Capítulo 6 - A esperança é a última que morre.

25 2 0
                                    

20

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

20.03.2022

É difícil de entender as coisas quando tantos sentimentos afloram no seu corpo do dia para a noite. Eu me sinto carregada de energia agora, é como se Josh fosse o meu carregador portátil, sei que a maioria das vezes quando estou realmente com dor, ele nem percebe. Isto porque para uma criança cheia de dores e problemas, a atuação é essencial. Eu virei uma atriz de primeira linha desde muito nova, porque sei o quanto o meu diagnóstico preocupa os meus pais.

Josh é doente assim como eu, geralmente eu sinto vergonha da minha aparência, seja da minha boca pálida e ressecada, olheiras que mais parecem duas bolas, corpo escanifre e nem sempre eu tenho forças para arrumar o meu cabelo, mas Josh enfrenta da mesma realidade e talvez isso me fez ter uma confortabilidade maior, mesmo com uma aparência tão aterrorizante.

– No que tanto pensa? - O loirinho questiona acariciando meu cabelo.

– Em como seria bom comer algo diferente agora. - sorri forçando uma voz insinuante.

Josh me olhou revirando os olhos, mas o seu sorriso o entrega.

– Sabe que não pode comer tanta besteira, seu estômago não está bom. - Ele avisa sendo mandão.

– Eu sei, mas quem vai sofrer as consequências sou eu mesmo.

– Está bem vai, o que você quer? - Ele se rende.

– Sorvete - Peço em um suspiro.

– Sério Any? - Josh questiona em uma careta. – Está bem! vou lá comprar. - O loirinho diz pausando o filme.

Josh se levantou da cama praticamente se arrastando pelo edredom e calçou suas pantufas, diz ele que é muito mais confortável. Ele está de pijama, um enorme casaco felpudo com ursinhos e uma toca preta padrão. Apesar da sua preguiça, ele conseguiu sair do quarto e eu ri fraco, me aconchegando melhor na cama.

Meus braços doem o tempo inteiro e o chiar do meu peito é mais alto assim que consigo ficar sozinha, o silêncio é o meu pior inimigo sempre me avisando, sem falar nada, que estou morrendo aos poucos. Respirar fundo, é uma tarefa difícil e dolorosa, mas que estou fazendo com mais frequência ultimamente.

Josh não demorou tanto, assim que vi o pequeno pote de sorvete bati palminhas animadas e me sentei melhor na cama.

– Se contar a Mads que te dei isto, eu te mato! - Ele diz me entregando a sobremesa, ao lado, uma colher de plástico, uma garrafa de água e dois comprimidos.

– Não precisa me matar se já estou morrendo sozinha - Ri e ele me encara sério. – Não vou contar! - Me rendo organizando tudo na maca.

– Passei no seu quarto para pegar os seus comprimidos, quer tomar junto comigo? - Josh questiona indo até o seu carrinho.

– Sim, vamos tomar com o sorvete! - Falo animada abrindo o pote, o sorvete de morango com a calda avermelhada de frutas vermelhas é tão convidativo que estou aguando antes de provar.

Sorria como se todos os dias fossem o último - BEAUANY Onde histórias criam vida. Descubra agora