Capítulo 4. 𝓓𝓾𝓹𝓵𝓪 𝓭𝓮 𝓭𝓮𝓼𝓵𝓸𝓬𝓪𝓭𝓸𝓼

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Eu e Thales nos intitulamos a dupla de deslocados, todos os dias íamos nos ver naquele lugar e passávamos as tardes juntos. Se tornou o nosso lugar.

Thales me contava seus sonhos, o que fazia da vida e como queria ser um grande ator de filmes. Acabou contando como foi que sua mãe havia falecido e como sua vida sem ela, também elogiou sua madrasta pois ela o tratava muito bem, mas não era a mesma coisa.

Contei a ele sobre minha vida, meus sonhos, falei de minha família e todas as coisas legais que tinha em São Paulo. Ele não morava no Brasil, mas fala português era muito bem.

Ele me contou sobre suas aulas de atuação, se gabou de ser o melhor da turma. Narcisista? Ele era um pouco, mesmo assim ficava feliz em ver ele todos os dias, talvez fosse a juventude, as beleza de Thales ou meus hormônios em fúria.

— Eu tenho uma surpresa — Thales disse — Amanhã vamos nos encontrar.

Eu ouvia a voz de Thales durante a noite toda, nós tínhamos um combinado, 16h iriamos nos ver. Nós nos víamos todos os dias, mas era algo diferente e especial. Eu sai pela janela, andei pelo campo hoje ele parecia diferente dos outros dias, como se ele tivesse algo especial, talvez fosse a chuva da madrugada que o deixou mais verde.

Quando eu cheguei ao lugar de encontro Thales estava lá. Andando de um lado para outro, parecia impaciente. Era uma cena encantadora ver ele nervoso.

Ele tinha feito uma cabana com tecidos que realmente não combinavam, havia almofadas grandes, algumas com a capa de zíper e um gato desenhado. A uma distância segura estava um amontoado de madeira que parecia uma fogueira.

— Olá, surpresa — Thales disse em voz baixa, parecia tímido.

— Uma barraca?

Thales balançou a cabeça, eu me abaixei e entrei na pequena tenda de pano que Thales tinha feito, ele tinha uma aparência meio sem fôlego deveria ter dado trabalho trazer tudo até aqui, havia um tapete antigo no chão

— Você podia pegar tudo isso?

— Pra ser sincero, não — ele sorriu sem jeito — meu primo me ajudou a trazer e montar então, talvez tenha.

Eu sentei dentro da tenda, Thales se sentou ao meu lado, suas mãos não ficavam paradas, ele estava nervoso — pensei em fazer uma fogueira

— Ainda está claro famosinho — eu respondi sorrindo

— Por que me chama assim?

— Porque me chama de nervosinha.

— Você não me disse seu nome — Thales me encarou, eu apenas fiquei em silêncio e sorri — só pensei que podíamos passar mais tempo juntos, eu gosto de conversar com você.

— Eu sou interessante? Todos me acham chata.

— você é, mas é sincera também — ele fez uma pausa — um pouco cruel talvez e muito bonita.

— como você é exagerado.

— Eu gosto de você mesmo cheia de defeitos — Thales me encarou, seus olhos estavam cheio de promessas, suas palavras me calaram e ele sorriu — você fica uma graça sem graça, nervosinha.

Ele beijou meu rosto, eu fiquei em silêncio, ele apenas ria do meu constrangimento.

Nós ficamos ali, acabamos vendo o sol se pôr juntos, quando começou a escurecer Thales acendeu a sua fogueira, se gabou de ser escoteiro. Eu me deitei no tapete dentro da tenda, e as luzes pisca pisca movidas a pilha se acenderam, elas brilhavam como estrelas no céu, algumas tinham forma de estrela.

Thales entrou na tenda e se deitou ao meu lado, eu pensei que ele estava olhando as luzes mas ele estava olhando pra mim.

— é bonito — ele disse em voz baixa, eu olhei pra ele e seus olhos brilhavam.

— Sim, muito bonito.

— assim como eu? — Thales perguntou e se deitou de lado, me encarando.

— Oh sim — Eu ri do ego de Thales — vai dedicar seus filmes a mim?

— Eu vou dedicar meu oscar pra você — Thales sorriu

— e eu vou te dedicar meu prêmio Nobel da paz.

Thales começou a rir, eu me virei de lado e o olhei, ele segurou minha mão suavemente — você fica bonita sobre essa luz — eu senti meu rosto corar novamente.

Ele tinha um charme, era impossível negar isso, ele deslizou os dedos suavemente pela minha bochecha que estava quente e me beijou, um beijo suave e doce. Não importa quanto tempo passasse eu jamais iria esquecer a primeira vez que Thales me beijou.

 Não importa quanto tempo passasse eu jamais iria esquecer a primeira vez que Thales me beijou

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