Ex-Boyfriend Season 2

Destiny

Michael's P.O.V

Nove meses. Eu tinha acabado de completar nove meses. Minha barriga parecia que iria explodir a cada segundo, eu tinha dificuldade de andar e de me abaixar, meus pés e pernas estavam bastante inchados e minha menininha não parava de chutar.

Eu não podia me lembrar da primeira vez que ela chutou que as lágrimas já vinham para meus olhos. Eu nunca achei que um simples chute pudesse deixar uma pessoa tão emotiva e se sentindo tão especial quanto eu me senti naquele momento. Luke havia se sentido da mesma forma que eu.

Flashback ON

Meu corpo estava em uma posição um tanto quanto estranha no sofá. Eu tinha um pé arrastando no chão e o outro estava por cima do encosto, minhas costas estavam pressionadas contra o assento e minha cabeça repousava desajeitadamente sobre o apoio de braço. Para todos que passavam por mim parecia que eu estava desconfortável, mas era exatamente o contrario. Estava tão confortável que eu não queria sair dali nunca.

De repente eu senti um pequeno empurrão em minha barriga de seis meses pelo lado de dentro. Logo em seguida veio mais um e eu olhei para baixo bem a tempo de ver uma pequena protuberância surgir e logo desaparecer no lugar em que senti o empurrão. Meus olhos arregalaram e eu pus minha mão em cima do local sentindo de novo a sensação.

— LUKE! LUKE VEM AQUI AGORA! CORRE! — gritei desesperando e Luke desceu as escadas correndo quase caindo.

— O QUÊ? — ele perguntou quando chegou perto e eu peguei sua mão a colocando em minha barriga. Nossa filha chutou de novo e olhos de Luke se arregalaram mostrando o azul deles. — Isso é o que eu acho que é?

Afirmei com a cabeça e uma lagrima escapou de nossos olhos ao mesmo tempo. Chamamos todo mundo que estava em minha casa para sentir. A cada novo chute eu sentia que minha bonequinha estava mais próxima de mim.

Flashback OFF

Senti mãos passaram pela minha cintura enquanto eu arrumava as coisas para ir para o hospital. Luke passou o nariz por meu pescoço e ficamos em silencio enquanto eu tirava as roupas do guarda roupas e as jogava na cama despreocupadamente.

— Eu não acredito que nossa filhinha já vai nascer.

— Pois é. Nem eu. Parece até um sonho.

— Ahan.

Luke se desgrudou de mim e colocou minhas roupas em uma pequena mochila e a levou para o carro depois de me perguntar se eu tinha certeza de que eu tinha pegado tudo que precisava. Afirmei com a cabeça para tudo e sorri vendo o loiro descendo as escadas sem presa.

Desci alguns segundos depois segurando no corrimão e indo de lado para que eu pudesse ver onde eu estava indo e não acabar caindo no chão. Saí de casa e entrei no carro com cuidado. Luke fechou a porta para mim e entrou no lado do motorista. Dirigimos até o hospital e eu saí do carro devagar indo até a recepção enquanto Luke pegava minhas coisas.

Dra. Giovana já estava esperando por mim na recepção e quando percebeu que eu havia chegado abriu um sorriso vindo em minha direção e me dando um abraço quando chegou perto. Retribui o abraço e sorri também, mesmo ela não podendo me ver. Eu era muito grato a ela por ter cuidado de mim e da minha filhinha esses nove meses e mais ainda agora, já que ela que faria o parto, ela quem iria trazer minha pequena para os meus braços e os de Luke.

— Ah Michael, Luke! Não vejo a hora de ver a filha de vocês. Ela vai ser a coisa mais linda do mundo.

— Se ela puxar ao pai, vai sim. — Luke respondeu olhando para mim e sorrindo.

— Tão apaixonados! — Dra. Giovana falou batendo palminhas. Às vezes ela me lembrava uma criança. — Vamos? Vou deixar você se acomodar no quarto. O máximo que você puder!

