Numa noite estrelada, o sangue escarlate escorre pelas mãos de Ayla, uma situação inesperada que a leva a encontrar seu parceiro improvável: O General da Corte Noturna.
Em meio a intrigas e perigos no mundo da corte noturna, Ayla e Cassian são lança...
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Logo após eu terminar de me vestir, penteei meu cabelo rapidamente.
Abri a porta do banheiro analisando o enorme quarto e procurando por Cassian e Stella, olhei para perto da enorme janela aberta vendo ele observar através da janela ainda com Stella em seus braços, caminhei até eles para pegar Stella.
Mas quando olhei para onde Cassian olhava, o ar em meus pulmões sumiram, era uma visão tão linda. As milhares de estrelas brilhando no céu noturno, as montanhas, as casas.
Tudo era tão perfeito, que eu pintaria.
- Seja bem-vinda a Valeris - Cassian sussurrou baixinho com um sorriso.
Com sua fala foi tirada de meus pensamentos. O encarei, mas desviei depois de seu olhar intenso, olhei para Stella em seu colo que estava com os olhos fechando lentamente, quando me viu esticou seus bracinhos para mim, mas ele me olhou e com aquele olhar, eu bufei, caminhei até a cama, sabia que ele não deixaria eu pegar ela por conta do meu machucado, me sentei na cama o olhando com as sobrancelhas arqueadas.
- Mamãe - Stella me chamou manhosa e com sono.
Cassian caminhou lentamente até a cama, me entregando Stella, senti um puxão em minha costela levando em direção a ele, meu corpo vacilou para mais próximo dele, o encarei confusa e com vergonha, mas Cassian parecia tão surpreso quanto eu.
Ele se sentou na cama, mantendo uma distância de mim e me entregou Stella. Nossas mãos se tocaram por segundos, mas foi suficiente para o meu corpo pedir por mais contato.
Ele me encarava com intensidade, enquanto Stella se aconchegou rapidamente.
- Eu vou dormir ali - ele quebrou o silêncio que tinha se formado no quarto enquanto nos encaramos, olhei para o local para onde ele tinha apontado e franzi o cenho, aquela poltrona não parecia nada confortável, ainda mais com suas enormes asas.
A encarei surpresa pelo apelido e porque achei que ela já estava dormindo.
- Não precisa pequena - ele murmurou sorrindo e olhando para sua enorme mão sendo apertada pela pequena mão de Stella.
- Mas 'voclê disse que 'ilia me 'plotege dele - Stella o respondeu rapidamente chorosa. Meu coração se apertou com sua resposta, passei minha mão por seus cabelos.
- Estrelinha, ele não vai mais te machucar - murmurei tentando acalmá-la enquanto ela segurava as lágrimas, mas foi inútil.
Ela começou a chorar silenciosamente em meus braços se aconchegando o mais perto possível de mim.
- Tudo bem eu durmo aqui, a cama é grande o suficiente para nós três - Cassian murmurou me encarando e pedindo minha permissão para se deitar na cama. Eu faria de tudo para Stella se acalmar, então assenti rapidamente.
Ele rapidamente se deitou o mais afastado possível de nós duas. E eu agradeci mentalmente por isso.
- Está vendo pequena, eu sempre irei te proteger - ele exclamou olhando para Stella, que parava de chorar tirando o rosto do meu pescoço e encarando Cassian ao seu lado.
- 'Pomete? - Stella o questionou em dúvida e desconfiança voltando a respirar normalmente.
- Prometo - Cassian respondeu a pequena com convicção.
Eu achava aquilo muito bonito, mas iria acabar, nós não poderíamos ficar. Ele com certeza iria me rejeitar, só estava fazendo isso por pena, pena da pobre garota que estava morrendo que tinha uma criança em seus braços, que por uma brincadeira de mal gosto da mãe, era sua parceira. Afastei esse pensamento para o fundo da minha mente, vendo Stella com um sorriso banguela fechando os olhos lentamente.
Sorri, passando minhas mãos delicadamente por seus cabelos iguais aos meus, só que menores. Seu corpo foi ficando mais leve, ela havia dormido.
- Você deveria descansar, amanhã será um longo dia - meu parceiro sussurrou enquanto eu colocava Stella ao meu lado cobrindo com a manta vermelha.
Eu não respondi nada, apenas comecei a pegar as almofadas.
- O que você está fazendo? - ele me questionou confuso em um sussurro por conta de Stella estar dormindo.
- Dividindo a cama, não é óbvio? - sussurrei colocando as almofadas no meio da cama.
Cassian engasgou um riso, apenas revirei os olhos terminando de colocar as almofadas.
- Isso tudo é medo de você não se aguentar, e me atacar no meio da madrugada? - Cassian me questionou com um sorriso porco em seus lábios.
O olhei chocada parando de colocar as almofadas no meio da cama.
- Seu porco - sussurrei irritada acertando uma almofada no meio em seu rosto com um pouco de força, quando eu percebi o meu ato e minhas palavras, minha respiração travou enquanto eu arregalei meus olhos com uma expressão de medo. O encarei e ele me olhou chocado.
- Me desculpe senhor - murmurei olhando para minhas mãos trêmulas em meu colo.
- Ei, respira. Olhe para mim, respire - ele murmurou, sua voz demonstrava preocupação segurando meu rosto. Dessa vez meu corpo não se contraiu com o gesto.
- Faça igual a mim - ele sussurrou preocupado olhando em meus olhos enquanto respirava fundo logo em seguida. Comecei a repetir o que ele fazia olhando para seus olhos avelã e por algum motivo isso me acalmou, comecei a respirar normalmente.
Ficamos nos encarando por um longo tempo, sua mão ainda permanecia em meu rosto, causando um formigamento no local.
- Eu sinto muito - quebrei o silêncio que se mantinha no ambiente enquanto encarava.
- Não precisa pedir desculpas, você não fez nada demais - Cassian sussurrou com a voz calma passando o polegar por minha bochecha.
- Você tem que descansar, apenas durma - ele murmurou tirando a mão do meu rosto, enquanto meu corpo protestou pela falta de contato.
- Obrigada, boa noite - murmurei me deitando lentamente na cama e me virando para o outro lado.
- Boa noite querida - ele sussurrou com a voz rouca, senti o outro lado da cama afundar.
- Eu não sou sua querida - sussurrei com os olhos fechados, não conseguindo esconder o sorriso que se formou em meus lábios com suas palavras.
Abri os olhos novamente vendo Stella dormir tranquilamente com os cabelos bagunçados, sorri com a cena passando minha mão delicadamente por seus cabelos.
Fechei os olhos logo após o quarto ficar escuro, a casa provavelmente desligou as fontes de luz. Era estranho pensar que uma era mágica, mas era incrível.
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