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Eros (s.m.):
O amor entre os apaixonados. Amor carnal, atração física, desejo sexual.

                     

Point Of View Priscilla

                     

Os olhos da Natalie estavam mais escuros, dois buracos negros atraindo todas as partículas de meu corpo pra si. Com toda certeza seu olhar era capaz de causar uma deformação da malha do espaço tempo, dois mundos se encontrando, colapso gravitacional do meu coração. Dois corpos em uma colisão inevitável, destinados a se conhecerem, se conectarem.

                     

Minha melhor amiga não tinha respondido ao meu pedido, mas não conseguia desviar o seu olhar do meu, provavelmente também presa no tempo, presa na certeza que finalmente nós nos encontramos. O tempo não existia. Kairós. O tempo é agora.

                     

Era como se todo o tempo antes desse momento não existisse, eu nem ao menos me conhecia, como se todas as nossas voltas e casos pelo caminho só tivessem servido pra que a gente se encontrasse dentro de um sonho, vivendo um único tempo, um tempo nosso. Me enxergando através de suas orbes escuras percebi que eu tinha me perdido só pra que ela pudesse me encontrar. Eu era uma tela em branco pra que Natalie pudesse me pintar.

                     

Nathy mordeu os lábios e sorriu, seus olhos deixaram os meus pra que pudessem percorrer meu corpo praticamente exposto e quando ela terminou a exploração por ele e voltou a me olhar, o brilho de seus olhos havia mudado. Natalie me desejava e o simples fato de perceber a intensidade de seu desejo fez com que meu corpo todo se arrepiasse.

                     

Colocou uma mão em meu rosto, fazendo carinho e me puxando de forma vagarosa e torturante, antes de selar nossos lábios. Congelou seu olhar uma última vez no meu, em um pedido de permissão mudo que fez meu coração se esquentar. Não consegui formular palavras e apenas sorri, dando a permissão que ela tanto queria, então finalmente encostou seus lábios nos meus. Doce, suave, calmo, mas ainda assim quente, muito quente. Acelerou aos poucos o movimento de seus lábios e sua língua me invadiu, explorando cada centímetro de minha boca e me fazendo gemer com um simples beijo. A pequena sorriu em meio ao beijo, com toda certeza debochando da minha falta de controle e tendo seu ego alimentado pela reação do meu corpo.

                     

- Você é tão linda... - Natalie sussurrou em minha boca e deixou uma mordida de leve em meu lábio inferior, beijou meu queixo e espalhou beijos e mordidas por todo meu rosto até chegar em meu ouvido - Tão gostosa - sussurou em meu ouvido no mesmo instante que sua mão encontrou meu seio e o apertou com vontade.

                     

Natalie me tocava de um jeito que eu nunca tinha experimentado antes, com calma, como se nada mais existisse, sem pressa, inventava a hora a cada novo toque. Jogou o peso de seu corpo contra o meu e nos deitamos lentamente, desceu beijos pelo meu pescoço e voltou a me beijar a boca, dessa vez nem um pouco delicada e se movimentando em cima de mim. Uma verdadeira dança em mim. Parou de me beijar pra novamente olhar meu corpo enquanto mordia os lábios, como se eu fosse um monumento. Passeava seu olhar pelo meu corpo de um modo muito mais interessado do que olhou todos os pontos turísticos de nossa viagem, como se nenhum monumento pudesse ser mais bonito do que eu.

                     

- Você parece uma tela em branco - disse baixo olhando em meus olhos. - Me pede pra eu te colorir - suplicou enquanto tentava tocar em cada pedaço de pele.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝑅𝑒𝑔𝑎𝑙𝑜 𝐷𝑒 𝐿𝑜𝑠 𝐺𝑟𝑖𝑒𝑔𝑜𝑠 Onde histórias criam vida. Descubra agora