Capítulo 49

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Rosé adentrou o quarto empurrando a porta com as costas, já que suas mãos estavam ocupadas pela bandeja que ela trazia consigo. Fechou a porta com um dos pés e caminhou até Jisoo, se sentando ao lado dela na cama. Já havia ido ali e limpado a sujeira que Jisoo havia deixado.

-- Trouxe suco de laranja e uma maçã para você. -- Falou sem jeito. -- É o mais seguro a se colocar no estômago agora, mas como sei que você é teimosa tomei a liberdade de trazer algumas torradas também.

-- Obrigada. -- Jisoo disse.

-- Eu também trouxe aspirina. -- Falou e Jisoo focou seus olhos no remédio, franzindo o cenho.

-- Estou vendo duas aspirinas aqui.

-- Você não foi a única a beber ontem à noite. -- Rosé disse rindo fraco. Ambas tomaram o remédio e Jisoo comeu em silêncio, enquanto Rosé lhe admirava quieta. Assim que Jisoo terminou de comer Rosé sorriu. -- Não tocou nas torradas?

-- Você disse que a maçã e o suco eram o mais seguro a se colocar no estômago agora. -- Falou e Rosé assentiu se levantando.

-- Vou deixar a bandeja sobre a mesinha, tudo bem? -- Falou e Jisoo assentiu, vendo Rosé pegar a bandeja e colocar onde havia dito, caminhando em direção à sua mala logo em seguida. -- Eu, hm, eu já vou indo então, já que não precisa mais de mim. -- Falou tristemente, sentindo seu coração se despedaçar, encarando Jisoo uma última vez antes de puxar a alça da mala.

-- Quem disse que eu não preciso de você? -- Ouviu Jisoo dizer com a voz vacilando e voltou seu olhar para a mais velha. Jisoo se levantou e caminhou até Rosé, retirando a alça da mala de sua mão e a fitando nos olhos.

-- Do que precisa? -- Rosé perguntou fitando os lábios de Jisoo ao ver a proximidade da maior. Jisoo apenas suspirou.

-- Disso... -- Em um ato intenso, Jisoo se inclinou e beijou Rosé, pegando a mais nova de surpresa e fazendo ambos corações dispararem contra o peito.

Subitamente Rosé sentiu mais vontade de chorar do que queria admitir, mas retribuiu ao último beijo sem hesitar. O beijo foi curto, apenas deu para sentir as línguas juntas em uma fração de segundos, porque no instante seguinte Jisoo parou o beijo e envolveu Rosé em seus braços, começando a chorar descontroladamente.

Rosé não aguentou segurar o choro e desabou junto com Jisoo, desfrutando do possessivo abraço da mais velha.

-- Eu te amo. -- Rosé sussurrou entre o choro.

-- Não diga que me ama, a menos que ame. -- Jisoo disse se separando do abraço e lhe fitando intensamente, com o rosto encharcado por lágrimas.

-- Eu te amo tanto. -- Rosé disse novamente, abaixando a cabeça para enxugar algumas lágrimas. Jisoo ergueu seu queixo com o indicador e polegar e suspirou.

-- Olha dentro dos meus olhos e repete. -- Rosé suspirou, encarando Jisoo de uma maneira tão intensa que Jisoo não precisou ouvir mais nada para acreditar no que Rosé dizia.

-- Eu amo você, Kim Jisoo. -- Disse convicta. -- Amo tanto que chega a doer; amo tanto que, cada vez que você me olha, meu estúpido coração quase explode de tão rápido que bate; -- Disse sentindo um nó se formar em sua garganta ao ver Jisoo apoiar sua testa na dela. Ter Jisoo tão próxima sempre a fazia perder o ar, como se cada célula de seu corpo gritasse por aproximação e, devido a manter a distância, seus pulmões a faziam arfar de tão cansativo que era se manter longe dela.  -- Amo tanto que apesar de você não acreditar, aqui estou, falando que eu te amo desesperadamente, com cada fibra do meu ser. -- Disse mordendo seu lábio inferior antes de voltar a falar. -- Eu não sei dizer o momento exato em que esse amor começou, mas tenho a plena certeza que jamais vai acabar.

