Capítulo 05

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O tempo estava passando e eu estava me sentindo incomodada por ainda estar morando com Maya e Carina. Eu comecei a procurar um apartamento para morar, mas Dean me ofereceu um quarto em sua casa. Ele estava muito atarefado com a missão de ser pai sozinho enquanto estava implantando seu novo programa Crisis One. Então, ele me pediu ajuda com a Pru e eu aceitei. Eu amo aquela garotinha e foi uma boa proposta ajudar o meu amigo e ainda ter onde morar.

Todos os dias eu o ajudava a preparar a Pru e a levava para a creche antes de ir para a estação. Já estava virando uma rotina a qual estava gostando bastante. Passar algumas horas com criança nos faz sentir mais leves. E era isso que eu estava sentido. Depois de tantos meses sombrios, eu estava vivendo dias de paz e alegria.

Mas quando penso que a minha vida está voltando ao normal, um novo problema sempre me surge. Hoje foi um desses dias. Talvez uma dos piores dias.

Acabo de presenciar a morte do meu grande amigo enquanto trabalhávamos. Dean está morto. Eu não quero acreditar, mas é essa a verdade. Ele se foi e agora a pequena Pru é mais uma garota abandonada pela mãe e que perdeu o pai em um incêndio, assim como eu. A única diferença entre nós duas é que ela ainda é tão pequena para enfrentar tudo isso.

Não sei o que está doendo mais: a perda do meu amigo ou imaginar o futuro de Pru.

Com tudo que estou sentindo, eu ainda tenho tanto a pensar. Eu preciso pensar em Vic. Ela se acidentou gravemente e ainda está internada. Também preciso pensar em Jack, que era um dos melhores amigos de Dean. Preciso ajudar o Ben e a Bailey com os cuidados com Pru. Eles são os responsáveis legais por ela perante o testamento, mas nas últimas semanas eu estava morando na casa de Dean, então eu estava ajudando a cuidar dessa garotinha. Ela já está acostumada comigo e eu sei toda a rotina e as necessidades dela.

A minha cabeça estava pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. Eu deveria voltar para a 23, pois o nosso capitão também está gravemente ferido. Mas eu não consigo ir para a 23. Eu preciso estar perto dos meus amigos da 19 nesse momento.


Entrei na 19 e encontrei todos arrasados. Havia um silêncio absoluto enquanto cada um estava assentado em um canto da cozinha. Juntei-me a eles naquele silêncio, mas a verdade era que eu queria chorar até colocar para fora toda a minha dor. Eu não estava conseguindo ficar ali. Então, decidi ir para a passarela acima do estacionamento e ficar um pouco sozinha.

Eu percebi que Robert saiu da cozinha logo após a mim e caminhava no mesmo sentido que eu. Ele sabia para onde eu ia. Ele sempre sabe o que eu preciso.

Quando parei de caminhar, fiquei lá de cima olhando as ambulâncias estacionadas e deixei as minhas lágrimas caírem.

Senti o braço de Robert me envolver em um abraço que me deu a coragem de liberar toda a angústia que estava presa em mim. Eu chorei no ombro dele. Um choro no qual derramei toda a dor que estava sentindo.

Quantas vezes esse ombro recebeu minhas lágrimas? Quantas vezes eu tive esse apoio nos meus momentos mais difíceis? Quantas vezes senti que mesmo doendo, eu ia superar? Sim. É sempre no ombro de Robert que eu encontro alguma força e conforto.

Robert: Está se sentindo um pouco melhor?

Andy: Sim. Ainda vai doer por algum tempo, mas eu vou ficar bem. Obrigada.

Robert: Andy, nós estamos separados, mas você não está sozinha, ok? Se precisar de qualquer coisa, você sabe que eu não vou te negar. Pode me ligar ou chamar a hora que precisar.

Eu queria dizer que eu precisava dele. Que só ele era capaz de me dar um pouco de energia para superar mais essa dor. Eu me lembrei de como ele cuidou de mim quando meu pai morreu e tudo o que eu queria era a companhia dele ao menos até a dor amenizar.

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