Eu e Luke a seguimos até um quarto particular que Liz havia insistido em pagar. Entramos e eu troquei minha roupa por um daqueles roupões de hospital azul. Deitei-me na cama e Luke se sentou ao meu lado. Ficamos em silêncio por um tempo apenas olhando um para outro e, de vez em quando, olhávamos para minha barriga.

Algum tempo depois Ashton e Calum chegaram e nós quatro ficamos conversando sobre tudo e nada. Ash estava mais animado do que tudo para ver a sobrinha e não parava de falar sobre como ele iria mimá-la e fazê-la a criança mais perdida do mundo todo. Cal apenas ria enquanto o namorado falava sobre tudo que estava planejando ensinar a minha filha. Nada produtivo, mas eu sabia que ela iria ficar feliz em aprender coisas como jogar bolinhas com cuspe no teto, igual eu e Ash fazíamos quando crianças.

— Ash, você tem que cortar o cabelo! — minha mãe entrou de repente.

— Tô deixando crescer pra Em brincar com ele.

— Eu já disse que a minha filha não vai chamar Emma! — reclamei olhando feio para Luke.

Liz chegou alguns minutos depois com uma sacola enorme nas mãos. Ela abriu e lá dentro estrava cheio de roupinhas "punk" para minha filha. Calças skinny, blusas de bandas, bandanas, bonés e até um vestidinho que tinha escrito "PUNK DA VOVÓ". Olhando mais roupinhas achamos roupas similares, mas com frases diferentes tipo: "off the deep end", "same old chic", "too young to care ". A que mais me chamou atenção foi "daddy's girl", aquilo me pareceu tão... eu não sei explicar, mas mesmo assim eu tinha gostado.

— Mãe! — Luke resmungou segurando uma blusa que dizia "f❥ck off, b✖tch!"

— Eu não resisti.

— Eu não tô falando de todas as roupas, tô falando dessa aqui! — disse apontando para a blusa.

— É linda né!

— Ela é imprópria.

— A garota nem vai saber ler, Luke! Deixa de drama. — começamos a rir, mas fomos interrompidos por uma batida na porta e uma enfermeira entrou.

— Michael, tenho que te preparar para o parto. — afirmei com a cabeça e ela começou a mexer em uma gaveta e me disse que iria aplicar a anestesia.

Doeu muito, mas aguentei firme e esperei até que ela terminasse e saísse do quarto, o que demorou, já que ela teve que checar todos os meus pontos vitais, para soltar um gemido de dor. Luke riu e segurou minha mão. Dra. Griovana entrou no quarto alguns minutos depois, ela me levou até a sala onde seria feito o parto e tudo já estava arrumado lá. Ela se trocou, Luke também, e se posicionou em frente a minha cama. Um pano foi colocado entre minha barriga e meu peito para que eu não pudesse ver eles me cortando.

— Sente isso, Michael?

— Não.

— Vamos começar.

Luke segurou minha mão e eu senti uma pressão na parte de baixo da minha barriga. Depois de vários termos médicos que eu não entendia e vários comandos que a doutora passava para os enfermeiros e médicos que a estavam auxiliando eu ouvi um pequeno choro. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu olhei para Luke. Os olhos dele estavam iguais aos meus.

Pareceu uma eternidade até que eu pude finalmente pegar minha menininha no colo. Olhei para baixo e minhas lágrimas começaram a descer. Ela era tão pequenininha, molinha e fofinha nos meus braços. Senti uma coisa que nunca tinha sentido antes quando ela virou a cabecinha para o meu lado, com os olhinhos fechados e o rostinho ainda um pouco manchado de sangue. A entreguei para Luke que já chorava loucamente.

— Tão linda. — ele disse sorrindo. — Nossa Destiny é tão linda , Mikey. Obrigado.

Destiny. Finalmente Luke tinha escolhido um nome perfeito.