Capítulo Quatorze

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Chrissie


Estava quieta pensando o que mais levar para minha viagem, quando a porta do meu quarto é aberta abruptamente, levei um susto ao ver James.

Ele nunca veio me ver aqui, na verdade, em lugar nenhum, ele nunca foi atrás de mim.

— Que susto James, o que quer aqui?

— O que eu quero! É sério que está me perguntando? Como você teve coragem de fazer o que fez com Selena? Você não tem um coração aí? O que você fez foi desumano.

— Ela já foi reclamar então. — revirei meus olhos, porque não estou surpresa em saber que Selena já foi chorar para ele, demorou até, sempre foi assim.

James puxou meu braço fazendo com que eu ficasse em pé.

— Você merece ser castigada, já que nossa querida mãe e nosso pai nunca fez isso, eu irei.

Tentei me soltar puxando meu braço do aperto.

— Solte-me! Exijo que me solte agora! James você está machucado meu braço. — ele me largou brutalmente, acabei caindo no chão.

— Não vejo a hora de você ir embora logo, espero que nunca mais volte.

— Você acha mesmo que eu quero voltar? Nunca, jamais, mas você irá ouvir falar de mim, eu serei uma mulher importante. E você ainda vira há mim, rastejando pedindo por ajuda. E eu, somente vou dar risada e joga-lo na sarjeta com suas amadas irmãs.

Acabei levando um tava no rosto, James nunca me bateu antes, nunca. Fiquei espantada com aquela explosão.

— Vou contar os dias para sua partida. — disse ele saindo no aposento.

Meus olhos encheram de lágrimas, estúpidas lágrimas. Odeio quando elas vem, odeio me sentir fraca como estou agora.

Lembranças enchem minha mente.

“Nunca seja fraca”, “você ainda será importante, lembre-se sempre dessas palavras”, “eu não a criei com classe para que você brincasse com crianças esfarrapadas”, “lembre-se Chrissie nunca se sinta mal por atingir alguém porque se eles pudessem, fariam a mesma coisa, então, sempre seja o predador e nunca a presa”.
Se concentre, se concentre você será alguém importante um dia, repito essas palavras várias vezes.
Esse é o meu mantra, só assim para as lágrimas irem embora, mas dessa vez elas não vão, e mais recordações voltam.

— Mamãe eu quero ir lá fora brincar, porque só eu não posso ir? — perguntei baixinho.

— Nunca irá lá fora brincar com essas crianças. — mamãe estava com cara de nojo. — Eles não são dignos de sua companhia.

— Mas eu quero, então me deixe somente ir caminhar, pegar algumas flores.

Parecia que eu havia dito algo inapropriado, porque na mesma hora mamãe virou-se para mim, e agarrou meu braço fortemente.

— Você pensa que sou boba, sei que você quer ir se juntar aqueles imundos. Mas você não vai, você é superior a eles, esqueça essa história de flores, está me ouvindo Chrissie?

—  Sim. — sussurrei.

— Fale mais alto, você compreendeu o que eu disse?

— Sim mamãe. — falei olhando em seus olhos.

— Ótimo, agora vá fazer algo produtivo, e nem pense em querer sair, eu saberei e sua punição será severa.

Afastei-me fui pegar um livro, meu braço estava doendo, mamãe apertou muito forte dessa vez.
Essas malditas lembranças não vão embora, as lágrimas também não se vão, mamãe me ensinou ser forte e nunca chorar.

Respiro fundo, faço isso novamente até que consigo o controle novamente. Levanto-me do chão, caminho até minha cômoda me sento em frente do espelho, olho meu reflexo e não gosto de ver essa Chrissie que me encara de volta.
Ela está derrotada e não gosto quando fica assim, limpo meus olhos, tento me ajeitar, agora o reflexo me mostra algo bom, estou de volta ao controle.

— Eu serei alguém importante um dia e nada e ninguém ficará no meu caminho.



 Um novo amor para o MacGyver/ Irmãos MacGyver II Onde histórias criam vida. Descubra agora