Capítulo 4 - Sorte ou Azar?

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Ir pra Comicon? Fui pesquisar aonde era exatamente, queria saber o quão longe de minha casa e dava mesmo para ir, não dando falsas esperanças para ele. Não era longe, mas o tempo iria fechar e alagar alguns bairros, o meu era um deles.

"Claro, estarei lá!" — Dou uma olhada rápida em meu armário achando uma fantasia que teria recebido de presente dos meus pais. — "Irei de Gwen, e pra me diferenciar, estarei usando um broxe pequeno preso a roupa!"

"Você é realmente dedicada, não é não?"

Aquela mensagem me deixou com as bochechas ardentes, nunca que iria me imaginar deste jeito por causa de uma voz.. Eu to dizendo que eu tenho que me internar, mas ninguém acredita!

Já era sábado, estava nervosa... Não era apenas por o encontrar, mas como voltaria pra casa, meu bairro iria se alegar e é bem provável que os transportes para cá não iriam funcionar. Estou na merda. Coloquei minha roupa, adoro como esta fantasia realça bastante meu corpo, até minha mãe adorou! A avisei que talvez fosse demorar a chegar e ela nem reclamou, ela também estava por dentro do tempo de hoje. Lhe dei um sorriso por mais que esta não conseguisse ver e me despedi, indo para o evento.

Ao chegar, foi a cena mais bonita que vi. Era a primeira vez que participava de um evento desses. O pessoal sabe se vestir, hein? Já encontrei o Batman, a Arlequina, tinha o Capitão América também, aquele ali é o Homem de Ferro? Caramba, te amo 3000! Estava tão distraída que me esqueci que Aizer estaria por ali, e olha que nem demorou para este marcar presença.

— Você é a Cris? — Eu levei um susto, que minha alma saiu e não voltou mais, juro! Me virei e vi um garoto vestido de homem aranha, e pela voz, era impossível não reconhecer.

— Aizer? — Perguntei apenas para ter certeza, porque vai quê né?

— Eu mesmo, mas pode me chamar de Raul! — Aquela risada dele é tão contagiante que me fez rir também.

— Eu sou Cris mesmo! — Isso o fez dar mais risada ainda. — Homem aranha é teu personagem preferido?

— Será? Ou será que quis combinar contigo? — É verdade, eu tava de Gwen, né?

— Você é esperto, hein?!

Ficamos lado a lado e andamos por todo o evento. Conversamos, demos muita risada, comemos, a este ponto ele já teria visto meu rosto e eu o dele, oh menino bonito, viu? Sentia que a gente já se conhecia há anos, era uma coisa muito boa. Me fazia falta me divertir assim! As horas se passaram correndo, nos direcionamos para a saída e lá estava a bela chuva. Meu suspiro de frustração foi tão alto que Aizer nem precisou perguntar o que tinha acontecido.

— Que tal ir para minha casa? Lá não tem perigo de enchente, então você vai ficar segura lá. — Por mais que estivesse com a máscara, olhei-o preocupada com aquela situação. Tinha visto o rosto dele e tudo, mas já tinha se arriscado de mais ir encontrar alguém pela net, fará ir para a casa dele.

— Alô, mãe? Eu vou ir para casa de uma amiga, se a chuva não melhorar é provável que só volte amanhã... por favor não fique preocupada. — Liguei para minha mãe mentido-lhe ir a casa de uma amiga quando na verdade iria aceitar o convite de Aizer. Ela me mataria se dissesse "amigo".

Ele me mostrou o caminho para o carro dele. Sentei-me no banco do passageiro na parte da frente, tendo ele sentado no do motorista. Assim como tal, tirei minha máscara demonstrando minha expressão de preocupada. Notando, Aizer passou o caminho inteiro me convencendo de que realmente era uma pessoa boa e confiável, me deixando tranquila ao chegar à sua casa. Não era mil maravilhas, ainda mais com os custos do país, mas era confortante o suficiente para ser aconchegante.

Seus pais estavam em casa e este me apresentou-lhes e explicou a situação. Eles me aceitaram de braços abertos, tentando me sentir bem 24h por dia, me perguntando: Está com fome? Sede? Está muito calor? Frio? Eles eram realmente muito simpáticos. A chuva permanecia caindo fortemente, ficava olhando a janela me perguntando se estaria tudo bem em casa, se não teria inundado ou se alguém se machucou. Meu celular tremeu em minha mão, olhei-o e havia uma mensagem de minha mãe dizendo que não havia melhorado nada e que era melhor eu me alojar aonde estava apenas por aquela noite. Aizer tinha acabado de sair do banho, já com sua roupa de dormir posta, era notável seus cabelos molhados, combinava com ele.

— Está tudo bem? — Apenas se importando como sempre.

— Minha mãe acabou de me mandar mensagem, está péssimo em casa... Eu irei ligar para uma amiga para passar a noite lá e voltar no dia seguinte. — Já guardava meu celular, indo em direção as minhas coisas.

— Espera! — Me viro para ele demonstrando total atenção. — O tempo lá fora está péssimo, nunca tinha visto antes, talvez na sua amiga esteja a mesma coisa que na sua casa... fique... — Seu tom soou baixo como se estivesse com vergonha de me pedir tal coisa.

— Por favor, fique....

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