ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 3

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Tʜᴇ Mɪssɪᴏɴ
ᴄᴀᴘ. 3

estacionados em um local perto da Marquee New York, nossos carros chamam bastante atenção da grande fila da boate. Conseguimos sair da cola das viaturas em poucos minutos. Após a próxima curva, a deixamos para trás comendo poeira.

A multa chegaria em algumas horas, pois provavelmente haviam capturado nossas placas.

Saio do carro após calçar os saltos pretos.

— Não bastava apenas fugir de duas viaturas, agora temos que lidar com essa fila gigantesca também. — Addy resmunga, e é a primeira vez que tenho que concordar com ela. A fila vai até o fim da rua e curva o quarteirão.

Jass e Mia vêm em nossa direção, os vestidos curtos subindo nas cochas malhadas. Mia veste branco, já Jass um vermelho chamativo.

— O que essas carinhas querem dizer? — Jass ergue as sobrancelhas. Eu e Addy olhamos para a fila ao mesmo tempo. — Ah, isso...

Mia sorri, e não entendo porque. A loira ergue um cartão na mão e então entendo.

— Não se preocupem. Nossos nomes estão na lista — dá de ombros, e é nossa vez de erguer as sobrancelhas. — Isso quer dizer que podemos passar na frente de todos.

Os ombros de Jass e Addy relaxam. Mas continuo rígida. Atravessamos a rua e seguimos para a entrada da boate.

Algumas pessoas me encaram de cima a baixo. Vejo inveja e desejo brilhar em seus olhos.

Me sinto desconfortável.

Não estou acotumada com tamanha atenção, não fora do tatame ou de alguma sala de treinamento, onde estão sempre me observando lutar.

— Como conseguiu colocar nosso nome na lista? — Ainda olho confusa para Mia quando entramos.

A música calorosa invade meus tímpanos e o cheiro de álcool e drogas irritam minhas narinas. As luzes coloridas piscam no alto.

Já sinto vontade de sair dali correndo.

— Tenho meus contatos. — responde sem dar muita importância. Ela olha para trás, para Jass e Addy que se movem para a pista de dança. — Vou buscar bebidas. — se volta para mim novamente. — Vai querer algo?

— Você não vai conseguir trazer tudo sozinha — Mia assente. — Vou com você.

Andamos por entre corpos suados de gente agitada e bêbada. Preciono minha bolsa na cintura encarando todos que ousam me olhar, sentindo a arma por cima do couro. Me sinto mais segura assim, e uma menininha emburrada e nada intimidadora encarando aqueles brutamontes.

Chegamos ao bar e o Barman nos atende. Mia faz os pedidos enquanto olho em volta e...

— Merda! — Em meio aquela escuridão de luzes piscantes para iluminar parte da multidão, estava nosso alvo, bem no fundo, encostado em uma parede e observando friamente todos ali. Mia me olha confusa, pegando os copos na mão quando toco em seu ombro. Me viro de costas para a vista de Vicent e apoio os cotovelos no balcão. — Não olha pra trás.

Ela olha.

Mia se volta para mim boquaberta. Me seguro para não falar "Eu falei pra não olhar!".

— Tudo bem... tudo bem, Say — Mia tenta respirar, e as palavras que diz parecem ser mais para si do que para mim. — Ele não nos reconhecerá. Afinal, já faz muito tempo. É só agir normalmente. Como as pessoas normais que somos.

𝐀 𝐌𝐈𝐒𝐒𝐀𝐎 | 𝒗𝒊𝒏𝒏𝒊𝒆 𝒉𝒂𝒄𝒌𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora