Naquele dia, quando saímos do consultório de Diane, decidimos almoçarmos juntos para conversarmos sobre a viagem que ela nos propôs. Nós escolhemos ir para o Colorado aproveitar a temporada de neve para esquiar.
Eu confesso que fiquei bastante entusiasmado com essa viagem e fiquei contando os minutos para chegar o dia.
Então, no fim de semana seguinte, chegou o tão esperado dia. Nós fizemos uma viagem tranquila e durante todo o voo aproveitamos para falarmos as nossas expectativas sobre os próximos dias.
Andy: Você sabe que eu não tenho medo do perigo, mas esquiar é algo que nunca fiz. Estou bem animada.
Robert: Antes dos meus pais morrerem, eles gostavam de passar as férias em locais em que pudéssemos esquiar, então eu aprendi desde criança. Mas desde que eles se foram, nunca mais esquiei. Não sei se ainda tenho essa habilidade.
Andy: Talvez seja como andar de bicicleta, logo seu corpo vai se lembrar como faz.
No primeiro dia decidimos que iriamos descansar, pois além das longas horas de viagem, a última semana havia sido intensa em nosso trabalho. Ficamos a maior parte do tempo nas redondezas do hotel.
Na manhã seguinte saímos cedo para a pista de esqui. Eu nunca tinha visto Andy tão empolgada como naquele dia. A alegria e animação dela estava me contagiando.
Quando começamos a esquiar, aconteceu o que eu previa: caí com menos de 1 minuto de tentativa de me deslocar com a prancha. Acho que meus 2 metros de altura e o atual tamanho dos meus pés não me favoreciam mais igual quando eu era criança. Fiquei um pouco desengonçado no início, o que despertou gargalhadas em Andy. Se o objetivo dessa viagem era nos divertirmos, certamente estávamos conseguindo. Poucas tentativas depois, meu corpo se lembrou como fazer e então eu já me sentia tranquilo para descer o vale.
Andy esperou que eu me lembrasse como fazer para então se juntar a mim. Eu lhe dei as mãos para que ela se sentisse segura.
Andy: Robert, eu vou cair.
Robert: Confia em mim. Iremos com calma.
Andy: Ok.
Eu fui ensinando-a a se equilibrar e não me surpreendeu ver que logo ela aprendeu.
Quando ambos estávamos seguros, descemos a pista com tranquilidade. Não tínhamos motivos para pressa. Apreciamos a vista e o vento que tocava em nossos rostos. Tudo estava fluindo muito bem e ambos estávamos satisfeitos por escolher esse lugar para a nossa viagem. Era divertido ouvir os gritos de adrenalina vindos de Andy.
Não demoramos muito para chegar ao final da pista. Retiramos nossas pranchas e, enquanto Andy havia ido ao banheiro, eu fiquei olhando aquela paisagem e me recordando da minha infância.
De repente me surpreendi com uma bola de neve me atacando pelas costas. Ela havia retornado e me assustou com sua brincadeira. Obviamente precisei revidar. Ficamos algum tempo brincando de guerra de bolas de neve até que ambos estavam exaustos e nos sentamos para descansar.
Robert: Você está se divertindo?
Andy: Muito. Não me lembro de ter feito algo parecido em toda a minha vida.
Percebi que Andy ficou em silêncio e eu não quis interromper seus pensamentos. Quando ela se sentiu confortável, ela me contou.
Andy: Fico pensando em todos os esforços do meu pai para me criar sozinho. Ele fez o melhor que pôde, mas ele nunca me proporcionou uma viagem que não fosse para eventos dos bombeiros. Ele dedicou toda a sua vida pela profissão e observo que, mesmo agora, eu sendo adulta e independente, estou reproduzindo a mesma vida que ele teve.

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A Terapia
Fanfiction"Fale com alguém... Robert, um terapeuta, um terapeuta junto com o Robert..." (Diane) Como seria se Andy tivesse seguido os conselhos de Diane e buscado uma ajuda profissional? Pensando em como teria sido se isso tivesse acontecido...