12

548 44 2
                                    

Não precisei me esforçar muito para achá-lo. Nate estava indo para a fila do quarto de hóspede quando me viu, ele passou braço pela minha cintura e cortou a fila. Ninguém reclamou, eu era a anfitriã e a maioria dos garotos tinham medo do cara ao meu lado.

– Eu preciso conversar com você – tentei falar mais alto que a música.

Ele apertou os lábios e assentiu – Vamos conversar lá dentro.

Algo estava diferente de alguns minutos atrás.

– Acho que não é o melhor lugar para a gente conversar – fui sutilmente tirar seu braço da minha cintura, mas ele apertou mais.

– Quer dizer que criou uma fucking sala do sexo, e não pretende usar com o seu namorado – seu tom era frio – Não faz sentido, Tally – ele beijou meu rosto.

A porta do quarto se abriu e de lá saiu três caras e uma garota. Sem julgamentos.

Nate me arrastou para dentro, antes deu protestar. Durante sua exploração pelo lugar, eu procurava a forma mais afável para colocar o ponto final.

– Eu transei com a Maddy – ele pegou um chicote e o analisou – Você me perdoa ?

Respirei fundo, não era nada agradável escutar isso e nem entendi o porquê ele estava confessando justo agora.

– Tudo bem – engoli a seco – Olha, Nate-

– Você é tão compreensível – ironizou – Tão perfeita – ele jogou o chicote para longe, me abraçou e afagou meu cabelo – Tão amável... e tão fiel.

Essa conversa não fazia sentido, e algo me dizia para fugir agora. Mas não podia mais adiar acabar com isso.

Sua mão apertou a parte de trás da minha nuca, e me forçou a olhar para ele. A lembrança de seu punho vindo na minha direção semana passada, causou um tremor em todo meu corpo.

– É fiel mesmo ? – perguntou com zombaria – A Thalia Dion, a putinha que faz festa com tema de sadomasoquismo, é mesmo leal ? – ele viu o pânico em meu rosto e se divertiu – A vagabunda – gritou – Que leva um traficante retardado para o quarto dela, é uma namorada confiável ?

Ele tinha visto.

Nate soltou o aperto da minha nuca, e eu corri para a porta, mas ele me impediu, entrando na frente e passando a chave na fechadura.

– A gente só estava conversando – era tecnicamente verdade  – Antes de ter qualquer coisa com ele, eu ia terminar com você. Por isso que disse que precisávamos conversar.

Seus olhos estavam gélidos, e a cada passo que dava para perto de mim eu me afastava, até me vê em um beco sem saída.

– Socorro – gritei a plenos pulmões, e ele tampou minha boca com sua mão, tentei chuta-ló mas ele desviou.

– Eu não aceito ser feito de idiota, Thalia – exclamou – Não, não, não – ele me jogou em cima da cama.

– Você é doente – berrei, e escapei da cama – Eu tenho nojo de você, Nate. Nojo. Não sei se você nasceu assim, ou se ficou pertubado com o tempo.

A pancada forte da palma de sua mão acertando meu rosto me derrubou para trás. Tudo foi rápido demais, eu estava no chão e sentia que havia batido minha cabeça em algo. O gosto metálico do sangue invadiu minha boca.

Eu não conseguia mover nada além dos meus olhos, e minha visão estava escurecendo aos poucos. Ele parecia apavorado com o que tinha feito, com o quão longe tinha ido.

Tentei gritar por ajuda, mas não conseguia falar, e era agoniante pra caralho. A última coisa que vi antes de apagar totalmente foi Nate pulando pela janela.

Perverse Love - Fezco Onde histórias criam vida. Descubra agora