Capítulo 2

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ATENÇÃO: esse capítulo não teve uma revisão completa, revisei morrendo de sono. Perdão e boa leitura!

|Amity Blight|

Meus pensamentos divagam até minha realidade há pouco tempo atrás.
Sempre vivi o que meus pais queriam, em especial, o que minha mãe queria.
Meu pai só concordava cegamente.
Nunca pude tomar decisões por conta própria.

Ser filha deles me ensinou muitas coisas.
Esconder e oprimir quem eu sou, mentir e suportar.
Edric, Emira e eu fazíamos e ainda fazemos parte de um teatro a todo momento.

De maneira indireta, agora estou mais distante de Alador e Odália. Minha mãe continua com o comportamento de sempre, só que agora eu já não moro debaixo do teto dela. Ficarei no dormitório de Hexside, irei dividir o quarto com alguém. Em outras circunstâncias eu não aceitaria, mas, qualquer coisa é melhor do que ficar dentro daquela casa.
Não é algo completamente libertador.
Não ainda.
É uma "meia felicidade", digamos assim. Ao menos já é um começo.

Amanhã é o meu primeiro dia de aula, pretendo me tornar veterinária. Só de lembrar da briga que eu e Odália anteriormente tivemos sobre qual curso eu escolheria me faz batucar os pés no chão incomodada, com uma raiva crescente no peito.
Acordei sem paciência, resolvi ficar fora do dormitório o dia inteiro. Não teria paciência para aturar a presença de outra pessoa no mesmo lugar que eu.

Agora caminhando tarde da noite pelas ruas com meus coturnos, viro o restante do meu copo em meus lábios, bebendo todo o líquido.
Não é o suficiente para que eu possa me embebedar, mas é o suficiente para que eu possa relaxar um pouco fumando um cigarro. Meus cabelos verdes se movem levemente para trás com o vento gélido da intensa noite, meus pés já estão se rendendo ao cansaço. As horas no celular marcam que já são meia noite e quinze, na barra de notificação há uma mensagem dos gêmeos que resolvo não abrir agora.
Agradeço mentalmente aos céus por já estar na frente do meu quarto. Giro a maçaneta da porta e entro no cômodo que agora paira uma atmosfera esquisita.
O lado que antes vazio, está preenchido por uma bagunça em cima da cama.
Até então, não tem ninguém aqui.
Menos mal.

Tiro meus sapatos e sigo até o banheiro para tomar um banho antes de dormir.
Deixo a água percorrer por todo o meu corpo. Minutos depois, escuto alguém do outro lado falando de maneira histérica e contida no telefone.

— Mamá, você não vai acreditar. Esse filme é um absurdo! - Pausa. — Você viu o que fizeram com os personagens? E aquela parte que o Dr. Estranho vira pra América e diz que ela consegue, e MILAGROSAMENTE - "Grita" baixinho. Nerds... — ela consegue controlar os poderes. Sem contar aquela piadinha que ele faz pra Wanda sobre morrer, não é bem o tipo de coisa que ele falaria. Eu espero que a Marvel realmente faça algo melhor no próximo lançamento.

Termino de me vestir e a pessoa do outro lado volta a falar com uma voz estranhamente atrativa em outro idioma. Minhas bochechas ruborizaram com esse pensamento.

— ¡Buenas noches Mamá, te quiero mucho! - Pude ouvir uma risada antes do silêncio se instalar no local.

Não posso me esconder aqui o tempo todo.
Termino de escovar meus dentes, penteio meus cabelos e por fim saio do banheiro.

O ar se esvai de meus pulmões, meus olhos devem estar duas vezes maiores que o normal enquanto meu sangue esquenta.

Não.
Absolutamente não.
Isso deve ser alguma piada sem graça de Emira e Edric.

Luz Noceda.
A última pessoa do mundo que eu desejaria ver, depois dos meus pais, é claro. Encaro a Latina estática a um metro de distância de mim.
Ela cresceu muito. E, minha nossa...

— Isso só pode ser alguma piada. - Adverti com uma voz carregada de mágoa.

As memórias daquele verão invadem minha mente. É como se eu tivesse levado um soco no estômago.

— Quem. Te. Mandou. Vir. Aqui? - Questiono entredentes, respirando fundo buscando alguma sanidade que ainda me restasse.

— Talvez eu deva te fazer essa pergunta, Blight. - Sua voz antes calma e descontraída no telefone, está carregada de raiva e surpresa. Mesmo que atraente, isso não anula meu ódio por ela.
Não mesmo.

— Se Odália te pagou pra me fazer voltar, porqu- Começo, sendo interrompida pela Latina.

— Nem que me pagassem um milhão de reais eu aceitaria conviver com você. - "cuspiu" palavras repletas de nojo, me fazendo rir ironicamente.

— Ótimo. Posso dizer o mesmo de você, Noceda. - Dou as costas para ela, deito na minha cama e sinto cada célula do meu corpo queimar de raiva.

Só pode ser algum tipo castigo divino.
Dentre tantas pessoas, logo ela. Por muito tempo desejei que eu nunca tivesse a conhecido e ainda tenho esse desejo.

Estar no mesmo lugar que Luz Noceda me dá um indescritível desgosto.
Mas agora, não posso andar para trás. Tornaria tudo pior.

Luz ou Odália.
Mil e uma vezes, Luz.
Conviver com minha mãe é pedir para viver no inferno. Está fora de cogitação.
Não estou no controle, mas tenho as opções de perder demais e perder de menos.
Vou reverter essa situação e então a Noceda terá o que merece.
Isso é apenas o começo.
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Notas: .

Me desculpem por qualquer erro ortográfico.
Por favor, NÃO sejam leitores fantasmas. Seu "simples" comentário dará incentivo para que eu possa continuar essa obra.

You again - LumityOnde histórias criam vida. Descubra agora