Corte de Amor e Luz da Lua

Uma lágrima da lua

219 anos atrás
2 anos antes da guerra
Velaris - Corte Nortuna

   A lua brilhava no céu estrelado de Velaris.
 
Lady Athemis gritava com a dor do parto, era uma gravidez de risco e a lady sabia que não passaria daquela noite, mas sua filha teria uma vida próspera e feliz.
  
Então ela implorou, a lua, aos deuses, as estrelas e as constelações. Ergueu seu olhos pra lua e baixinho implorou a Athemis.
  
— Salve a minha filha —logo gritou mais uma vez, quando uma lágrima escorreu pelo seu rosto a lua brilhou mais forte e ela disse mais uma vez — Salve minha Andrômeda.
  
Quando os gritos deram lugar ao choro estridente de um bebê, lady Athemis, olhou pra sua filha que estava nos braços da curandeira que estava ajoelhada ao lado da cama, a lady sorriu.
  
— Andrômeda Athemis, minha filha — falou com a voz fraca, a lady se inclinou com dificuldade em direção a filha e beijou o rosto da pequena menina, quando voltou a se deitar, ela olhou pra curandeira, irmã de seu marido, sua cunhada e amiga — Diga a minha família que eu os amo e cuide de Andrômeda, Madja, cuida da minha menina — Lady Athemis respirou antes de continuar — prometa para mim, que dará a ela e meus filhos todo amor que eu não pude dar, prometa, minha amiga?!
  
— Prometo, seu filhos e meu irmão serão as  pessoas mais amadas de Velaris, se depender de mim — a lady deu tênue sorriso, olhou pra filha uma última vez

— Eu te amo, minha luz.
  
A lady fechou os olhos, seu peito subiu e desceu. Uma... duas... Na terceira, ela expirou, seu peito desceu e não subiu mais.
  
Lágrimas silênciosas rolaram pelo rosto a curandeira e pequena menina em seus braços choramingava baixinho, um pranto, suave e doloroso, abafado pelo o som da chuva repentina .
  
Naquela noite a lua também chorava. O primeiro e o último suspiro de duas vidas.
  
— Você vai dominar o mundo, minha pequena constelação. — um raio cortou o céu naquele momento, com um barulho estrondoso, Madja podia sentir o poder da menina e sem dúvidas aquela menina não era poderosa...
  
Ela era o poder.