oioi, não me matem, mas to em semana de prova 💀
- Eu estou bem, Sally. -digo pela milésima vez no dia.
Eram três da tarde. Minha mãe voltara para o trabalho e Thalia fora para a escola.Foi a primeira vez em uma semana que eu vi Atena Chase. Só porque eu quase morri.
Sally termina de trocar o meu soro e faz sua cara típica de desaprovação. Ela é como uma mãe para mim. Só que melhor do que a que eu tenho.
- Se for levantar, tente andar devagar. -ela dá batidinhas em minha mão.- Trouxe cookies para você.
Ela sai do quarto e eu tento me levantar. Pego um cookie azul. Depois outro. E outro.
Pego mais um e saio do quarto, arrastando meu soro pelos corredores do hospital.
- Annabeth! -Juníper, a recepcionista do hospital, grita ao me ver.- Vejo que a Jackson te trouxe cookies.
- Vou ficar doente mais vezes. -digo besteira, para variar. O sorriso some do rosto de Juníper.
- Não diga isso nem de brincadeira. -ela volta a atenção para o computador e eu sei que aquela é a minha deixa.
Passo perto do corredor que dá acesso a neonatal e vejo que tem uma correria por lá. Ou seja: Bebê a caminho.
Meu cookie acabou. Penso que deveria ter trago o prato comigo. Mas não iria conseguir carregá-lo.
- Olha só. O mundo é pequeno mesmo. -continuo andando. Não sei se foi comigo.- Ei, loirinha!
Me viro e dou de cara com o garoto de ontem. É comigo, sim. Ele está caminhando em minha direção.
- Você está bem? -pergunta e nós dois olhamos para o soro que estou carregando.- Pergunta idiota. Desculpa.
- Tudo bem.
- Com você? -ele arruma a mochila no ombro.
- Por ter feito uma pergunta idiota. -repito.- Tudo bem por ter feito uma pergunta idiota.
Não sei porque respondi isso. Acho que fiquei nervosa. Pessoas não costumam me deixar nervosa.
- Como você se chama? -pergunta. Encaro o meu soro. Uma gota caindo por segundo.- Certo. Loirinha, você...
- Annabeth. -odeio que me chamem de loirinha.- Meu nome é Annabeth.
- Ah, claro. -ele sorri.- Annabeth, então. Você viu minha mãe?
- Não. -respondo rapidamente.- Por que eu teria visto ela? Eu não te conheço. Não sei quem ela é.
Pessoas não me deixam nervosa. Ele me deixa nervosa.
- Bem, ela trabalha aqui. -o moreno dá de ombros.- Pensei que por você estar com... -ele encara o soro.- aqui. Por você estar aqui, pudesse ter visto ela.
- Eu não venho aqui sempre. -minto. Ultimamente, passei mais tempo nesse hospital de que em minha própria casa. Conheço esses corredores melhor do que muita gente.- Quer dizer... eu... Eu só passei mal.
- Tudo bem. Não estou pedindo justificativas. -ele coloca a mão esquerda no bolso do moletom.- Até mais, então.
Ele passa por mim e eu viro minha cabeça sobre o ombro. Sally Jackson ia passando no final do corredor. Percy acena para ela.
Ah, não.
Viro para a frente e começo a andar o mais rápido possível.
- Annabeth? -a voz de Sally vem em minha direção.
Enrijeço meus ombros e paro de andar. Meu olhar fixo no final do corredor.- Você não pode andar tão rápido assim, mocinha. -ela reclama, sua voz se aproximando. O garoto está do lado dela.- Vamos. Vou te levar para o seu quarto. -e se vira para o menino:- Me espere na recepção, querido.
Começamos a andar em silêncio. Então eu crio coragem e pergunto:
- Ele é seu...?
- Filho? -Sally sorri.- É sim. Desculpa não ter apresentado vocês. Mas, se serve de consolo, ele está suspenso e vai passar as tardes aqui pela próxima uma semana. E você também.
Não. Não serve de consolo.
- Vamos. Está quase na hora do seus remédios. -ela apoia a mão em minhas costas e me guiando pelos corredores até meu quarto.
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The Life We Want (won't) Wait For us
Ficción históricaAs consultas e internações de Annabeth se tornaram mais frequentes depois do acúmulo de bactérias em seu coração. Ela precisa de um transplante e não poderia haver um jeito pior de tê-lo conseguido.