Jisoo engoliu em seco e assentiu, deixando o silêncio pairar entre as duas por longos segundos.

-- Meu cérebro dorme quando bebo. -- Jisoo finalmente sussurrou. -- Me desculpa, Rosie... Me desculpa... -- Pediu quase em desespero, abraçando Rosé, fazendo a mesma franzir o cenho. Enxugou algumas lágrimas e se desvencilhou do abraço, lhe encarando.

-- Desculpa pelo quê?

-- Por ter desconfiado daquela estupidez. Você não faria aquilo.

-- E como deduziu isso só agora? -- Rosé perguntou confusa, sentindo seu coração gritar esperançoso.

-- Por Deus, Rosé... -- Jisoo disse erguendo sua mão e acariciando o rosto da menor. -- Você passava horas para chegar do outro lado do parque, apenas para não cansar o coelho. Não teria a coragem de me magoar. -- Rosé riu baixinho e se jogou no abraço de Jisoo, afundando seu rosto na curva do pescoço da maior e chorando de alívio.

-- Eu senti medo. -- Rosé disse enquanto chorava baixinho.

-- Eu não sei bem o que houve e preciso ainda entender, mas minha mãe me ajudou a abrir os olhos. -- Jisoo disse enquanto afagava os cabelos de sua esposa.

-- Sua mãe? -- Rosé perguntou erguendo a cabeça, ainda abraçada com Jisoo.

-- Sim... -- Jisoo disse levando uma mão até o rosto de Rosé e enxugando suas lágrimas. -- Digamos que eu não consegui dormir logo. -- Disse, se inclinando e dando um longo beijo no rosto de Rosé. -- Algumas coisas ainda não batem. -- Rosé olhou temerosa para Jisoo assim que ouviu aquilo.

-- Já está desconfiando de novo de mim? -- Perguntou e Jisoo riu baixinho.

-- Pretendo nunca mais cometer esse erro de novo. -- Sussurrou depositando um beijinho sobre o nariz de Rosé. -- Meu cérebro deve ser apaixonado pelo álcool, porque ficou besta. Depois de minha mãe confirmar que você esteve lá embaixo o tempo inteiro eu deveria ter me tocado, mas como disse... Minha inteligência evapora quando bebo.

-- Bom saber; vou mandar quebrar todas garrafas de bebida alcoólica dessa casa. Você é rica mesmo, não vai ligar. -- Jisoo gargalhou ao ouvir o tom doce que sua esposa usara e tornou a abraçar forte Rosé.

-- Você é minha mulher, é tão rica como eu. -- Falou inalando o cheiro dos cabelos, ainda molhados, de Rosé.

-- O bem mais precioso que eu tenho é seu amor por mim. -- Disse baixinho, enterrando a cabeça na curva do pescoço da maior, como se estando ali ninguém pudesse voltar a atingi-las.

-- Então... -- Falou, vendo Rosé erguer a cabeça e lhe encarar. -- Pretendo te deixar rica para o resto de nossas vidas. -- Disse roçando seus lábios nos de Rosé. Rosé suspirou e fechou os olhos ao sentir o esbarrar de bocas e Jisoo sorriu ao ver o quão rendida Rosé ficava aos seus toques. Se sentiu estúpida por ter duvidado de sua esposa, afinal ela havia lhe dito a verdade sobre quem em realidade era Peter, não teria por que dizer se fosse fugir com Chanyeol.

Suspirando feito idiota se inclinou, tocando tão delicadamente os lábios de sua esposa que a mesma gemeu ante a tanta doçura. Rosé adentrou sua língua na boca de Jisoo ao mesmo tempo que levava sua mão até a nuca da mais velha. Jisoo, por sua vez, aproveitava o momento, porque sabia que assim que saísse daquele quarto encontraria quem a fez acreditar naquela merda. E o culpado...? Bem, ele pagaria caro por ter feito Rosé derramar lágrimas quando merecia apenas dar sorrisos. Todos os sorrisos do mundo.

Over The Rainbow - ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora