Ouvir que é interessante pegou de forma desprevenida Dream que ficou calado por um tempo. Ele não conseguia imaginar esse tipo de cenário, chamar a atenção de alguém positivamente é sim algo comovente para si mesmo.
Durante sua infância nunca orgulhava seus pais ou nunca trazia cativo, porque de acordo com eles seus esforços eram frustrantes. Dream não era o modelo ideal de filho, para os seus pais aquilo virou uma falha, uma falha que trouxe fardo para a família tradicional.
- Então, você vai me contar como foi o seu dia? - diz George tirando o transe do loiro.
- Isso não será do seu agrado, eu tenho certeza que sua vida é bem mais envolvente. - disse desviando novamente no assunto, mesmo sabendo que o britânico continuará nessa insistência até conseguir as respostas queridas. - E outra, eu não sou nada interessante... - a frase saiu sem emoção, totalmente instantânea como se já estivesse se acostumado em dizê-la.
George faz uma careta confusa e contraída na confissão, no outro lado da ligação o moreno detestou presenciar esse momento melancólica com Dream. Ele sentia os sentimentos surgirem chateados pelo outro se chamar desinteressante. Certamente isso o incômoda.
- Eu acho você uma pessoa curiosa, eu quero entendê-lo e se possível ajudá-lo, Dream. - diz confiante nas palavras. - Você acha mesmo que não tem nada de fascinante na sua vida?
- Eu acho. - falou suspirando pela afirmação. - Sou uma pessoa comum e sem graça. Por qual razão alguém teria encanto por mim? Não tenho nada de especial, eu sou assim como você, apenas mais um indivíduo existindo na sociedade.
- Você é uma pessoa como eu, mas diferente. Não somos iguais, Dream.
- Nós temos apenas personalidades diferentes, George. - o timbre saí cada vez mais rouco por conta do álcool atingindo seus sentidos. - De resto somos iguais, somos seres humanos que seguimos as morais para se aplicar em nossas éticas e valores, eu e você não somos nada além de seres insignificantes nesse mundo.
- Você está certo, Dream. - concordou suavemente dando um novo clima na ligação. - No entanto, fazemos sim a diferença e isso é colocado na vida de outras pessoas. Para você nada disso pode valer a pena, porém sempre vai existir alguém que se sentiu marcado com sua presença, alguém que viu em você uma inspiração. - George voltou a convencê-lo a ver melhor a situação ao seu redor, igual no evento da ponte. - Pense comigo, se somos mesmo tão insignificantes, então por qual motivo uma pessoa iria chorar por nossa partida? Se somos mesmo inúteis, então por qual razão alguém iria gostar da nossa companhia? Por que alguém iria se importar conosco se somos tão insignificantes?
- Talvez finja se importar. - diz Dream.
- Não tem como fingir para sempre, Dream. Chegará algum momento que as verdadeiras intenções serão reveladas.
- E tem como alguém se importar com você em um curto período de tempo?
- Sim, é isso se chama empatia.
Dream deu um riso de leve, em seu rosto formou um pequeno sorriso pela rápida resposta de George. Nesse momento percebeu que aquele intrometido levava jeito para esse tipo de coisa, sabia muito bem colocar palavras que encaixavam com seus conselhos, diferente de uma certa psicóloga.
- Você é estranho, George. - diz ainda com o sorriso nos lábios, ele não conseguia esconder a surpresa e talvez o prazer em sentir esse sentimento. Normalmente, quem o faz se sentir um pouco bem é Drista, porém ela também o faz se sentir um péssimo irmão a deixando sempre preocupada. - Estanho em um bom sentido. - reforçou a fala como fez minutos atrás.
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Broken
FanficDream, um jovem solitário, nunca entendeu o sentido da vida. Ele sempre se esforçava para compreender as pessoas por perto, pois em sua teoria devemos tentar saber como a sociedade reage O que ele não podia contar era as enormes decepções que a vida...