Capítulo 2.

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Elisa Machado

Acordo 6h10 e pego meu celular. Tem muitas mensagens e ligações perdidas de Jordan.
Me perdoa, eu te amo. É tudo o que ele diz em mais de 20 mensagens e recados.
Eu não consigo perdoá-lo, não agora. Tudo bem que ele estava alterado, mas a violência nunca é melhor do que uma conversa civilizada.
Resolvo ignorar suas mensagens e me levantar. Como hoje trabalho somente as 10h, coloco um short de lycra, estilo ciclismo, e uma blusa para ir para academia. Não acordei a Gabriela mas deixei uma mensagem no celular dela, caso acorde e veja que não estou em casa.

Entro no carro, ligo o rádio e vou sofrendo com as músicas do Ed Sheeran pelo caminho.
Chego na academia e um tempo depois de ter feito alguns exercícios, olho a hora e já são 8h56. Céus já são quase 9 horas, preciso ir. Saio de lá e meu coração gela ao ver Jordan parado na porta.
Sinto muitas emoções ao vê-lo parado a minha frente.

— Amor, me perdoa, por favor. — implora, arrependido.

— Jordan, eu preciso de um tempo para processar tudo isso. — digo já com os olhos marejados.

— VOCÊ NÃO ME AMA MAIS??? — fala gritando e todos que estavam na rua pararam para olhar.

— É por esses e outros motivos que preciso de um tempo, Jordan. Você não entende? — Estou chorando, lágrimas que não deveriam estar aqui. Estava tudo bem, mas o homem que está a minha frente, que era para me dar amor e proteção, não o estou reconhecendo e isso me machuca muito.

— Só me deixa em paz por alguns dias, quando eu reorganizar tudo na minha cabeça, nós conversamos. Mas por favor, pare de chamar a atenção de todos.

— Ok, Elisa. — diz em um tom arrogante.

Apenas preciso sair dali, não consigo olhar para o rosto dele agora. Que homem é aquele que não reconheço? E porque ele está fazendo isso comigo depois de 8 anos se mostrando o homem "perfeito". Eu não consigo entender.

Entro no carro e choro, colocando tudo para fora. Um choro que dói, dói o peito, a cabeça, dói!
Não posso ir trabalhar, não assim... Olho no celular e já são 10h13, estou atrasada e sem condições de ir para o trabalho, não quero que me vejam assim, não quero que me vejam sofrendo. Sempre fui uma mulher forte, mas isso que está acontecendo, dói demais.
Pego meu celular e vejo que tem 16 mensagens da Gabriela, ela deve estar preocupada. Envio uma mensagem.

"Oi Gabi, não estou em condições de ir para o trabalho, consegue cobrir para mim só hoje?"
Envio isso e logo ela responde;
"Oi amiga, posso cobrir sim, mas aconteceu alguma coisa?"
Não posso dizer o que realmente aconteceu, ela ficaria preocupada e me perguntaria milhões de coisas que não ficaria confortável em responder.
"Não aconteceu nada amiga. Obrigada!"
Respondo isso e desligo o celular. Decido ir para a praia, lá é o melhor lugar do mundo para transparecer.

[...]

Depois de um tempo na praia, pensando, assimilando e refletindo, olho no relógio e já são 16h32. Vou pra casa da Gabriela, me arrumo e resolvo ir para o trabalho só para ver como as coisas estão lá.
Chego na empresa e fico apavorada com o alvoroço que está aqui. Assistente correndo para lá e para cá, Gabriela gritando com funcionários.
As vezes Gabriela não sabe se controlar e isso faz mal para ela.

— Gabriela, o que está acontecendo? — pergunto.

— O que está acontecendo? Está acontecendo que os Ricci estão vindo de nova York para ver "Como estão as coisas" — fala fazendo aspas com as mãos.

— E por qual motivo você não me ligou? —  pergunto irritada.

— Deve ser porque seu celular esta desligado??? — responde com fúria nos olhos.

Meu Arrogante GostosoOnde histórias criam vida. Descubra agora