universo repleto de estrelas

776 132 106
                                    

Marco e Tatch estavam sentados procurando as tais fotos que a mulher mencionou, mas pararam ao ouvir o som de rodinhas girando pelo chão da loja e ergueram o olhar, vendo um rapaz entrar de skate e remando sem qualquer problema, como se ali fosse sua casa ou uma pista qualquer e não uma joalheria extremamente cara. 

O mais alto dos irmãos encarou por um bom tempo aquela nova figura, achando de certa forma inusitado o jeito com que ele chegara e também o jeito despojado com que se vestia. O rapaz estava com uma calça preta larga que parecia aumentar seus quadris e coxas, além de uma camiseta curta e que deixava a mostra parte de seu abdômen e costas, ademais trazia em seus pés um tênis surrado com desenhos claramente feitos a mão no tecido. 

Não conseguiu vislumbrá-lo por completo, pois do ângulo em que estava só lhe ficava aparente seu perfil e as costas, mas não podia negar que ele parecia uma pessoa extremamente bonita, não que aquilo fosse definir sua impressão sobre ele, mas era algo que realmente não podia passar despercebido por seu olhar atento. 

— Ei, Nami, você viu meu celular? Esqueci aqui mais cedo — comentou o rapaz em um tom tranquilo e alto, seu pé pisando na parte de trás do skate o que fez saltar em direção a sua mão, pegando-o e ajeitando embaixo do braço. 

— Seu celular? Hm... Não vi, tem certeza que o esqueceu por aqui? — questionou a vendedora apoiando seus braços sobre o balcão expositor. 

— Certeza absoluta, eu lembro que eu deixei ele bem aqui — falou e apontou para uma área do balcão. — Você não o viu? Estava em cima de um envelope.

— Era um celular mais ou menos desse tamanho com uma capinha preta? — O rapaz assentiu e aguardou que a mulher lhe devolvesse o aparelho. — Não vi. 

— O quê? Mentirosa, você acabou de descrevê-lo, claro que o viu e está me zuando... Vai, Nami, por favor. — A mulher fez uma expressão pensativa, como se aguardasse algo ou mais alguma informação. Logo estendia sua mão com a palma para cima e o rapaz a segurou, levando-a até seus lábios, dando um breve selar em suas costas. — Por obséquio, vossa alteza, criatura mais bela que já pisou na Terra, poderia fazer a gentileza de devolver meu celular? 

— Está tentando me conquistar com esses elogios? Não vai funcionar. — A mulher puxou sua mão de volta e estendeu a palma mais uma vez, esperando que o outro entendesse seu sinal.

— Por favor... Por favorzinho... 'Tô sem grana agora, quebra essa aí 'pro pai aqui... — O rapaz tornou a pegar a mão da mulher entre as suas, o olhar esperançoso brilhando como de um filhote abandonado em busca de comida. — Eu nem terminei de pagar e meus irmãos devem estar preocupados que eu não os respondo... Por favor... Eu faço o que quiser, exceto te dar dinheiro.

— 'Tá bem, 'tá bem, mas só vou te dizer como presente de casamento — falou Nami com um pequeno sorriso em seu rosto, seus dedos batendo contra o balcão. — Deveria ensinar seu irmão a ser educado assim... Emprestei seu celular para eles ali. 

— Valeu, te devo essa — comentou o rapaz se virando  na direção em que a mulher indicara. 

— Tente não esquecê-lo de novo ou eu vou vender e ficar com a grana como ensinamento para não ser tão avoado e esquecido, Ace. 

— Tentarei — afirmou e deu alguns passos na direção de Marco e Tatch. 

O loiro logo ergueu o olhar mais uma vez ao ouvir aquele nome. Não era possível que existisse outra pessoa no mesmo ambiente que ele que tivesse aquele nome e não fosse o rapaz com quem se casara. Caso contrário, seria coincidência demais. 

Seus olhos logo focalizaram o rosto do outro e por curtos segundos perdeu a fala. Suas pálpebras piscaram algumas vezes, encantadas pelo vislumbre daquele rapaz. Ele era mais lindo de frente do que de costas, se é que isso era possível, e tinha um sorriso tão quente e adorável em seus lábios que fez as bochechas de Marco se aquecerem docemente com sua visão. 

Se beber, não case!Onde histórias criam vida. Descubra agora