What Cannot Be Said

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| YUU, Point of view |

Mika: O que você acha que aconteceu?

Saiu num sopro. Sério isso?!

— Tudo o que eu sei é você tem agido estranho. Quando te reconheci, você fugiu de mim. Toda vez que te faço perguntas, você desvia dela ou me ignora. Sua bipolaridade constante está insuportável, às vezes você é um doce e depois já está frio e sendo um filho da puta desgraçado. O fato de que você não estava em nenhum lugar perto de mim, Yoi também não viu você, então não diga que eu bati muito forte com a cabeça. Aquela van ia esmagar nós dois e não esmagou, as suas mãos deixaram buracos na lateral dela, e você não está nem machucado! E a van devia ter me amassado, mas você estava segurando-a...

Eu tenho noção do quanto isso soa louco, e não continuo. Eu estou com tanta raiva que fechei minhas mãos em punho com tanta força, que eu tenho certeza que irá ficar a marca das minhas unhas em minha pele depois.

Ele está me olhando incrédulo. Mas o rosto dele está tenso, na defensiva.

Mika: Você acha que eu tirei uma van de cima de você?

O tom dele questionou a minha sanidade, mas só me deixa mais suspeitas. Era quase como algo programado para ser dito.

Eu simplesmente afirmo com a cabeça uma vez.

Mika: Ninguém vai acreditar nisso, sabe Yuu-chan.

— ESTÁ ZOMBANDO DE MIM?! Sabe, não é como se eu fosse contar isso a alguém.

Mika: Então porque isso importa?

Perguntou surpreso.

— Importa pra mim. Quando crianças você e eu éramos tão próximos, mas agora, é como se eu nem te conhecesse! Além do mais, eu não gosto de mentir, então seria melhor se eu tivesse uma boa razão pra fazer isso.

Mika: Será que você não pode só me agradecer e esperar com que eu tome a iniciativa?

— Obrigado.

Mika: Você não vai desistir, vai?

— Não.

Mika: Nesse caso... eu espero que você tenha aprendido, nesses últimos cinco anos, a ser paciente.

Nos olhamos em silêncio. Irei quebrar o silêncio, vou tentar manter o foco.

— Porque você se incomoda?

Mika: É complicado... Irá entender quando eu explicar tudo.

Ele me dá as costas e caminha pra longe de mim.

Eu estou com tanta raiva que se quer consigo me mover por um instante. Quando consigo andar, vou lentamente em direção a saída no final do corredor.

A sala de espera está mais desagradável do que eu temia. Parece que todos os rostos que eu conheço em Nagasaki estão aqui, me encarando. Humiya corre para o meu lado; eu levanto as mãos.

— Não tem nada de errado comigo.

Assegurei solenemente. Ainda estou importunado, sem o mínimo humor pra conversinha.

Humiya (pai): O que o doutor disse?

— Foi a Dra. Tepes que me examinou, e ela disse que eu estava bem e que podia ir pra casa.

Suspiro pesadamente. Shinoa, Mitsuba e Shihō estão todos aqui, começando a vir na nossa direção.

— Vamos logo.

Me apresso.

Humiya coloca o braço atrás das minhas costas, não necessariamente me toca, e me guia até as portas de vidro da saída. Eu aceno para os meus amigos, espero convencê-los de que eles não precisam mais se preocupar comigo.

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