-- Vista algo atraente, querida. Jisoo volta hoje, de acordo com Soojin, e não quero que ela desista do casamento. -- Rosé sorriu internamente pensando na hipótese, mas logo lembrou que se não casasse com Jisoo seria com outra pessoa.
Dois dias haviam se passado desde que Jisoo partira e Rosé nunca se viu tão feliz depois que soube que seu ex-namorado a enganava. Não que ela tivesse repulsa ou algo assim por Jisoo, ela apenas não conseguia encarar o fato de que se casariam. Teria passado dias conversando com a moça do rio, mas não suportava dez minutos ao lado de sua noiva. Eram a mesma pessoa, mas na primeira delas não havia o peso de um casamento.
-- Você sabe que após o casamento terão que se mudar, não é? -- Rosé perguntou. -- Só está aqui para confirmar de que Jisoo não fará nada comigo antes do casamento, mas pelas tradições vocês não deveriam morar conosco. -- Clare a olhou séria.
-- A casa é enorme... mas eu sei. Vou pedir à Jisoo para comprar uma casa aqui pela cidade para mim.
-- Jisoo não é seu banco. -- Rosé alegou irritada.
-- Que bom que pensa assim, pelo menos sorrirá quando te parabenizarem pelo casamento, assim mostra não ser por interesse.
-- Por que fazem isso? Só nos povoados as moças têm idade para casar. Aqui a maioria é livre para decidir com quem e quando se casar.
-- Estamos fazendo isso pelo seu bem, filha.
-- Meu bem? Eu só aceitei essa droga de casamento porque poderia ser algum tarado, grosso, bruto e nojento. Se você não me ameaçasse eu não teria aceitado me casar com Jisoo. Eu não a amo!
-- Ela te proporcionará uma vida de rainha. Depois que essa sua fase de sonhadora apaixonada acabar e você amadurecer você me agradecerá pelo que estou fazendo. -- Rosé bufou.
-- Onde está papai? -- Decidiu mudar de assunto para não se irritar mais.
-- Com o antigo administrador.
-- Jerry?
-- Sim. Eles parecem ter assuntos intermináveis. -- A mulher disse rindo satisfeita.
-- Rosé? -- A voz de Soojin preencheu o grande salão.
-- Eu vou passear no jardim para que fiquem à vontade. Com licença. -- Clare disse antes de se retirar.
-- Rosália fez uns biscoitos deliciosos e roubei alguns para nós. -- Ela disse revelando a caixinha de biscoitos em suas mãos. A risadinha de Rosé foi adorável.
-- Você é maluca. Senta aqui, quero provar. -- Falou animada.
Nesses dois dias de ausência de Jisoo, Soojin e Rosé ficaram bem próximas, pois passavam o dia conversando e rindo de coisas aleatórias. Rosé se sentia bem à vontade com a baixinha e sentia que podia confiar nela.
-- Hey, não coma tudo. Trouxe para nós duas. -- Soojin reclamou, vendo Rosé devorar os biscoitos.
-- Desculpe. -- Disse com a boca cheia, usando sua mão direita tampar a boca. Terminou de comer e continuou. -- Eu sou viciada por qualquer coisa doce.
-- Jisoo também. Se matarão para ver quem fica com os doces então. -- Disse e Rosé parou de sorrir na hora. O simples escutar do nome de sua noiva a trazia a sua realidade. -- Não deveria ficar tão chateada por se casar com ela. Ela é maravilhosa e te tratará como uma rainha.
-- Já me disseram isso, mas... -- Suspirou. -- Eu não a amo.
-- Rosé... -- Soojin foi interrompida pelo barulho de algo se quebrando. -- Acho que Jisoo chegou.
-- Como sabe?
-- Tem coisas sendo quebradas dentro da biblioteca. Só pode ser ela.
-- Por que ela quebraria coisas lá dentro?
-- Quer ir descobrir? -- Rosé gostaria de dizer que não, que não queria correr o risco, mas sua curiosidade falou mais alto. Se levantou e acenou para Soojin, para então seguir para a biblioteca. Soojin já havia lhe apresentado toda a casa, então não teria problemas em achar nada por ali.
-- Jisoo? -- Chamou sutilmente após deixar três batidas na porta. -- Posso entrar?
