Rosé abriu os olhos lentamente antes de piscar várias vezes. Encontrou o par de olhos negros lhe encarando com preocupação e só então se lembrou do que havia acontecido. Se levantou às pressas, percebendo que estava no quarto de Jisoo, ou no delas, como Jisoo costumava chamar.
-- Hey... não se levante assim, você pode se sentir tonta. -- Jisoo disse com doçura na voz. Deu sorte de todas as grandes festas ocorrerem no salão principal de sua casa, porque assim pôde levar Rosé rapidamente para o andar de cima e acomodá-la rapidamente.
-- Vou te fazer uma pergunta e quero que me responda com toda a sinceridade. -- Rosé falou notoriamente alterada.
-- Pois bem. Faça. -- Jisoo disse, curiosa.
-- Você ajudou minha mãe a armar contra Chanyeol e eu? -- Jisoo arqueou uma sobrancelha em total confusão.
-- Como?
-- Não se faça de sonsa! -- Rosé gritou caminhando em voltas pelo quarto. Jisoo a alcançou e segurou seu braço delicadamente.
-- Não estou entendendo. -- Falou e sentiu Rosé puxar bruscamente seu braço do toque de suas mãos.
-- Então deixa eu perguntar melhor. Há quanto tempo vem me querendo? Há quanto tempo tem vontade de me beijar? -- Jisoo corou. Não queria falar a verdade, seria embaraçoso, mas jamais mentiria para Rosé.
-- Hm, desde...a-alguns meses antes de nos casar. -- Confessou cabisbaixa.
-- E achou que eu não descobriria seu jogo sujo com minha mãe para fazer eu me casar com você? -- Perguntou aos gritos. Jisoo não estava conseguindo entender o que sua esposa estava tentando dizer.
-- Rosie... -- Jisoo foi calada pela mão de Rosé acertando em cheio seu rosto. Levou a mão ao rosto mais por surpresa do que por dor, apesar de Rosé ter um tapa realmente ardido.
-- Nunca mais me chame assim! -- Impôs. -- Eu tenho tremendo nojo de você. Não pense que seu dinheiro possa ter comprado meus sentimentos, porque não, Jisoo, não comprou.
-- Você ao menos pode me explicar o que...
-- Basta! -- Rosé gritou. -- Para de se fingir de vítima aqui, meu Deus. -- Pediu. Seu peito inflava e desinflava rapidamente.
-- Como fui idiota a tal ponto? Claro que acreditei que foi uma coincidência você aparecer limpando as minhas lágrimas assim que minha mãe me contou a pior das mentiras e no dia seguinte apareceu em casa pedindo a minha mão. -- Disse em ironia.
-- Rosé, já chega! -- Jisoo falou um pouco mais alto. -- Eu não sei de que merda você está falando, mas eu não tentei te comprar jamais. -- Falou irritada. -- E tem mais, você me pediu para casar com você, não o contrário.
-- Porque minha mãe conhece o quão idiota posso ser. -- Contestou. -- Sou patética. -- Disse chorando.
-- Não, você não é. -- Jisoo a corrigiu, mas Rosé a olhou feio novamente.
-- Pare de agir como esposa perfeita porque seu joguinho já foi descoberto. Essa boa pose de ser perfeita, de me fazer sentir segura e até mesmo atraída por você acabou. Eu não ficaria com você nem por todo o dinheiro do mundo. -- Cuspiu as palavras. -- Só porque você é lésbica acha que todo mundo têm o mesmo tipo de atração que você? Acha que só porque é rica todas as garotas da cidade vão te desejar, mas adivinha só? Eu tenho repulsa, asco por você. Fui clara? Agora com licença.
Jisoo até tentaria ir atrás dela, mas não podia negar que suas palavras a feriram de um jeito profundo. Não havia feito nada para merecer tamanho distrato, mas no fundo só ouviu da boca de Rosé o que sempre soube. Ninguém jamais, em sã consciência, ficaria com ela por sentir algo. E rendida a esse pensamento foi para o banheiro tomar um banho e talvez, no secreto daquelas paredes, chorar.
[...]
-- Onde está a mamãe? -- Rosé gritou ao chegar em frente à casa onde Jisoo lhes havia deixado. Havia pedido para um dos guardas lhe levar ali devido ao horário noturno.
-- Olá, filha! -- Seu pai disse sorrindo, mas perdeu o ânimo ao ver que sua filha chorava e parecia irritada. -- Está lá dentro. -- Disse a localização da mulher.
-- Você não tem nada a ver com isso, não é? -- Perguntou para seu pai, quem entortou a sobrancelha em confusão.
-- Com isso o quê?
-- Por Deus, o que são esses gritos? -- Clare saiu da casa, confusa pela gritaria.
-- Como pôde, mãe? -- Perguntou ainda chorando. -- Eu estava apaixonada por ele. -- Confessou em um sussurro.
-- Querida, por Deus, do que está falando? -- Fingiu confusão.
-- Pode tirar sua máscara. Encontrei a Elisabeth ou seria... Lindsay? -- Os olhos de Clare se arregalaram e a mulher percebeu que não teria outra escolha senão dizer a verdade.
-- Oh por Deus. Eram apaixonados, mas viveriam aonde? Em um chiqueiro qualquer? -- Perguntou com desdém. -- Como sustentariam meus netos? Com restos de ração e com leite de vaca? Você deveria me agradecer. Eu te fiz um favor. -- Completou cruzando seus braços abaixo do peito.
-- O que está acontecendo aqui? -- Mason perguntou completamente alheio aos acontecimentos.
-- Além do mais você nem o amava. Amor e paixão são duas coisas bem diferentes. -- Resolveu ignorar a pergunta do marido apenas para dar a cartada final. -- E mais, desconfio até dessa paixão. Você só estava encantada por ele. -- Mason olhou confuso para ambas.
-- Sua querida esposa se uniu com Jisoo para bolarem um plano ridículo. -- Clare franziu o cenho ao ouvir o nome de Jisoo, mas não entendeu. Rosé decidiu contar tudo para seu pai e o homem viu a cena com horror nos olhos. Como Clare chegara tão longe? Decidiu partir da casa naquela mesma noite, voltando para sua casa no vilarejo. Clare teve que o seguir, completamente contrariada e Mason deixou claro que a partir de agora as decisões tomadas seriam todas única e exclusivamente dele.
No caminho de volta para casa Rosé estava magoada, triste. Como, em milhões de anos, imaginaria que sua mãe e sua esposa pudessem se unir para lhe atingir de tal forma? Estava arrasada, tinha certeza que nada mais sentia por Chanyeol, sabia admitir que com o passar dos dias lembrava dele cada vez menos, mas vacilou ao sentir a enxurrada de informações caindo em seu colo. Porém, uma coisa era incontestável. Ao chegar em casa acabaria com aquele casamento de uma vez por todas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Over The Rainbow - Chaesoo
أدب الهواةOver The Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Rosé, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Chanyeol, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Sandara, deseja que a filha conquis...