Capítulo 20 - Tentativa de fuga

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Angel acordou com o corpo pesado na cama. Sua cabeça doía e seus olhos estavam inchados. A garota se deitou na cama assim que terminou de tomar banho e não conseguiu parar de pensar em Charles até pegar no sono - em lágrimas. 

Angel lembrou que a última vez que chorou deitada daquela forma foi quando soube que Henriette havia a enganado. Angel estava com tanto medo por estar sozinha em uma cidade como Paris e confiou tanto na mulher que chorou. 

Em silêncio para não acordar Esme, Angel chorou até adormecer. Seu nariz estava vermelho e seus olhos inchados quando a garota se encarou na tela de seu celular pela câmera frontal. Angel não queria sair da cama, poderia ficar o dia todo naquela posição, encolhida. Parecia a forma que seu peito doía menos com a angustia que ela sentia, o tempo todo seu cérebro a lembrava da imagem de Charles se afastando. 

A garota achava que o tinha nas mãos, mas ela estava enganada, Charles não a queria, não verdadeiramente, ele preferia Charlotte. 

- Angel? - Esme murmurou - Está dormindo? Por que está na cama de cima?

Esme subiu em um degrau da escada da beliche para encarar Angel que guardou o celular e fingiu dormir. 

- Não adianta fingir, eu sei quando está dormindo de verdade, garota - Esme acariciou o braço da amiga - Eu ouvi você soluçar a noite toda, Angel... 

A garota abriu os olhos e encarou a amiga.

- Ouviu?

Esme assentiu. 

- O que aconteceu? Eu vi você saindo com Mattia e depois ouvi você chegar... O que aconteceu? Ele feriu você?

Angel negou com a cabeça. 

- Ele tentou fazer alguma coisa com você?

- Não, não... Não foi nada disso, eu só estou meio sensível, acho que estou sentindo falta da minha mãe. 

As sobrancelhas de Esme quase se tocaram, a amiga tentou oferecer sua melhor expressão de solidariedade a amiga.

 - Ah, querida... - Esme subiu na cama e abraçou a amiga.

Angel se aconchegou no abraço de Esme e não conseguiu segurar as lágrimas, adoraria receber um abraço da mãe e ouvir o que ela teria para dizer a ela sobre Charles.

- Por que não... Pedimos uma folga para Lya e Dion? Eu vou com você para sua casa, eles não vão negar uma viagem para ver a sua mãe doente.

Angel levantou a cabeça e franziu o cenho para encarar a amiga.

- Mas minha mãe não está doente, Esme. 

Esme deu de ombros.

- Lya e Dion não precisam saber a verdade. Eles vão querer uma prova de que vamos voltar e que não vamos fugir e ficar em Paris. 

Angel deu um longo suspiro e encarou o teto. 

- É, acho que não é uma má ideia ir para casa, depois de dois anos sem ver minha mãe... - Angel segurou seu celular e enviou uma mensagem a Lya perguntando se podiam conversar, eram três da tarde e logo Lya respondeu com um breve "oui".

As duas amigas conversaram rapidamente com Lya na sala da administração na boate. Inicialmente, a mulher desconfiou, mas depois amoleceu e concordou com a viagem. 

- Pensa em ficar quantos dias lá? 

Angel deu de ombros. 

- Acho que no máximo, quatro, cinco dias. Não há muito em Alençon que me prenda lá, acho que quatro dias serão suficientes, depois posso trazer minha mãe para ficar por Monte Carlo. 

Fools | 1 | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora