depois, o cacheado entra no quarto novamente e se aproxima, sentando-se ao meu lado. Ele ergue minha camiseta e tira o curativo com cuidado.

— Merda! — ele xinga baixinho, com uma expressão nada contente — Alguns pontos saírem.

Olho para meu próprio corpo e balanço a cabeça ao notar a ferida aberta.

— Pode fazer de novo? — ergo meu olhar, fitando seus olhos com atenção.

— Quando fiz, você estava inconsciente, agora... Vai sentir muita dor.

— Tudo bem, eu aguento. — digo firme — Já passei por coisas piores. — fecho meus olhos com força — Faça isso!

Mantive meus olhos fechados durante todo o processo. Segurei o choro e reprimi alguns grunhidos quando ele começou a costurar minha pele. A dor era quase insuportável, mas eu aguentei firme até o fim.

Beyond this life (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora