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before caos

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before caos


— Senhoras e senhores passageiros, peço que permaneçam em seus acentos e apertem os cintos. Estaremos pousando em alguns minutos. — A voz da aeromoça ecoou pelo avião logo que a mesma apertou o botão do pequeno microfone, alertando que logo chegariam no destino desejado.

A Forbes, sentada na poltrona da janela, esfregou os olhos devagar para não se machucar com as unhas recém-pintadas enquanto se arrumava melhor no assento e aproveitava os últimos minutos de voo para guardar algumas coisas na mochila que ocupava o banco ao lado, se sentia pesada por dormir durante toda a viagem e partes do seu corpo doía devido à posição ruim em que ficou a maior parte do tempo. Tinha certeza que, assim que tomasse um bom banho, cairia em sua antiga cama e deixaria seu sono guiá-la até o dia seguinte, havia saído de um turno extenso e cansativo direto para o aeroporto apenas para não perder nenhum minuto de suas férias longe do pai que a muito não via.

Como a aeromoça disse, tempo depois o avião pousou e os passageiros passaram a se amontoar com a pressa de sair logo de lá, mas a morena resolveu esperar pacientemente enquanto reiniciava o aparelho celular e terminava sua água. Quando a quantidade de passageiras cortou para a metade, a mulher caminhou sem pressa pelos corredores com o fone já preso no ouvido e esperou para pegar suas malas antes de sair em busca de um café, precisaria de energia para não dormir no táxi quando o chamasse. Seu pai, Dale, não fazia ideia de que sua chegada estava prevista para tão cedo e provavelmente achava que ela estaria em algum plantão por conta do horário, onde ela de fato estaria se não fosse o enorme acúmulo de folgas que tinha para tirar com as férias. Desde que perdeu a esposa, o homem resolveu se fechar e passou a ignorar qualquer tipo de ligação que recebia, a filha já estava preocupada com o que isso poderia acarretar. A última coisa que Faith precisava, logo após perder a mãe, era receber a notícia que seu pai teria se suicidado ou algo do tipo, ela não precisava disso de novo.

A mão se esticou na direção de um táxi que passava e ela observou o veículo parar ao seu lado, uma mulher negra e alta desceu para ajudá-la com as malas e depois partiram em direção à sua antiga casa. Estar lá sem sua mãe seria uma experiência estranha, a senhora era a alegria de cada cômodo, desde que se mudou para a França e ia os visitar ela havia notado bem mais isso. Resolveu não pensar muito no assunto que ainda era um tanto delicado, o carro virava na última esquina antes da casa, preferia imaginar o que poderia fazer para aliviar os sentimentos ruins em seu pai sem ter que contratar uma babá para ela quando fosse embora de volta para Londres seguir com a sua vida. Faith desceu do carro com suas malas e pagou a mulher com algumas notas bem lisas, caminhou até a porta e tocou a campainha duas vezes antes de ser atendida pelo senhor vestido com um pijama azul-marinho, ele estava tão acabado. Dale subiu os olhos em dúvida até ter a imagem completa de sua pequena menininha à sua frente e então não conteve o sorriso, mesmo que vazio, abrindo a porta de tela com pressa para poder abraçar sua única filha.

The Guineα Pig (editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora