Clima estranho

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Me sentei na cama e observei Harry retirar a camisa para se deitar. Seus músculos se contraíam a medida em que ele se mexia  e tudo que eu conseguia fazer era permanecer naquela posição, o encarando descaradamente

Quando ele se virou, desviei minha atenção imediatamente para o guarda roupa ao seu lado.

— Quem é? — perguntei, apontando para a foto da garota colada em uma das portas do móvel.

— Minha irmã. — ele olha para a foto e sorri — Você iria gostar dela. Gemma é bem diferente de mim, sabe...

— E como ela é?

— Bom... Ela é minha irmã mais velha, então está o  tempo todo se preocupando comigo, principalmente nas missões. — Harry se senta entre seus cobertores — Mas ela também é bem doidinha. Curte esse lance todo de extraterrestres, gosta de jogar o tarô e vive no mundo da lua. Quando era criança vivia dizendo que era uma bruxa poderosa.

— Ela parece ser muito divertida.

— Iriam se dar bem. 

— Quanto tempo acha que vai continuar aqui? — pergunto, lutando para manter meus olhos longe do seu abdômen desnudo.

— Talvez mais um mês, não sei...

— Deve ser frustrante, não é? Deixar todos para trás, sem notícias... Você tem alguém? — suas sobrancelhas se unem em confusão — Uma namorada.

— Não tenho. — diz simplesmente — Como eu disse, não tenho muito tempo para isso. E você?

— Não tenho namorado. — digo com um grande ênfase no "o". Sempre gosto de deixar claro minha sexualidade, mesmo que as vezes isso assuste as pessoas.

— Certo... — Harry sorri e se levanta, caminhando até o interruptor — Melhor irmos dormir, não é?

— É... — digo um tanto desanimado. Ótimo, agora ele vai ficar ainda mais estranho comigo — Boa noite. — deito-me na cama e me cubro com o edredom, me virando para a parede.

— Boa noite.

É tudo que ele diz e então a luz se apaga.



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Na manhã seguinte, eu decidi ficar mais tempo no quarto. Pude sentir o cheiro de café e de torradas que Harry provavelmente fazia, mas não quis descer.

Meu corpo doía por estar tempo demais na cama e quando cogitei a ideia de me levantar , a porta do quarto foi aberta com cautela.

— Ahn... Bom dia! — diz o cacheado um tanto receoso — Você não desceu e... O café da manhã está pronto.

— Obrigado, mas não estou com fome.

— Mas precisa comer, está se recuperando e... — ele se interrompe, franzindo o cenho — Está tudo bem? O que houve?

— Nada, só quero ficar na cama hoje. — forço um sorriso e ele parece perceber — Estou bem.

— Então vou trazer o café aqui para você.  — antes que eu diga alguma coisa, ele sai do quarto de abrupto, deixando-me com uma expressão confusa.

Ele volta minutos depois , carregando consigo uma bandeja com meu café da manhã.

— Harry! Não precisava. — digo, sentando-me com um pouco de dificuldade — Eu realmente estou sem fome.

— Mas vai comer. — ele se senta na beira da cama e deposita a bandeja em meu colo — Precisa estar forte para que o ferimento cicatrize.

— Eu sei... — suspiro alto, sem conseguir desviar meus olhos dos seus — O que foi?

Beyond this life (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora