Capítulo 7. 𝓔𝓾 𝓿𝓮𝓳𝓸 𝓿𝓸𝓬ê

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Eu o vi alguns anos depois em um clipe de música de uma cantora famosa, ele dançava com ela.

Eu o vi fazendo uma série muito popular.

Eu o vi participando de filmes adolescente com música.

Eu o vi por muito tempo, pela minha vida todo, eu o via todos os dias.

Ele não se chamava mais Thales, talvez o nome realmente não combinasse com Hollywood como eu disse.

Eu segurei a corrente que Thales me deu, eu olhei para o meu caderno de capa Kraft, eu fiz o que prometi a ele, escrevi uma história, a nossa história, ela ficava na minha estante perdida em meio aos meus livros. Nossa história estava ali, juntando poeira em meio a várias histórias na minha casa.

Depois de tantos anos, eu ainda o via o tempo todo, meu primeiro amor. Thales não sabia meu nome, ou onde eu moro, naquela época eu esqueci de falar, nossos dias eram tão incríveis.

Por muito tempo eu senti o amargo de não ter falado meu nome, pensando que poderia ter acontecido, se estaríamos juntos? Quem sabe...

Novamente era dezembro, e eu voltei a capitólio.

A nova geração da nossa família precisava conhecer aquele lugar. Era aquele dia, próximo a hora que eu fugi.

Agora seria diferente, eu sai pela porta da frente.

— Onde você vai? — minha irmã perguntou segurando o bebê no colo, a pequena estava distraída com o bicho de pelúcia.

— Ver a cachoeira, faz tanto tempo — minha frase saiu carregada de nostalgia.

— Espera ver alguém? — minha irmã me encarou, ela sabia de meu romance com Thales, da nossa noite e quem ele era.

— Eu o vejo sempre, só quero ouvir o barulho da agua.

Eu saí pela porta da frente desta vez, caminhei pela estrada, estava tão acostumada, me perdi em meus pensamentos em minhas lembranças de Thales.

Eu encarei as águas calmas e me lembrei dele nadando, eu poderia sentir seu cheiro se fechasse meus olhos, eu ouvia sua voz me chamando de nervosinha.

Eu segurei a corrente que ele me deu, ainda estava em meu pescoço, ele se tornou uma estrela, as lembranças fizeram meus olhos encherem de lágrimas — você tem razão, eu vejo você ainda — eu sussurrei pra mim mesma.

Me sentia muito boba, novamente uma menina boba. Chorando por uma lembrança do passado, era apenas uma boa lembrança;

Nosso primeiro amor é eterno, nunca é esquecido, talvez eu realmente nunca esqueça o Thales.

Se ele me esqueceu? Eu não sei.

Eu fechei os olhos e respirei profundamente. Eu ouvia o barulho da cachoeira e ouvia a voz de Thales como um eco dentro de mim.

O vento soprou em meus cabelos e eu senti o seu perfume novamente, minhas lembranças ali se tornavam mais reais, eu sorri pra mim mesma.

Um som chamou minha atenção, uma voz, eu fui puxada por aquela melodia.

— Ei, nervosinha, não está me ouvindo? Pode me dizer seu nome?

Eu me virei em direção a voz e meu coração parou.


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