Anabeth.
Acordo de manhãzinha com uma leve dor de cabeça e uma sede incontrolável, a famosa ressaca. Estou um pouco atordoada com o que aconteceu entre eu e Theo ontem mas, já passou, vou tentar me despreocupar com isso. Com a higiene matinal já feita, desço para falar com os meus pais; assim que entro na cozinha, vejo os dois sentados na mesa tomando café e individualmente presos nos seus pensamentos.
- Bom dia! - digo sorrindo e pegando uma xícara para colocar café.
- Bom dia! - eles respondem em uníssono.
- Se divertiu ontem? - meu pai pergunta.
Difícil resposta pai.
- Sim, me diverti sim, foi muito bom rever meus amigos.
Ele assente e responde um "Que bom."
- Filha, preciso que vá comigo ao mercado de carro para fazer as compras, pode ser? - minha mãe me olha e pergunta.
- Claro mãe, só vou trocar de roupa. - digo e subo para o meu quarto.
Coloco um short jeans, camiseta branca e chinelos.
- Pronto, vamos.
No caminho do mercado eu e minha mãe conversamos um pouco:
- E então, como você está? - ela me pergunta.
- Estou melhor e a senhora?
- Melhorando... Está difícil sem sua avó mas estamos tentando seguir em frente.
Ficamos em silêncio o resto do caminho. Lembro-me de quando eu era criança, ia quase todos os dias a casa da minha avó materna, sempre fomos muito próximos a ela, uma senhora dos cabelos pretos pintados e um sorriso permanente no rosto, sempre muito alegre e receptiva. Mesmo sendo apenas sogra do meu pai, ele a considera bastante por ela já ter o ajudado em uma fase complicada da vida dele.
- Chegamos! - minha mãe disse, cortando meus pensamentos.
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Já estamos nesse bendito mercado há cerca de uma hora, minha mãe fazia questão de passar em todas as fileiras pra checar se não estava esquecendo algo, eu a ajudava mas ela ia sozinha virando nos corredores a procura de alguma coisa. Eu estava no corredor dos doces (sozinha, minha mãe já tinha ido a outro corredor) olhando os preços de bolachas, cookies, quando ouço meu nome.
- Ana? Oi!
Não é possível. Essa voz é familiar até demais. Me viro para ver quem é e-
- John, oi! - digo sorrindo.
Droga, ele estava acompanhado.
- Tudo bem? Essa é minha namorada Emily. - aponta para uma mulher ao seu lado.
Ela era realmente bonita, cabelos médios loiros, olhos castanhos claros, um sorriso bonito e acolhedor.
- Olá Emily, é um prazer te conhecer. - sorrio e damos um aperto de mãos.
- John me falou de você, é um prazer. - ela sorri de volta.
Espera aí, ele falou de mim? Espero que não tenha falado mal.
- Foi bom ter encontrado com você, nós vamos viajar para Londres semana que vem, tem alguma dica de hotéis bons ou apartamentos pra alugar? - John perguntou.
Parece que o azar insiste em ficar ao meu lado.
- Ah é? Que legal! Tem vários lugares bons sim.
E então disse tudo a eles.
- Ótimo! Quem sabe não nos encontremos lá. Você volta pra lá quando? - John disse.
- Semana que vem também. - dou um sorriso amarelo.
Os dois levantam as sobrancelhas em gesto de surpresa.
- Bom... Esperamos te encontrar lá! - John diz sorrrindo.
Emily indiretamente olha pra ele juntando as sobrancelhas como um "Esperamos?".
Nos despedimos e eles foram embora. Tenho é medo de encontra-los por lá.
- Filha? Ah finalmente, estava te procurando. - minha mãe aparece no começo do corredor e vem andando até mim.
- John apareceu com sua namorada e disse que irão ficar um tempo em Londres... - comecei a falar.
- Ah é? Que bom. - minha mãe responde enquanto olha o preço de uma bolacha recheada.
- Eles irão semana que vem.
- E o que tem?
- Mãe, eu vou semana que vem também.
Ela me olha com os olhos arregalados e depois de alguns segundos começou a dar risada.
- Mas você é mesmo azarada, minha filha! E quanto tempo eles vão ficar lá?
- Eu não sei.
Tá, nem é nada demais mas me incomoda saber que posso encontra-los a qualquer momento.
Os dias se passaram rápido demais pra minha tristeza, o resto da semana não fiz nada que não fosse tentar animar meus pais e os deixá-los bem e sinceramente, funcionou. A minha volta a Inglaterra está me deixando nos nervos, não quero voltar para aquele trabalho estressante, ultimamente tudo que preciso é de pura paz e sossego.
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Amanhã já voltarei e estou muito mal por isso, meus pais vieram conversar comigo mais cedo e falaram que estão igualmente tristes por precisarem ficar sozinhos, é uma situação complicada e difícil pra nós mas não posso fazer nada, preciso trabalhar. Passo a tarde arrumando minhas malas e organizando até então meu quarto, meus amigos me mandam mensagens falando pra eu voltar mais vezes, o único que não mandou foi Theo, como já esperado. Acho que eu realmente irei voltar mais vezes pra cá, nunca tinha cogitado isso pois minha vida em Londres é maravilhosa mas, gostei de ter ficado por aqui. Estou fechando a última mala, vejo no relógio e está marcando 20h, eu realmente passei a tarde toda arrumando minhas coisas; antes de dormir, tomei um banho e me deitei pra organizar mentalmente o dia de amanhã, listando certinho o que irei fazer, estou ansiosa.
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Jogo de Paixão.
Любовные романыAnabeth Williams com seus 24 anos, sendo chefe de Marketing Digital e morando na Inglaterra, recebe uma ligação de sua mãe dizendo que houve um acidente, ela pede "por favor, volta pra casa." e Anabeth assustada, pede folga e volta a sua cidade nata...