Jogo de Paixão.

9. Ciúmes.

(sem revisão)

- Que surpresa.

Ouço por trás de mim. Me viro pra ver o dono da voz e claro que é o...

- John? O quê tá fazendo aqui? - pergunto juntando as sobrancelhas em um rosto confuso.

Ele se aproxima e apoia um dos cotovelos na mesa do bar, virado em minha direção. Ele está ótimo. Na verdade, ele está perfeito.

- Os pais de Emily nos obrigaram a vir, disseram que é uma boa oportunidade para negócios então... Viemos. - diz e chama o garçom, pedindo um whisky em seguida.

- Eles não estão errados, estou aqui pelo mesmo motivo. - dou de ombros e bebo um pouco mais do meu drink.

- Você trabalha com marketing, estou certo? - ele diz bebericando seu whisky.

- Completamente.

- Quem sabe você não acaba trabalhando com os pais de Emily. Eles tem uma marca de vinhos.

- Amo um bom vinho.

John ri anasalado e chega mais perto de mim, perto até demais, consigo sentir o cheiro do álcool em sua boca.

- A propósito, você está linda. - diz olhando em meus olhos e depois pra minha boca.

E eu engasgo com a minha bebida.

- Ãm... Obrigada. Você também não está nada mal. - sorrio amarelo e me recupero do meu engasgo mal disfarçado.

Ele ri anasalado e murmura um "de nada". O seu olhar continua sob o meu e não acho nem um pouco ruim esse contato visual, ficamos nos encarando por alguns segundos até que uma terceira voz é ouvida:

- É... Oi?

Disfarço que estava encarando meu ex namorado perto demais e percebo que Emily estava parada nos olhando feio, merda.

John se afasta e diz:

- Oi, amor. Onde esteve? - John pergunta descontraído enquanto bebe seu whisky.

- Estava cumprimentando as pessoas com a mamãe. E você?

- Ah eu estava-

- Não! Deixa eu adivinhar, estava quase beijando outras mulheres, ou melhor, uma mulher. Que pra variar, não era eu.

John e eu trocamos rápidos olhares e em seguida olhamos pra Emily, que estava com uma cara muito feia.

- Vamos embora, John. - disse em tom ríspido e saiu andando em direção a saída.

Ele me deu um sorriso sem graça e foi em direção a sua namorada.

Que climão.

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John

Fui em direção à Emily preparando o quê vou falar pra ela, sinto que vem discussão por aí.

Passando pelo salão esbarramos em sua mãe, minha sogra.

- Oi queridos! Filha, que cara é essa? - Sra. Agnes pergunta preocupada.

- Nada, mamãe. Estamos indo embora. - Emily diz e continua andando quase marchando até a saída da mansão.

Nossa caminhada até o carro foi silenciosa e bem agonizante. Assim que entramos no carro, Emily começa:

- O quê foi aquilo, John? - disse em tom calmo.

- Aquilo o quê, amor? - respondi também com calma.

- O quê? Aquilo o quê!? Ah nada. Eu só estava procurando meu namorado e o encontrei no bar quase beijando sua ex namorada! - diz aumentando o tom de voz.

- Eu não estava quase beijando a minha ex namorada, amor.

- Não me chama de amor! - Emily grita.

A olho por alguns segundos e fico sem silêncio.

- Sabe John... No final da noite eu ia te fazer uma surpresa, ia te dizer que vamos nos mudar pra cá. Mas pelo jeito você estragou tudo.

Quê?

- Como assim Emily? Você enlouqueceu? - digo confuso e um tanto surpreso.

- Não enlouqueci ainda. E sim, vamos nos mudar pra cá.

- Pode me explicar melhor, por favor?

Ela respira fundo, me olha e começa:

- Meus pais decidiram que é melhor morarmos aqui, assim ficamos perto deles e ajudamos na empresa.

- Pra variar né. - falo baixo cruzando meus braços.

- Como assim John?

- Emily, seus pais são muito controladores, você não entendeu ainda que minha família mora na Califórnia e eu não posso simplesmente sair de lá? Se os seus pais decidiram ou não, eu não tenho nada a ver com isso, tá legal? - digo ríspido.

Ela me olha com as sobrancelhas levantas mas logo as junta em semblante bravo.

- Quer saber? Eles compraram um apartamento maravilhoso pra nós dois, eu planejei tudo John, tudo! Eu não quero saber da sua família, isso é problema seu. A única coisa de que tenho certeza agora é que você. vai. vir. morar. comigo. - diz pausadamente - Fim de conversa.

- Eu não vou-

- Eu disse fim de conversa. - ela me interrompe.

- Certo. - digo ainda de braços cruzados.

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Anabeth

Após John e Emily irem embora, eu não demorei muito pra ir também. Consegui conversar com bastante gente e acredito que tenho clientes para amanhã, pelo menos assim meu chefe não reclama. Falando nele, não o vi durante todo o baile, muito menos o outro babaca do Jake, devia estar transando com alguma mulher em algum canto escondido, é só o quê ele sabe fazer.

Após fechar a porta de meu apartamento, me sinto aliviada por finalmente estar em casa. Olho ao redor de minha casa bem organizada e limpa, me bate um sentimento de privilégio. Quando adolescente nunca pensei que iria sair do país e viver longe dos meus pais, era um pensamento distante e, olha onde eu cheguei.
Ando até a sacada que dá de frente para uma praça rodeada de barzinhos e restaurantes, todos estão abertos mas vazios devido ao horário, agora deve ser umas 2h30 da manhã. Me apoio na grade da sacada para observar os estabelecimentos até que vejo uma adega na esquina do meu prédio, parece ser bonita e elegante, mas só tem um cliente.

Só um cliente sentado numa mesa do lado de fora da adega, com uma taça em mãos e visivelmente bêbado. E sim, esse é o John.

O quê raios ele está fazendo ali uma hora dessas!?

Não vejo outra alternativa se não ir até lá. Pego minha bolsa de novo e abro a porta do meu apartamento tentando não pensar muito no quê estou fazendo.

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John

Depois que eu e Emilly chegamos em casa, tivemos outra briga onde ela me xingou de todos os nomes possíveis e me disse pra sair dali pra ela ter um tempo sozinha, então aqui estou eu.

Estou sentado numa mesa totalmente sozinho bebendo minha quinta taça de vinho sem dó. Sinto o líquido de gosto forte percorrer minha garganta e por alguns segundos me sinto mais feliz, o álcool tem esse poder sob as pessoas.

- John? O quê faz aqui? - uma voz doce invade meus ouvidos, ah essa voz, essa eu conheço...