𝐽𝑎𝑒-ℎ𝑒𝑜𝑛(𝑇)

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𝘕𝘢̃𝘰 𝘴𝘦𝘫𝘢 𝘶𝘮 𝘭𝘦𝘪𝘵𝘰𝘳 𝘧𝘢𝘯𝘵𝘢𝘴𝘮𝘢, 𝘴𝘦 𝘱𝘰𝘴𝘴𝘪𝘷𝘦𝘭 𝘷𝘰𝘵𝘦 𝘤𝘢𝘴𝘰 𝘨𝘰𝘴𝘵𝘦 𝘥𝘢 𝘦𝘴𝘤𝘳𝘪𝘵𝘢/𝘤𝘰𝘯𝘵𝘦́𝘶𝘥𝘰 ^^

Eu e a senhora Mi-hai não somos lá muito próximos, mas desde o dia em que eu dei a ela de presente uma katana nós ficamos de certa forma um pouco mais próximos que o normal, bem a gente virou "ficantes" como a maioria das pessoas que são chinelas falam, essa é a única palavra que resume o nosso relacionamento eu acho. "Ficantes".

Bem desde que o apocalipse começou a gente se afastou ainda mais, não por briga, ciúmes ou algo do tipo, o que aconteceu foi que quando eu, Ji-su e Hyun-soo fomos salvar as crianças do monstro da proteína ela só sumiu, ela desapareceu, claro ela falou comigo segundos antes de um dos monstros voar no pescoço dela, eu nunca fiquei tão arrasado.

Eu pude ver ela me olhar sorrindo enquanto chorava com brilho nós olhos, eu não pude fazer nada, eu só a olhei daquele jeito enquanto aquele monstro arrancava a pele do pescoço enquanto cravava as suas unhas em seu estômago, eu só conseguia ouvir todas as nossas declarações e todas as nossas risadas juntos, até que então eu ouço a katana dela cair com tudo no chão, e então todas as lembranças vão embora, e eu somente consigo ouvir os gritos da Ji-su logo atrás de mim, o barulho das mordidas, o barulho da espada rolando pelo chão, e a boca de Mi-hai se mechendo como se ela tentasse se comunicar, falhando miseravelmente.

E então tudo para. E eu somente vejo o monstro ser jogado da janela pelo mesmo homem que eu esbarrei hoje mais cedo, e então eu vejo o corpo de Mi-hai cair no chão causando um grande barulho no corredor.

Eu corro até o corpo de Mi-hai e o agarro com toda delicadeza, a sua pele estava se esfriando aos poucos, eu pus a minha mão no local da mordida e as minhas mãos que estavam estremamente limpas se sujam totalmente de vermelho, os meus dedos unhas e o meu pulso escorriam sangue, eu chorava tanto quanto o sangue que saía do pescoço da minha amada.

-"P-por f-favor... Não vai, Deus não pode te tirar de mim... Por f-favor"- Jae-heon gaguejava enquanto ajeitava o corpo de Mi-hai em seu colo.

-"E-ei... Pega o que tem... No meu... Bolso esquerdo"- Mi-hai diz com dificuldade para respirar enquanto chorava sem ter forças para soluçar.

Jae-heon a obedece imediatamente, o homem põem sua mão desocupada no bolso da calça de Mi-hai e pega o objeto circular do seu bolso, e ao ver o anel no bolso da moça chora mais ainda, junto ao anel havia um pequeno bilhete.

"Jae-heon, aceita casar comigo, e ser o homem da minha vida?"

O bilhete estava escrito com caneta da cor lilás, a cor favorita de Mi-hai, ao terminar de ler a pequena declaração, olha para Mi-hai com um sorriso no rosto enquanto a beija, fazendo Mi-hai rir levemente enquanto põem a mão com dificuldade no rosto de Jae-heon que faz o mesmo.

-"Muito obrigada... Por ter me dado a chance, de ter sido feliz com você Jae-heon... Eu vou te esperar torcendo para que... O nosso reencontro não seja tão cedo..."- Mi-hai cospe sangue e põem a sua mão sobre a mão de Jae-heon que estava na face da mulher -"Eu te amo... É uma pena eu... Não ter demonstrado tão...bem".

-"Você demonstrou sim, você me fez sentir coisas inexplicáveis... Eu amo você... Então por favor não me deixa, levanta daí e me diz que você vai viver... Você não vai precisar me reencontrar, nós já estamos aqui... Juntos!"- Jae-heon aperta e acaricia a mão de Mi-hai que dá uma risada nasal em resposta.

-"Só não me esqueça..."- Mi-hai sussurra enquanto lentamente fecha os seus olhos entrando em seu eterno descanso.

Jae-heon ao sentir a pele de Mi-hai fria como gelo, se desespera e tenta acorda-la com tapinhas em sua face, a sacudindo levemente. Mas não adiantava de nada... Era tarde demais, Jae-heon tinha perdido Mi-hai, a sua garota, a mulher da sua vida, a mulher com quem se casaria. Estava morta.

Jae-heon ao se dar de conta grita, grita de dor, a enorme dor em seu peito que tinha certeza de que não passaria nunca, não até ver a sua mulher de novo, não até ver a mulher com quem casaria sorrindo de novo, não até ver a sua mulher viva... De novo. Ele nunca a teria mais, e a dor de saber isso, era gigantesca, talvez maior até mesmo do amor que tinha pela sua amada, o amor pela sua risada, pelo seu corpo, pelo seus beijos, pelo seus abraços e pelo seu desejo de amar.

Jae-heon continua a chorar desesperadamente, começa a tremer em ansiedade, em tristeza, não acreditava em ver o amor de sua vida deitado no chão sangrando pelo pescoço e com o seu rosto agora pálido sem vida e sem reação.

Ji-su que apenas via tudo cai no chão em tristeza e desespero, era irmã mais nova de Mi-hai, e ver mais alguém muito importante em sua vida morrer diante aos seus olhos era horrível, Ji-su só olhar o estado de choque de Jae-heon vai até ele, e o abraça tentando reconforta-lo.



Depois de tudo aquilo, todos que estavam ali decidem ir até o térreo onde sobrevivem por um grande tempo, Jae-heon fez amizade com o homem que "salvou" Mi-hai. Sang-wook. Jae-heon ficou muito próximo do homem, Sang-wook nunca soube sobre a relação de Jae-heon com Mi-hai, e por curiosidade vai a perguntar.

Jae-heon e Sang-wook estavam no mercado como sempre, Jae-heon bebia enquanto Sang-wook o tentava fazer parar.

-"Por que você bebê? Você não é um alcoólatra! Acha que Deus iria gostar de ver um de seus seguidores nesse estado?"- Questiona Pyeon autoritário.

-"Deus... Deus não me ama... Ele tirou de mim... O meu único amor... Meu único interesse nessa droga de apocalipse!"- Grita Jae-heon bêbado enquanto chorava ao lembrar das últimas palavras de Mi-hai, e do anel, que agora era o seu colar.

-"...Então aquela mulher... Ela era sua esposa?"- Sang-wook o questiona receoso.

-"... Não... Ela me pediu em casamento... Quando morreu... A minha Mi-hai... Era tão linda"- Jae-heon segura o seu colar nos dedos enquanto o olha admirado.

-"..... Ela parecia ser alguém legal e forte..."- Sussurra Sang-wook.

-"Ela era... Ela era".

ℐ𝓂𝒶ℊ𝒾𝓃ℯ𝓈 »ˢʷᵉᵉᵗ ʰᵒᵐᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora