1. Tudo normal... ou não?

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Anabeth.

Acordo com pequenos raios de sol saindo da persiana, me viro para o outro lado da cama na tentativa de conseguir dormir novamente, porém (infelizmente) não demorou para o despertador começar a tocar.

- Droga! Só mais um pouquinho vai. - resmungo.

Vou tateando minha mesinha ao lado da cama em busca do meu celular, quando o acho clico na opção "soneca" que me dá mais cinco minutos para dormir, fecho os olhos sorrindo sem mostrar os dentes, mostrando felicidade por poder dormir mais um pouco. Como nem tudo é feliz, os cinco minutos passam num piscar de olhos e o barulho insuportável do despertador volta a tocar, são 6:20 da manhã. Levanto resmungando o quanto essa vida de acordar cedo é chata e vou direto pro banho, estou mal-humorada, passei todo o fim de semana com meu notebook trabalhando, não pude distrair a mente e infelizmente, a semana começou e junto com ela vem mais estresse. Depois do banho, faço uma maquiagem básica, ponho uma calça preta de tecido, uma blusa branca comum, salto scarpin, meus acessórios (brincos, colar e anéis) e vou secar meu cabelo, não demoro muito pois tenho cabelo curto. Eu amo cabelos curtinhos, são muito mais fáceis de cuidar e mais práticos. Já um pouco atrasada, pego as chaves do carro e saio as pressas rumo a empresa em que trabalho. Eu sou formada em propaganda e marketing, não era bem o que eu queria ser na adolescência mas dá pro gasto.

Estaciono meu carro na garagem da empresa e sigo para o meu escritório, no caminho infelizmente trombo com o babaca do local inteiro (e olha que o prédio tem incontáveis andares) Jake Davis, egoísta, ignorante, nem um pouco simpático, tenta te derrubar por prazer de se sentir melhor que alguém e pior, tem histórico de assediador, fala sério né?

- Eaí Ana? Tá linda hoje hein! Quer dizer... Hoje não, sempre. - diz ele me olhando de cima á baixo.

- Você não tem mais o quê fazer não? - falo e reviro os olhos.

Ele ri anasalado e sai andando, não suporto esse homem, credo!

O dia passa rápido e quando me dou conta, o horário de saída chegou, agradeço a todos os deuses possíveis, vou rapidamente arrumar minhas coisas e fechar meu escritório, ufa! Quem não ama quando chega o fim do expediente, não é? Com o carro estacionado em frente de casa, recebo uma ligação de minha mãe, dou um sorriso largo de orelha á orelha, aquela sem dúvidas era a melhor notificação de todas!

- Oi mãe! Que saudades da senhora. O dia no trabalho foi tão corrido, primeiro dia da semana né? Abriu um restaurante novo aqui no bairro, quando você e papai poderão vir? Vocês estão bem? Como está Jenifer?

- Ana filha... Tenho notícias não tão boas pra te dar. - ela diz fungando e com uma voz anasalada, provavelmente nariz entupido.

E então eu paralisei ali mesmo, não pude respondê-la, a preocupação tomou conta de mim, senti como se o ambiente ao meu redor estivesse se tornado denso e lento. 

- S-sua avó... - ela não conseguiu terminar a frase, começou a chorar e eu já tinha entendido tudo.

Senti minhas bochechas vermelhas, meus olhos arderem e logo as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, não conseguia acreditar...

- Volte pra casa querida, é melhor ficar um tempinho com sua família, é um momento difícil pra todos.

- Tem razão mamãe, vou pedir folga e amanhã cedo estou aí.

Trocamos mais algumas palavras e encerramos a ligação, eu permaneço em choque olhando fixamente pro volante do veículo com a mente distante, perdida em meus pensamentos. Ligo para o meu chefe explicando certinho a situação, diz ele que como nunca faltei um dia no trabalho em 3 anos de experiência, poderia tirar o resto da semana de folga. Aquilo foi música para meus ouvidos, agradeci e desliguei a chamada. Subi ao meu apartamento e assim que abri a porta, joguei minha bolsa e meu casaco no sofá indo direto pro banho quente, eu estava precisando disso, sem dúvidas. Jantei uma comida pronta que encontrei na geladeira, sentei em meu sofá e liguei o notebook para comprar uma passagem á Califórnia, consegui o primeiro vôo pra manhã, são 10 horas de viagem... rapidinho, né?

Coloquei o celular pra despertar 5:20 da manhã, precisava estar no aeroporto 7h, chegaria de madrugada na casa dos meus pais. Só de pensar já me dava sono. Fui arrumar minhas malas afinal, era cedo pra dormir e é impossível arrumá-las de manhã, eu teria menos de uma hora, sem chances. Depois de tudo pronto, apaguei as luzes, fechei a porta do meu quarto e finalmente, deitei na minha cama mais que confortável naquele momento, não demorou muito para eu cair no sono. Estou ansiosa pra ver minha família porém, queria que fossem em outras circunstâncias...

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