Capítulo 7 - Um dia juntos

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Eram 2 da tarde de um domingo, aos poucos fui abrindo meus olhos, acordando bem lentamente. Elevando meu olhar, via o rosto do Aizer adormecido, relembrando da noite passada... Que incrível! Não sabia se os pais dele o visitavam ao quarto, sei lá, para ver se estava tudo bem ou pra acorda-lo. Ao tentar me levantar e passar por ele para sair da cama, seu braço passa por minha cintura, me abraçando e jogando na cama novamente, me prendendo.

— Bom dia para você também... — Uma voz um tanto grave de ter acordado... eu vivi para escutar aquilo. — Se está preocupada com meus pais, eles não entram aqui... — Me deu um prolongado beijo na bochecha.

— Dormiu bem? — Pergunto rindo de sua atitude, fazendo carinho em seus cabelos.

— Com você abraçada comigo? Melhor ainda. — Sorriu se espreguiçando bem espaçoso.

— Quer mais espaço não? — O olhava um tanto incrédula mas ria da situação. — Que horas são?

— São vinte pras três da tarde. — Levo um susto indo pegar meu celular para ver se minha mãe teria me procurado. Por sorte só mandou uma mensagem perguntando se tava tudo bem. A respondi e disse que ficaria aproveitando com minha amiga... "Amiga".

Ambos nos levantamos, tomamos banho até juntos... muito gay, eu sei. Almoçamos e voltamos para o quarto pensando em como passaríamos o dia. Como eu morava um pouco longe, seria bom sairmos e como não tinha outra roupa... Decidimos nos fantasiar e curtir pelas ruas, fazer palhaçadas, talvez tirar foto com estranhos e fazer o dia deles. Nos vestimos e saímos. Fomos para parques, praias, até shoppings. Agíamos como se fosse totalmente normal, ai quando aparecia uma criança nos adorando, nós entrávamos no personagem e brincávamos com ela: fazíamos poses, conversávamos, interagíamos usando o tato. Adolescentes também, alguns chegaram a nos seguir pra continuar com as interações e os papos, e um detalhe muito importante, a maioria do tempo estávamos de mãos dadas. Ele disse que se era pra manter o personagem, tínhamos que ir um pouco além, mas duvido que tinha sido só isso... Não que eu esteja reclamando.

Foi uma tarde bem gostosinha. Quando ao por do sol, Aizer decidiu me levar até a praia para assistir o amarelo do sol colidir com o azul do mar, criando aquela linda cena. Ele se levantou e estendeu a mão para que eu segurasse; planejava algo. Ao me levantar, este saiu correndo até até próximo da água, me pegou no colo, tirou nossas máscaras e pulou na água. O observava chocada, eram fantasias todas estragadas pela água, mas com a risada dele, aquela risada, não consegui ficar brava e apenas entrei na brincadeira com ele. Tivemos guerra de água, puxávamos o pé um do outro pra afundar, ele até me dava susto de não voltar mais. Decidimos sair quando não se via mais nada na água, tomar cuidado para não se meter em encrenca ali.

Voltamos pro carro dele, ele fez questão de me levar até a casa, pelo menos próximo e me acompanhar até eu entrar. Feito isso, mandei um beijo e acenei, entrando em casa. Minha mãe quase surtou com a fantasia toda molhada, mas vendo minha felicidade, do sorriso bobo que eu não conseguia tirar do resto, ela mesma se deu ao trabalho de tentar arrumar e não me dar bronca. Sempre foi o dilema dela: "Se sua felicidade foi causada ao fazer algo ruim, então podemos relevar, desde que a coisa ruim seja 10 vezes menor do que a felicidade.". Levo isso até hoje, era para eu ter ficado bem brava por ter estragado minha fantasia favorita, mas como os momentos com o Aizer me fizeram felizes, abrir mão da fantasia não foi tão doloroso assim.

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