-- Não acho... que seja uma boa ideia, Rosé. -- Pelo tom de voz, Rosé percebeu que Jisoo chorava e, sem entender bem o que lhe deu, abriu a porta mesmo assim.
Se deparou com vasos quebrados e livros jogados para todos os lados, mas o que lhe chamou a atenção foi a morena debruçada sobre sua mesa, apoiada em seus punhos. Jisoo ergueu a cabeça ao ouvir a porta sendo fechada e se deparou com Rosé. A menor percebeu os olhos inchados, as bochechas avermelhadas e lágrimas na face de Jisoo.
-- O que houve? -- Perguntou se aproximando.
-- Algo no trabalho. Desculpe, não deveria me ver assim. -- Disse enxugando suas próprias lágrimas. -- Como está? Já se acostumou com a casa? -- Forçou um sorriso.
-- Sim, mas não vim para falarmos de mim. O que houve com você? Por que chorava? -- Perguntou, agora já de frente para sua noiva.
- Foi pela pequena batalha que tivemos. -- Confessou.
-- Perderam?
-- Não a batalha. -- Rosé franziu o cenho.
-- Como assim?
-- Dois de meus homens morreram. Eles eram... eram boas pessoas. -- Disse em um fio de voz. -- Eles não deveriam...Foi tudo minha...a culpa foi... -- Soluços começaram a escapar de Jisoo, inevitavelmente. -- Eu não pude fazer nada para ajudá-los, Rosé. Absolutamente nada. -- Rosé sentiu seu coração se apertar ao ver a fragilidade da garota em relação a isso.
-- Hey... -- Tomou hesitante as mãos de Jisoo. -- A culpa não foi sua. Você não pode levar todos os seus homens nas costas. Eles sabiam o que poderia acontecer quando se alistaram.
-- Mas eles m-morreram para salvar a minha vida. -- Jisoo disse aos prantos. Rosé não resistiu e puxou Jisoo para seu colo, começando um carinho leve em seus cabelos, no intuito de acalmá-la.
-- Eles estavam cientes disso e se o fizeram era porque acreditavam em você como líder. -- Jisoo levantou seu olhar para Rosé, quem nesse momento só queria que Jisoo parasse de chorar.
-- V-você acha? -- Rosé deu um leve sorriso e assentiu.
-- Claro que sim. -- E depois disso nada mais disseram. Ficaram na mesma posição por alguns minutos, Rosé acariciando os cabelos de Jisoo enquanto a morena se permitia chorar no colo de sua noiva.
-- Jisoo? -- algumas batidas na porta foram ouvidas e um baixo "pode entrar" de Jisoo permitiu a entrada de Jennie. -- Desculpe interromper. Só vim perguntar se quer que eu vá anunciar à família deles sobre... Você sabe. -- Jennie odiava isso tudo. Sabia que Jisoo ficava arrasada sempre que algum deles morria. Jisoo sempre negava e sempre dizia que ela mesma iria anunciar à família. Se sentia na obrigação de fazer isso.
-- Não. -- Jisoo negou, levemente mais calma. -- Eu mesma vou. É o mínimo que posso... -- Sua garganta se fechou e mais lágrimas desceram de seus olhos.
-- Você não vai à lugar nenhum. -- Rosé, em um golpe de coragem, disse de pronto. -- Pode ir avisá-los, Jennie. Digo, se não for incomodo.
-- De maneira alguma. -- Jennie respondeu.
-- Mas eu...
-- Mas nada. Você está exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente. – Rosé falou. -- Então você vai deitar no meu colo e eu vou continuar fazendo carinho em você até que se acalme. Depois você vai subir e tomar um banho para ir comer algo e depois descansar. -- Rosé não sabia de onde tinha vindo isso, só sentiu necessidade de proteger Jisoo.
-- Tudo bem. -- Jisoo disse deitando sua cabeça no colo da mais nova novamente. Jennie sorriu com a cena. Essa garota definitivamente faria bem à Jisoo e ver isso confortou seu coração.
-- Ok. Com licença. -- Jennie disse, deixando ambas à sós novamente. Rosé continuou sua carícia e minutos depois escutou o leve ressonar da morena, percebendo que ela tinha caído no sono finalmente.
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Over The Rainbow - Chaesoo
FanfictionOver The Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Rosé, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Chanyeol, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Sandara, deseja que a filha conquis...