08: Ouvir o barulho da chuva na janela antes de dormir

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Sejun estava no banho, suspirando feliz por sentir todo o frio ocasionado pela chuva repentina e fria que pegou durante todo o caminho da universidade até em casa descendo pelo ralo junto a uma parte do cansaço que pesava nos ombros. 

Na noite anterior, quando ficou até tarde para fazer o trabalho, Sejun dormiu bem o bastante para prolongar o sono na manhã com os famosos cinco minutinhos, entretanto, quando Subin lhe acordou já tinham se passado mais de meia hora. Desde que saiu apressado, mal tocando no café da manhã e nervoso por estar atrasado, o dia se tornou estressante e a chuva pegando-o despreparado no fim do dia não ajudou muito.

Naquele momento, a vontade de vender a moto e dar entrada em um carro que havia sido soterrada após a mudança — quando tinham outras contas como prioridade e subin o convenceu a deixar a ideia de lado por um tempo — voltou abraçando-o junto a cortina de vapor que inundava o banheiro. 

Todavia, o sonho acordado foi interrompido pela porta do banheiro sendo aberta, Sejun sabia que era Subin, no entanto, ainda passou a mão pelo vidro do box para enxergá-lo caminhando silenciosamente pelo espaço estreito.

— Você chegou mais cedo hoje — Subin comentou pendurado uma toalha limpa no box para Sejun pegá-la, em seguida sentando-se no chão, especificamente sobre tapete comprido de crochê — que a mãe de Sejun o fez fazer na última em que foram visitá-la, há quase um mês — o impedia de tocar o piso frio. 

— Uhum — confirmou. — Não tivemos a última aula, provavelmente vai ter reposição no sábado.

— Nós não íamos à casa da sua mãe? — indagou brincando com os buraquinhos do tapete.

— A reposição vai ser de manhã, Bin. Sábado eu tenho só quatro aulas antes dessa, de certeza que chego antes do meio-dia.

— Então vamos sair depois do almoço? — perguntou recebendo apenas um resmungo de confirmação. Já pensando em substituir uma refeição saudável por um ramen com ovos, de qualquer forma o jantar na casa da sogra seria o suficiente para recompensar.

Ao levantar os olhos, mesmo através do vidro embaçado, Subin ainda pode vê-lo com a cabeça debaixo da água e os olhos apertados. Mas, o que lhe chamou atenção foram os fios antes azulados que aos poucos perdiam o brilho da cor chamativa.

— Juni. — Chamou. — Quando você vai pintar o cabelo? Esse azul tá saindo.

Sejun não respondeu imediatamente, saindo do box com a toalha ao redor da cintura até os joelhos. Parando em frente ao espelho que tinha na parede sob o lavabo com a destra mergulhando nos cabelos molhados revirando e puxando para olhar a raiz.

— Não sei. Acho que não vou mais deixar ele azul.

— Roxo? — sugeriu. — Talvez preto, você vai ficar bonito com cabelo preto.

— Bonito? — Questionou virando-se com o sorriso insinuante dançando nos lábios. — Só bonito?

— Sim, mas só o cabelo — disse já de pé, esticando o braço para alcançar a toalha pequena pendurada no gancho atrás da porta. — Senta aí — apontou para a tampa abaixada da privada.

Sejun sentou mantendo uma das mãos no nó dado na altura da cintura para a toalha não cair, deixando espaço entre seus joelhos para Subin ficar em sua frente enquanto começava a enxugar seu cabelo cuidadosamente, assim que ele o fez as mãos do Lim conseguiram apoio nas laterais do corpo dele sob o pijama macio.

— Pororo. — Cantarolou risonho ao ver o conjunto de pijama do namorado com pequenas imagens do personagem espalhadas por todo o tecido azul.

— Sejun — disse em tom de aviso, apertando com força a mão que envolvia os fios sobre a toalha.

Você é mais bonito que... - VICTON | SEBINOnde histórias criam vida. Descubra agora