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Acordo com o som de batidas na porta do meu quarto. A luz do sol que vem da janela queima e faz meus olhos arderem assim que eu os abro, me sento na cama meio tonta e lenta. As memórias da noite passada invadem minha mente.

- Filha - minha mãe chama fora do quarto - Tem uma moça na nossa sala, ela disse ser uma colega da sua escola.

Uma colega na minha casa que não seja a Kat, é novidade para mim.

- Já estou descendo - respondo.

Prendo o cabelo, e me ajeito para ficar o mais apresentável que consigo.

Do topo da escada vejo Rue na sala, olhando desconfortavelmente ao redor. Pelo visto a noite dela foi pior que a minha, suas olheiras estão profundas como se não dormisse há dias e seu cabelo bagunçado como se tivesse acabado de sair de uma briga com alguns gatos de rua.

Provavelmente ela nem está sóbria.

- Oi Rue - eu a comprimento - O que faz aqui ?

Nós duas nunca nos falamos por mais de dez segundos na escola. Eu nem sei como ela sabe onde eu moro. Talvez a gente tenha conversado enquanto eu estava bêbada na festa.

- Ah... acho que isso é seu - ela me entregou meu celular, e deu um sorriso sem graça.

- Obrigada, nem percebi que tinha perdido.

- Não foi nada, nem fui eu que achei - Rue dá de ombros - O Fez encontrou e me pediu que te devolvesse.

- Esse é o cara que estava com você quando viram minha discussão com o Nate ? - pergunto e ela apenas balança a cabeça. Fico tentada a perguntar mais sobre ele para a Rue, mas ela não parecia querer ficar ali mais um só segundo.

Eu agradeço a ela mais algumas vezes enquanto a acompanho até a porta e me despeço. Ela atravessa a rua correndo e entra no carro onde o ruivo ou melhor, o Fez estava a sua espera.

Ele aparentava estar indeciso, se me olhava ou não. Intrigante, apesar de ter vindo atrás de mim, ele era tímido. O comprimentei com um simples aceno de cabeça e voltei para casa.

Assim que cheguei ao meu quarto, vi que tinha mensagens novas, várias da Kat perguntando se estou bem, apenas uma do Nate que nem me atrevo a abrir e uma de um número desconhecido.

"Espero que não ligue por eu ter adicionado meu número, tipo quem hoje em dia deixa o celular sem senha ?"

Nem tão tímido então.

Fico sem reação por um instante e então deixo escapar uma risada. Eu estava curiosa para ver onde ele iria.

"Pessoas que não tem nada a esconder"

Desliguei o telefone quando na conversa apareceu que ele estava digitando. O toque da ligação me faz arregalar os olhos de surpresa, mas não era o Fez ligando, isso seria bem estranho. Era Nate.

Meus batimentos começaram a errar o compasso. Eu não me sentia pronta pra falar com ele, não podia correr o risco de...

– Alô – atendi no impulso, antes que a ligação caísse.

Eu sei, esse é um dos primeiros de vários momentos nessa história, em que vocês vão me achar uma completa idiota.

– Por que não respondeu as minhas mensagens ? – a voz de Nate estava estranhamente calma – Só queria dizer que não estou em casa hoje, então se puder buscar as suas coisas antes que eu chegue.

Eu realmente, realmente não esperava por isso.

– Hmm... tudo bem, eu faço isso.

Uma pontada de desapontamento me incomodou, eu esperava que ele tivesse voltado atrás, mas parece que está realmente decidido.

– Ótimo – ele desligou sem esperar mais respostas.

Perverse Love - Fezco Onde histórias criam vida. Descubra agora