20 de março; 2018

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PAREM DE ADIVINHAR O PLOT DAS MINHAS FICS😡😡😡 eu sou tão previsível assim?😭😭😭

Percy deve chegar em alguns minutos. Lucky está dormindo na caminha dele. Atena está no trabalho, para variar. Thalia está na escola.

Mandei a localização para Percy por SMS, agora é só esperar ele chegar.

Estou vestindo um vestidinho de manga fininha. Mas coloquei um cardigam por cima. Percy não precisa ver minhas cicatrizes.

A campainha toca e Lucky pira. Abro a porta e dou de cara com um Percy segurando flores.

- Mamãe me contou que você gosta de rosas, porque tem menos pólen e tals, então aqui está.

- Na verdade, é só porque elas soltam menos pólen. -o corrijo, aceitando as flores.
Libero a passagem para ele.

- Não sabia que você tinha um cachorro. -ele fala enquanto Lucky o inspeciona.

- Ele é meu detetive. -respondo brincalhona, colocando as flores em um jarro.- E parece que gostou de você. -declaro.

Percy faz carinho em Lucky e depois pega o filhote nos braços. Sorrio com isso.

- Vem logo. -chamo.- Mas já vou avisando, meu quarto não tem nada demais.


Percy observa meu quarto tão atentamente que me deixa agoniada. Preciso que ele fale. Preciso desesperadamente que ele diga algo.

Ele senta na cama e sorri.

- Muito organizado, sabidinha. -finalmente fala.- Você arrumou os remédios por horário e importância.

- Bom, algum de nós dois tinha que ser o organizado aqui.

- Eu sou organizado. -diz.
O encara cética.

- Organizado seria eufemismo. -retruco.

- Desculpa aí, miss organização.

- Isso não me ofende. -admito.- A única coisa que tenho controle é isso. -aponto meus remédios.

- Você sabe mesmo cortar um barato.

- Isso também não me ofende. -digo.

- Acho que não deveria. -ele responde.
Ficamos em silêncio.

Meu coração bate forte em meu peito, e me pergunto se, afinal de contas, estar perto de Percy pode me causar um enfarte.

- Você namora? -ele solta.

- Acho que a resposta é meio óbvia. -digo.

- E por que seria?

- Se eu namorasse, não estaria sozinha com um menino em meu quarto.

- Isso não significa nada. -diz.- A menos que você queira me beijar.

- Eu não quero te beijar. -respondo e me arrependo. Talvez eu queira beijar ele.- E você. Namora?

- Se eu namorasse, não estaria sozinho com uma menina no quarto dela.

- Isso não significa nada. -repito o que ele disse, debochando.- A não ser que você queira me beijar.

- Eu quero. -ele fala.
Eu apenas congelo.

Só beijei uma pessoa em toda minha vida. E uma única vez. Não sei muito bem o que fazer.

- Annabeth, é brincadeira. -Percy apoia a mão em minhas costas.- Me desculpa se você não gostou.

- Tudo bem. Eu só... Eu... você quer tomar um café?

- Café? -ele desdenha.- Quantos anos você tem? Cinquenta?

- Dezessete. -respondo, mesmo sabendo que era deboche.- Vamos.



- Eu achei que íamos tomar um café. -Percy fala ao se sentar ao meu lado na areia.
Tem uma praia não muito longe da minha casa.

- Sou uma garota de surpresas.

- Não me diga. -ele cutuca minhas costelas.
Faço uma careta de dor.

- Desculpa. -ele me olha cauteloso.- Te machuquei?

- É que... tem uma cicatriz onde você colocou a mão. -respondo. Ele arregala os olhos. Me apresso em dizer:- Não machucou. Mas... eu tenho medo de machucar.

- Desculpa, Annabeth. Eu não sabia.

- Por favor, não me peça desculpas. -falo.- Esse é o meu trabalho.

- Você tem mais cicatrizes? -ele pergunta.
Por que ainda me admiro com a objetividade dele?

- Várias. -falo.- Eu pareço um espantalho.

- Eu tenho uma cicatriz no joelho. -diz.
Eu deixo escapar uma risadinha.

- Nossa. Que situação difícil.

- Pois é. -Percy assente tristonho.- E você reclamando.

Eu reviro os olhos e ele esbarra nossos ombros.

- Você tem mais amigos, ou só o boa pinta, gostosão aqui? -ele aponta para si mesmo.

- Quem disse que você é meu amigo?

- Não sou? -ele arqueia uma sobrancelha.- Você está tentando apenas me levar para a cama?

- Você tem sonhado bastante com isso, não é? -meu tom é totalmente brincalhão.

- Durante a última semana inteira. -ele responde, sério.

- Te odeio. -resmungo, me obrigando a não sorrir.

- Odeia nada. -retruca.- Se me odiasse, não estaria aqui comigo.

- Sua mãe está me pagando.

- Sally Jackson joga baixo! -ele exclama.
Nós dois rimos e ficamos em silêncio. é um silêncio confortável.

O único barulho é o das ondas quebrando e de algumas crianças brincando na areia.

- Você já se apaixonou? -Percy quebra o silêncio.
Ele está me encarando. Fixo o meu olhar no horizonte.

- Depois que eu descobri o que era amor, eu já estava doente. -sussurro.- Eu nunca me apaixonei romanticamente. Mas eu amo a minha melhor amiga. Se apaixonar nem sempre tem que ser romanticamente.

- Por que você nunca se apaixonou? Romanticamente falando.

Volto meu olhar para ele.

- Não sei. -admito.- Acho que ninguém nunca vai gostar de mim de verdade. Eu estou morrendo, então que diferença faz? Eu não vejo porque alguém poderia se interessar por mim. Isso só a machucaria. O que ela ia ganhar com isso? Semanas no hospital?

- A companhia de uma pessoa incrível.

- Nem todo mundo pensa assim. -volto a olhar para frente.

- Eu penso. -ele diz.
Sinto ele colocar o braço em meus ombros. Continuo olhando para a frente.

Percy beija minha têmpora.

- Você não precisa ser legal comigo por pena. -murmuro.

- Eu não tenho pena de você. -ele contra-ataca.- Eu gosto de ficar com você.

Silêncio de novo.

- Eu também gosto de ficar com você.


Chegamos na porta da minha casa encharcados pela chuva. Percy me ajuda a subir a escadaria da frente porque meu coração está acelerado.

- Eu preciso ir. -ele diz quando começo a abrir a porta.

- Tudo bem. Tenho que estudar.

- Tchau, sabidinha.

- Tchau.

Mas ele não vai embora.

Percy se aproxima de mim e me abraça. Demoro um pouco, mas logo abraço seu pescoço, colocando minha cabeça ali. Ele me dá um beijo na cabeça e corre até onde deixara o carro.

Entro em casa e me encosto na porta.

The Life We Want (won't) Wait For usOnde histórias criam vida. Descubra agora